sábado, 31 de maio de 2008

Eu ontem cometi um erro e hoje quero penitenciar-me. Ontem disse que os pescadores estavam em greve, mas enganei-me, quem está em greve são os armadores, o que é bem diferente.
A propósito deste tema fica para a história de que os armadores venderam o peixe, receberam o dinheiro e depois impediram que quem comprou e pagou o levantasse. Curioso.

Hoje o PSD vai escolher o 16.º presidente, mas seja qual for o resultado já voaram mosquitos por cordas. Há acusações de sindicatos de votos, pressões, caciquismos, ...

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Ontem assistimos a uma página negra do parlamentarismo português. A troca de insultos entre Sócrates e Louçã não foi bonito para nenhum deles. E mesmo que a razão possa estar do seu lado, Sócrates deve ser mais comedido nas palavras.
Por outro lado Louçã, membro ilustre da esquerda moderna (tipo esquerda do caviar) mas que no fundo nunca abandonou a velha matriz trotzquista, deve habituar-se a fazer ataques cara a cara, por forma a que os visados possam defender-se, caso contrário passará a ser conhecido pelo bate e foge, o que convenhamos não é muito bonito.

Ainda relativamente ao Bloco e a Louçã, gostaria de saber se Alegre, um dos uivadores, ainda está disponível para estar ao lado de Louçã no comício da esquerda (que mais não é do que um esquema bem delineado do BE).

Começou hoje a greve dos pescadores. Tenho pena que as coisas tenham chegado a este ponto, mas também afirmo que gostaria de ter visto estes mesmos homens a fazer uma greve contra os intermediários que são o verdadeiro cancro do sistema. Esses mesmos intermediários que sem trabalho nenhum ficam com a fatia de leão deste negócio. Mas claro, isto sou eu a dizer...

Valha-nos isso. Quem tem crédito à habitação vai passar a sentir uma melhoria nas prestações mensais que paga ao banco a partir de Julho. Isto fica a dever-se à entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 88/2008 que obriga a que a contagem de juros seja feita a 360 dias, quer sejam juros de depósitos, quer sejam de empréstimos.
À primeira vista esta pode parecer uma alteração de pouca monta, mas na realidade e se olharmos para a simulação elaborada pela Proteste podemos verificar que num empréstimo de 150 mil euros, a 30 anos, utilizando a média de Euribor a seis meses de Abril passado, a 365 dias, implica uma mensalidade de 857,53 euros. O mesmo empréstimo, mas com a Euribor a 360 dias, implica uma prestação mensal de 851,21 euro. Ou seja, há uma diferença mensal de 6,32 euros, que num ano é de 75,84 euros. A manter-se a situação por um prazo de 30 anos, implica uma poupança de 2275 euros.

O artigo de opinião de Menezes no DN de hoje é interessante.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Parece que Manuel Alegre só agora nasceu. De repente alcandorou-se a defensor último das classes mais desfavorecidas. E logo ele.
Não sei onde esteve desde Abril até agora, ou se calhar até sei: esteve sentadinho no seu lugar de deputado, calmamente, sem fazer muitas ondas à espera que o Partido Socialista um dia o carregasse em ombros.
Como se quis andar teve de ser pelo seu próprio pé, hoje dispara a torto e a direito julgando-se a consciência crítica do PS.
Não sei porquê, mas faz-me lembrar aqueles miúdos que por não irem passear, fazem birra e desarrumam a casa toda.

Mas vamos lá ao debate de ontem. Se o da TVI tinha corrido mais ou menos, o de ontem na SIC correu muito mal.
Manuela Ferreira Leite esteve mal, muito mal mesmo. Sem ideias, com um discurso monocórdico que nada traz de novo, para além de que nas mesmas circunstâncias alinha com a actual política, em circunstâncias diferentes é um desastre (a criação do IMI, a titularização das dívidas à banca, etc e etc.), para além de não conseguir articular qual é a sua matriz social-democrata, o que é grave.
Patinha Antão foi conciso, acutilante q.b., só que daí a ser líder do PSD vai uma distância muito grande e fica-me a dúvida como é que ele está disposto a abdicar de 900 milhões de um lado, mais 300 milhões de outro e ainda mais 300 não sei de onde. São muitos milhões para se perder, numa altura em que os orçamentos são contados quase ao cêntimo.
Pedro Passos Coelho é o resultado de um trabalho de montagem muito bem elaborado, só que é um trabalho oco, só tem fachada. A sua única preocupação é descer o nível fiscal. Para ele tudo passa por aí e não é necessário mais nada, aliás por muito vastas que sejam as questões, a resposta é sempre só uma: a carga fiscal. Em matéria de populismo e de demagogia faz um duo espectacular com Portas.
Quanto a Pedro Santana Lopes pouco há a dizer. É deveras conhecido pela sua acção governativa quer a nível autárquico, quer a nível do poder central, sendo que não existem boas recordações da sua acção, mas para o PSD talvez seja o líder ideal, já que será capaz de colocar na ordem o partido que, como ontem se viu, é - e parafraseando o saudoso Acácio Barreiros enquanto deputado da UDP - um saco de lacraus que se mordem entre si e vêem quem fica vivo para vir morder o povo.

Então não é que a "Visão" foi mais rápida que a Autoridade da Concorrência.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Estive a ver o debate na SIC e meus amigos desculpem lá, mas vou ser claro e conciso: se estes quatro são a única alternativa à liderança do maior partido da oposição, então eu assumo desde já que Sócrates e o PS são mesmo muito bons, mesmo com todas as asneiras cometidas até agora.
Estamos lixados.
Fico perplexo. Não sou capaz de perceber as afirmações de Fátima Araújo. Será que já está à espera da queda do chefe Nunes?

O candidato à presidência do PSD, Pedro Santana Lopes, mostrou-se ontem «agradavelmente surpreendido» com o anúncio de apoio à sua candidatura, manifestado pelo secretário-geral do PSD, Ribau Esteves.
Não sei o porquê de "surpreendido". Eu e sem ajuda de qualquer vidente, já sabia deste apoio.

Como o tal estudo da Autoridade da Concorrência ainda não viu a luz do dia deixo aqui algo que lhes pode servir de ajuda.

A Comissão Europeia, no dizer de Ferran Tarradellas Edspuny, porta-voz da Comissão Europeia responsável pela Política de Energia, está "muito interessada" em ouvir as ideias do ministro da Economia Manuel Pinho sobre as consequências da subida do preço do petróleo que serão apresentadas amanhã aos 27 em Bruxelas.
Então e nós, que nos doi a alma sempre que levamos o carro a abastecer, nós para além de interessados, estamos desejosos.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Hoje vejo-me na obrigação de voltar a colocar um novo comentário. O secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO) diz que só quem não sabe como funciona a indústria do petróleo e por ignorância é que pode organizar boicotes contra as gasolineiras, isto porque estão a ser feitos vários apelos para que ninguém abasteça, nos primeiros dias do próximo mês, nas principais gasolineiras.
Diz ainda o referido senhor que o sector não tem margem para fazer descer os combustíveis, porque os lucros finais são muitos pequenos, apenas de alguns cêntimos por litro.
Para completar o ramalhete vem ainda o presidente da BP/Portugal, António Comprido, dizer que se sentisse enganado pelas gasolineiras também faria boicote, mas considera que não é o caso e por isso não entende o protesto.
Devo desde já salientar que com muita pena minha não fui um dos mentores do boicote.
Depois detesto que me chamem ignorante e que ainda me tentem fazer de parvo.
Por último e em resposta a todo este emaranhado de falsidades como é que os dois senhores justificam que a BP, por exemplo, tenha tido no primeiro trimestre deste ano, um lucro superior em 63% relativamente ao mesmo período do ano anterior.
Podemos não ser economistas de renome, mas não somos ignorantes ao ponto de acreditar que são as reduzidas margens de cêntimos que originam estes lucros fabulosos.
Tenham lá paciência e respeito pela inteligência dos outros.
Como não podia deixar de ser li com toda atenção o artigo de opinião de Mário Soares publicado no DN de hoje.
Como é evidente e sem carreirismos nem seguidismos políticos importa dizer que é difícil não partilhar da mesma opinião expressa por Soares. E estou à vontade para o dizer já que nem sempre partilhámos, quer no passado quer no presente, das mesmas opiniões.
Não percebo e muito menos entendo a resposta de Mário Lino e fico atónito face à divergência entre o ministro e o porta-voz do PS.
Espero para ver qual deles fala verdade, sendo que Lino à muito que está "chumbado".

E por falar em Mário Lino... Penso que seja do seu "departamento" as alterações produzidas nas inspecções dos veículos e a serem, bem "pode limpar as mãos à parede" por tal inovação.
Até aqui a data limite para as inspecções dos veículos tinha como referência o mês da matrícula.
Pois bem um ou um grupo (para o caso pouco importa a quantidade, antes a qualidade e ela é pouca) de iluminados achou por bem que a data limite para inspecção seja o dia da matrícula e não o mês (Comunicado do Conselho de Ministros de 23 de Maio de 2008, ponto 16).
Não sei porque não foi escolhida a hora, o minuto ou até mesmo o segundo.
Estou para ver se os centros de inspecção passam a estar abertos ao domingo.

Alguém já viu o famigerado estudo encomendado à Autoridade da Concorência sobre a formação do preço dos combustíveis?

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Que tristeza. Ainda pensei, quando vi perfilarem-se os candidatos à liderança do PSD, que agora é que o governo iria ter uma oposição à altura que o obrigasse a ser menos displicente em determinadas situações.
Claro que a melhoria na oposição não se ficaria a dever a Santana Lopes, até porque a única coisa que ele tem em excesso é a voluntariedade. Foi assim no Sporting, na Câmara da Figueira (ainda hoje Duarte Silva tem nos braços esse excesso de voluntarismo), na Câmara de Lisboa, no Governo... enfim.
Como é evidente também não seria Patinha Antão o elemento-chave de uma melhor oposição, mas que diabo de Ferreira Leite e de Passos Coelho, esperava-se muito.
Esperava-se muito, mas afinal, a montanha não pariu duas ratazanas, mas sim dois ratinhos pequeninos.
Vejamos.
Ferreira Leite difere de Sócrates porque é mais social, mas quer acabar com o Serviço Nacional de Saúde tendencialmente gratuito. Nos combustíveis está de acordo com o governo, como não podia deixar de ser, já que foi uma das mentoras da liberalização do sector (e na altura toda a gente disse que esta liberalização dava origem a que as petrolíferas dominassem a seu belo prazer e que a liberalização seria mais condizente com os revendedores do que com as petrolíferas).
Quanto a Passos Coelho, para além de umas ideias perfeitamente desconexas e a revelar muita impreparação, ele faz questão de se apresentar como o melhor posicionado porque diz «Eu não lhes dou nenhum pretexto pessoal para andarem sempre a recordar a nossa governação». Quer isto dizer que só ele está em condições de evitar essas alusões ao passado.
Isto chega para fazer uma oposição forte?
Nem pensar.
Isto parece-me aquelas obras chatas que por muito que mudemos de página, não nos livramos do mesmo texto.

sábado, 24 de maio de 2008

Pela boca morre peixe. Dizia Manuela Ferreira Leite que o que a separava de Sócrates era o social, já que ela tinha mais preocupações de cariz social.
Lembro-me que quando ela disse isto Pacheco Pereira e Marcelo rejubilaram, acusando o primeiro-ministro de não olhar para os graves problemas sociais como a saúde, a educação, e o emprego que são temas de verdadeira importância e que fazem a diferença entre o socialismo de Sócrates e a social-democracia de Ferreira Leite.
Eu por mim sempre percebi que era uma diferença grande, eu diria mesmo abissal. Agora julgo que quem assistiu ao debate ontem na TVI com os candidatos à liderança do PSD, também ficou a perceber a diferença e quem era mais social. Só para que conste para Ferreira Leite e para Passos Coelho, um serviço nacional de saúde tendencialmente gratuito como o que temos, já era.
Para quem se diz tão preocupada com o social, estamos conversados.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Que coisa estranha!
Sabendo que o preço dos combustíveis está na ordem do dia;
Sabendo que os portugueses estão profundamente convictos de que existe cartelização;
Sabendo os deputados que são os representantes do povo;
como é que o PSD e o CDS votaram contra a realização de uma audição parlamentar urgente com presidente da Autoridade da Concorrência, Manuel Sebastião, pedida pelo PS para saber desta matéria?
É no mínimo estranho, isto depois de Manuel Ferreira de Oliveira, CEO da Galp Energia ter dito ontem que “a cada meia hora, o preço do ‘crude’ varia, é formado pelo mercado internacional, mas admito que haja alguma especulação”.

Ou eu sou muito burro ou então não percebo a notícia. Com tanta coisa que é necessário pensar no âmbito da justiça, estamos a discorrer e possivelmente a alterar a lei por causa dos estacionamentos nos tribunais.
Tenham vergonha e pensem na justiça e não sejam comezinhos, nem olhem só para o vosso umbigo.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Afinal é só garganta. O PCP/Madeira achou por bem apresentar uma moção de censura ao governo de Alberto João. Razões há de sobra para esta iniciativa dos comunistas madeirenses.
Porque não há partido nenhum (excepção feita ao PSD como é evidente) que não conteste o governo madeirense, seria de esperar que toda a oposição votasse favoravelmente a moção.
Mas não. O orgulho político de alguns fez com que o PCP o PND e o BE votassem favoravelmente a moção e o PS e o CDS/PP se abstivessem.
É uma abstenção vergonhosa. Causa-me repulsa e desgosto. A partir daqui perderam a face. Não têm mais dignidade para atacarem o governo madeirense.
Como se esta "página" não fosse já demasiado triste acresce ainda o facto da alteração do regimento da Assembleia e o facto de Alberto João não ter ido ao Parlamento.
Se Cavaco ficar calado face à queixa que lhe foi remetida, é porque e relativamente à Madeira ainda continua na época do sr. Silva.
É importante ler O primeiro pecado confesso de Sócrates de Henrique Monteiro.

O Presidente da República considera que o ministro da Economia, Manuel Pinho, “fez bem” em pedir à Autoridade da Concorrência (AdC) que investigue a escalada do preço dos combustíveis.
Olha a novidade! Que ele fez bem todos nós sabemos. Que ele está a demorar muito tempo, também todos percebemos.

Não sei se as 150 toneladas de bacalhau em mau estado apreendidas pela ASAE já faziam parte do tal documento com objectivos quantificados para os inspectores que tanto incomodou o CDS/PP. Estivesse ou não estivesse, o que importa é que foram menos 150 toneladas que foram despachadas para os nossos pratos.
Claro que os vendedores da banha da cobra e os mixordeiros encartados têm razão para estarem preocupados e ainda bem para nós.

Quem mente? Fernando Campos, vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), em entrevista à TSF disse que a nova taxa de disponibilidade foi criada pelas autarquias para que estas não percam as receitas. Afirmou mesmo que "a taxa de aluguer dos contadores desapareceu" porque a lei assim o determinou, mas "os municípios têm de repercutir nos preços aquilo que lhes custa e fizeram-no adaptando o preço do metro cúbico ou, nalgum casos, através da taxa de disponibilidade de serviço que a própria lei permite que exista".
Agora o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Fernando Ruas, vem hoje negar que os municípios estejam a criar uma taxa de disponibilidade nas facturas da água para substituir o valor dos contadores.
Afinal quem fala verdade? Quem mente? Na minha factura existem diversas taxas e quotas, mas nenhuma de disponibilidade, portanto...

Avancemos agora para coisas bem melhores. O ministério da Cultura não estatal, ou seja a Fundação Calouste Gulbenkian, editora da fabulosa revista "Colóquio/Letras", possibilitou, e em boa hora o fez, que a revista apresentasse ontem oficialmente o seu “site”, onde podem ser consultadas todas as edições desde o lançamento do primeiro número, em 1971. O “site”, desenvolvido em conjunto com a Biblioteca de Arte, estava disponível há já um ano em fase experimental. O endereço é http://www.coloquio.gulbenkian.pt/

segunda-feira, 19 de maio de 2008

A desfaçatez, a pouca vergonha, a ignomínia, eu sei lá que qualificação posso dar, atingiu níveis nunca alcançados. Batemos no fundo. Terminou.
Nunca esperei ter de escrever as linhas que se vão seguir, mas cheguei ao ponto de não ter argumentos que contrariem esta minha posição.
Então cá vai.
Sou um defensor acérrimo da democracia, sendo que perfilho ideais republicanos e de esquerda, embora alguns amigos me digam que sou de uma esquerda especial. De acordo.
Concebo a existência de partidos políticos como forma de aprofundar e melhorar a democracia.
Feitas as apresentações que entendi serem necessárias avanço então para o que pretendo hoje escrever.
A 26 de Maio vai entrar em vigor o diploma que proíbe a cobrança de taxas associadas a contadores para os serviços públicos essenciais, bem como de "qualquer outra taxa de efeito equivalente" e de "qualquer taxa que não tenha uma correspondência directa com um encargo em que a entidade prestadora do serviço efectivamente incorra, com excepção da contribuição para o audiovisual".
Começo por referir que estou plenamente de acordo com a medida e acho mesmo que ela não peca só por tardia como ainda é deveras limitativa no caso do audiovisual e passo a explicar porquê.
Nós pagamos uma contribuição áudio-visual que está inscrita na factura da EDP, contribuição essa que no meu caso (penso que nos outros também) se cifra em 1,71€ por mês a que ainda acresce o IVA, ou seja um imposto encapotado mas que sofre acréscimo porque sobre ele pende ainda outro imposto. Penso que estamos perante uma habilidade inconstitucional. Mas nem vou por esse caminho, vou pelo facto de eu ter serviço TVCabo e pagar esse serviço. Ora eu pago à TVCabo, não tenho que pagar na factura da EDP e ponto final. O mesmo se deve passar com a PT, com a Cabovisão, enfim com todas as operadoras de distribuição de serviço televisivo quer por cabo, quer por satélite. Esse pagamento deverá ser para que o sinal directamente dos retransmissores da RTP.
Para além de pagar imposto sobre o imposto acresce ainda esta habilidade.
Mas voltando ao diploma é curioso verificar que no caso da água as autarquias criaram uma nova taxa de disponibilidade de água, a fim de substituir a cobrança do aluguer dos contadores, sendo que nos outros serviços (electricidade e gás) o termo fixo está relacionado com essa mesma disponibilidade.
Mas disponibilidade de quê? De nos roubarem descaradamente.
Como é que os senhores das autarquias têm o desplante de falar em taxas de disponibilidade para não perder receitas? Deixem de estragar. Comecem por não ter frotas megalómanas. Comecem por só concederem as viaturas para serviço da autarquia e não como forma de deslocação de e para o serviço ou para ir buscar os filhos à escola. Comecem por exigir responsabilidade a quem está à frente das empresas municipais (outra coisa que não compreendo já que antigamente não existiam estas empresas e não aconteciam estas barbaridades).
O que nós clientes queremos é que haja disponibilidade para nós por parte de quem fornece estes serviços essenciais, nós que somos o elo mais fraco da corrente, caso contrário será a nossa vez de mostrar indisponibilidade aquando do acto eleitoral, a começar pelos autarcas e a acabar nos governantes.
Sim que isto não é só para os autarcas, isto também é para o governo.
Ele não pode ficar calado nem quieto face aos ataques que nos são desferidos no dia a dia. A subida dos bens alimentares ataca uma classe baixa deveras debilitada, mas o aumento quer dos combustíveis quer das taxas de juro à habitação atacam uma classe média que é ela própria um dos motores económicos do país.
Pedir explicações e ficar placidamente à espera sem intervir é a pior forma de actuar. Produzir leis e deixar que elas sejam contornadas ou desvirtuadas como é o caso da taxa de disponibilidade é enfiar a cabeça na areia e avestruzes é coisa que não precisamos, nem queremos.
Curiosamente ou não, não sei, quem deveria fiscalizar e chamar a atenção para esta e outras situações, está ocupado em faltar.
Como diz um amigo meu este país não existe.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Num país onde os combustíveis sobem assustadoramente, onde o crescimento económico abranda, onde os transportes ameaçam com aumentos de 6%, onde os quatro maiores bancos privados ganharam cerca de quatro milhões por dia, onde o índice de preços no consumidor acelerou 0,3% no mês de Abril, onde ..., ...,
Perante tudo isto e o mais que aqui não escrevi, o grande escândalo nacional é o fumo de Sócrates e demais elementos da comitiva na viagem para a Venezuela.
É um facto inquestionável de que Sócrates não devia nem podia ter fumado. Estava em causa, se não o respeito pelos não fumadores, pelo menos o respeito por uma lei feita pelo governo a que preside.
Mas não, imbuídos de falsos moralismos, eis que avançam para uma luta sem tréguas clamando uns por desculpas, outros lançando para o ar frases carregadas de intenção política.
É a patética política à portuguesa. E Sócrates para não fugir ao nível anuncia que vai deixar de fumar

E por falar em patética política deixem que me debruce sobre as eleições para o PSD. Alberto João não é candidato. Confirmou ontem aquilo que todos nós (excepção feita a um conjunto de pessoas que ainda acredita no Pai Natal) já dávamos por adquirido.
Jardim só vai a jogo com a certeza de vitória e neste caso ele percebeu desde o início que ia sair derrotado por uma margem que poderia tomar foros de humilhação e Alberto João não está para aí virado. Prefere esperar por 2009 no pós-legislativas.
Ainda sobre a matéria importa destacar algo que se está a passar com a candidata Ferreira Leite.
Para além dos vários problemas que carrega, a linguagem começa a resvalar para o baixo nível e com julgamentos pessoais.
Analisemos a entrevista (2008.05.07) dada a Judite de Sousa na RTP.
Percebe-se que não tem uma ideia para Portugal. A única coisa que a distinguia de José Sócrates era o facto de ser séria e honesta, enquanto o primeiro-ministro alegadamente seria desonesto e mentiroso. Isto não são ideias, são ataques pessoais.
A candidata lembrou-se dos pobres, mas esqueceu a classe média, aquela que acaba sempre por "levar nas lonas" quando os políticos querem "indireitar" o país.
Atirou a matar sobre os certificados de aforro, mas esqueceu-se de dizer que foi ela a obreira do pagamento especial por conta.
Como se isto não fosse já suficiente, vem ainda a referida senhora dizer que quer baixar o IMI. Acho muito bem. Mas acho bem hoje e achava no tempo em que foi ministra de Durão Barroso que, obstinadamente, avançou com o regime do IMI que é, nada mais nada menos que um verdadeiro aborto legal. Aliás, o mais caricato é que esta situação que Ferreira Leite, agora, descreve, foi provada e explicada antes de se avançar com a lei da tributação do património, no governo do dr. Durão Barroso, só que na altura a sra. Ministra não quis ouvir ninguém e fez o que bem entendeu.
Se a estas displicências adicionarmos quer o facto de ter provocado duas recessões e de não ter conseguido resolver o problema do défice, nem mesmo com receitas extraordinárias quer ainda a questão da titularização das dívidas ao fisco ao Citibank provocando um dos maiores buracos em que as finanças estiveram metidas, verificamos que não estamos perante alguém que tenha capacidade de só por si governar este país, e nem mesmo o facto de estar rodeada de muitos nomes sonantes a favorece. É que parecendo que não são nomes que só são grandes porque fizeram carreira na política e no PSD, já que na batalha política são verdadeiros desconhecidos.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Olhem, nem sei se hei-de rir se chorar... José Gabriel Funes não é um padre qualquer, é tão só um jesuíta argentino que dirige o Observatório do Vaticano em Castel Gandolfo, perto de Roma.
Para este padre a crença em Deus é compatível com a crença nos extraterrestres e tanto o é que ele afirma que «como astrónomo, continuo a acreditar que Deus foi o criador do Universo», porque mesmo que «não tenhamos para já nenhuma prova», «não podemos excluir a hipótese» de haver outros planetas habitados. E refere ainda que «tal como existe uma multiplicidade de criaturas na terra, poderia haver outros seres, igualmente inteligentes, criados por Deus». É com base nesta teoria que o padre Funes sugere que se fale então do «nosso irmão extraterrestre».
Se tudo isto já é um pouco hilariante (não a existência de outros seres, mas o conceito em si) agora imaginem que ele faz questão de ser bem explicito ao afirmar que admite poder haver um planeta habitado por seres que não cometeram o pecado original.
A entrevista ao “L'Osservatore Romano” de ontem é uma peça que deve ficar para a história, quanto mais não seja porque atira fora o "Livro dos Génesis" e porque demonstra a confusão que paira em muitas cabeças do Vaticano, já que, e tanto quanto sei, a Teoria do Big Bang explica a origem de nosso Universo, não do mundo.

Escusado, indecente, sei lá mais o quê?! 'Se nos dias que correm a segurança das famílias e dos seus bens está na ordem do dia, não é menos verdade que essa segurança tem que ser garantida. Foi desta forma que pensámos nesta magnífica oferta de boas-vindas para os nossos novos residentes.'
Este é o texto de uma brochura que publicita o condomínio, ainda em construção, ‘‘Moradias de Bicesse’, no concelho de Cascais, no concelho de Cascais.
Se apelar ao sentimento de insegurança como sistema de marketing, já é reprovável, mais reprovável é uma empresa de mediação imobiliária está a vender casas onde o cão já vem incluído (um pastor alemão).
Palavras? ... não tenho.

Às 00h00 de hoje verificou-se o 15.º aumento do preço dos combustíveis desde o dia 1 de Janeiro. Significa isto que em média tivemos 3 aumentos por mês.
Vergonhoso. Escandaloso. O que quiserem.
E não me venham com a conversa de que as petrolíferas são só os tomadores de preço, porque isso é mesmo só conversa.
Aliás a toma é tão grande que a BP conseguiu no 1º trimestre um lucro de 63 por cento superior ao de igual trimestre do ano passado.
Tá tudo tomado, mas é de assalto, em especial os bolsos dos portugueses.
E esta situação favorece não só as petrolíferas, favorece também o Estado, talvez seja por isso que ele está mudo e quedo.
Mas continuo sem perceber.
O crude é pago em dólares, mas o dólar está cada vez mais baixo relativamente ao euro. Então como é que o crude está mais caro?
Um barril de crude custa 126 dólares, mas 1 euro vale 1,5493 dólares, logo o barril de crude custa 81 euros.
Quando o barril custava 100 dólares e 1 euro valia 1,0341 dólares, o barril ficava a 96 euros, ou seja, mais caro.
Isto é que é a realidade das coisas e tudo o resto é paleio de praia.
E mais: um barril de petróleo (BBL) contém 42 galões americanos, o equivalente a 159 litros. De cada barril de petróleo extrai-se em média 74 litros de gasolina, 34 litros de gasóleo, 15 litros de combustível para aeronaves e 42 litros de outros derivados como lubrificantes, asfalto e plásticos.
É só fazer as contas e ver em quanto é que somos roubados.




segunda-feira, 12 de maio de 2008

De quando em vez o presidente do IDT, João Goulão, persiste em palmilhar caminhos ínvios. Porquê?! Não sei!
A polémica desta vez instalou-se devido ao site onde podemos encontrar um dicionário de calão, sendo que nesse dicionário aparece a definição de betinho como sendo aquele que não consome droga e, por isso, é considerado conservador, desprezível e desinteressante, isto entre outras definições.
Possivelmente sou eu que não entendo o alcance destas "cenas novas" e por isso discordo inteiramente do referido senhor quando diz que o dicionário «tem alguma utilidade» e explicou que é mais seguro para um jovem consultar um glossário do que ficar mal informado. Mas não ficou por aqui e adiantou também um jovem que desconheça um termo sente-se menorizado e pouco à vontade para perguntar o significado e que «isso pode ser muito mais perturbador e muito mais desencadeador de curiosidade do que propriamente ter um local onde encontrar respostas às suas dívidas».
Alguém anda desfasado da realidade. E não sou eu.
Os betinhos já no meu tempo de moço eram quem tinha mais guito e os que tinham auréola de santinhos em casa e tridente de diabinhos na rua.
Para finalizar era necessário e urgente que o sr. presidente do IDT explicasse a frase: «Penso que é necessário dizer aos jovens que as drogas proporcionam sensações agradáveis e é por isso que as pessoas as usam, mas envolvem riscos que é necessário conhecer».

A campanha para a liderança do PSD continua como nos últimos tempos: uma comédia.

domingo, 11 de maio de 2008

A crónica de Fernando Madrinha no "Expresso" deste fim-de-semana é um excelente exercício de cidadania. Aliás a crónica é tão real que bastará lembrar o que foi feito por parte do PC contra o líder da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa para perdermos quaisquer dúvidas caso as houvesse.

Também neste fim-de-semana ficaram a conhecer-se as decisões da Comissão Disciplinar da Liga de Clubes.
Se bem que seja alguma coisa, ficamos com a impressão que a montanha pariu um rato. Noutro país o Boavista não descia sozinho. Mas claro são regulamentos "feitos à medida".
Também, como noutras causas a corda partiu pelo elo mais fraco: os árbitros.
De qualquer forma saúde-se este pouco que já é muito.

E depois ficam todos ofendidos quando se fala de certificação de qualidade, não sei porquê? Os erros são curriculares?

Pacheco Pereira está a ficar obcecado e vê "fantasmas" em todo o lado. Agora foi uma câmara televisiva. Só faltou dizer que Judite de Sousa está casada com um ex-apoiante de Felipe Menezes.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Ontem disse que a Junta Militar que governa Myanmar exercia uma ditadura déspota, sanguinária, reles. Não estava enganado, mas fui brando em demasia. Myanmar é governado por um grupo de assassinos que merece, enquanto vivos e capazes, serem julgados pelo Tribunal Penal Internacional (claro que os Estados Unidos e a China, Índia, Paquistão, Indonésia, Iraque, Turquia, Egipto, Irão, Israel e Rússia não ratificaram).
Só o TPI é capaz de julgar quem coloca todos os entraves possíveis e impossíveis à entrada de auxílio internacional. A Junta birmanesa só está interessada em dinheiro e material. Não quer equipas de busca e salvamento, médicos, enfermeiros, ninguém. Só quer mesmo os valores materiais para continuar a usufruir de todas as condições em detrimento do povo subjugado.
É aqui que falha o direito e a justiça internacional.

Aliás o noticiário internacional de hoje é farto em paradoxos que nos deixam perplexos e questionantes sobre o como é isto possível e senão vejamos:
-Alberto Fujimori, actualmente na cadeia por abuso de poder e desrespeito pelos direitos humanos enquanto governou o Perú (de 1990 a 2000) prepara na cela a campanha do seu partido para as eleições de 2011.
-o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, admitiu ter recebido dinheiro de um empresário norte-americano quando era autarca em Jerusalém, mas afirmou que não vai renunciar ao cargo.


Que curioso. Ontem ouvi o Fernando Ruas (presidente da Associação Nacional de Municípios, presidente da Câmara Municipal de Viseu e militante social-democrata) dizer que apoia Pedro Passos Coelho na corrida à liderança social democrata porque "com ele [Passos Coelho] altera-se a situação: é o eng. Sócrates que tem que explicar o passado e não ele. O PSD precisa de um 'click' e a força dos seus 44 anos podem gerar isso".
O apoio não é porque as propostas do candidato sejam mais interessantes para o PSD, é sim porque tem 44 anos e não tem passado.
Desculpem lá qualquer coisinha, mas isto é...

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Um trabalho notável da artista nova-iorquina, Lena Gieseke sobre a "Guernica" de Picasso.

Possivelmente sou eu que sou doido, mas... Este pensamento assaltou-me o espírito depois de assistir à Grande Entrevista, na RTP, com Manuela Ferreira Leite.
Pois bem a senhora não foi de modas e disse «eu sou mais humanista, ele [Sócrates] é bem mais tecnocrata» para além de que revelou «indiferença em relação às pessoas e insensibilidade social» quando, para «reduzir o défice, mexeu nos certificados de aforro» e disse muito mais.
Importa parar para pensar trazer para cima da mesa questões como:
- qual era o valor do deficit quando esta senhora foi ministra?
- quem é que congelou a carreira dos professores?
- quem é que sacudiu a água do capote quando Bassoso deu de frosques?
É porque quem a ouve ainda "fica em dívida" para com a senhora e até parece que também não tem responsabilidade nesta situação.

Myanmar, a antiga Birmânia, é governado por uma Junta Militar, que exerce uma ditadura déspota, sanguinária, reles, aliás como são todas as ditaduras.
O país foi vítima do ciclone Margis no fim-de-semana passado. O resultado foi um rasto de destruição e morte. Segundo algumas indicações este ciclone provocou mais vítimas e mais destruição que o tsunami à dois anos.
Em face disto o que é que aconteceu? A Junta Militar demorou quase uma semana a aceitar ajuda humanitária, primeiro foram limpas as ruas dos generais importantes, fala-se que os militares estão a saquear os mortos antes de os entregar às famílias e mais grave ainda, e a ser verdade, é o facto de a Índia ter avisado do ciclone com 48 horas de antecedência e os generais nada tenham feito em prol da população.
Isto meus amigos, é genocídio.
Não sei como é que os arautos da liberdade e da democracia ainda não marcharam directos à Birmânia? E a antiga potência colonizadora que tanto gosta de "juntar os trapinhos" com os americanos?

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Ontem referi que a posição de Alípio Ribeiro tinha chegado ao ponto de insustentabilidade. Pois bem à tarde "desfez-se o casamento" e já próximo do final do dia foi anunciado o novo director da PJ.
Não pretendo fazer apreciações à pessoa escolhida, mas faço sim à conjectura. Esta nomeação merece-me um aplauso contido e uma contestação veemente.
Comecemos pela contestação. Este é o terceiro director desde 2006, com tudo o que isto significa de negativo para a PJ e para os seus elementos.
O aplauso vai para o facto de ter sido nomeado um homem da casa, ou seja um polícia de carreira.
Entretanto, como não podia deixar de ser aí estão os magistrados, acostumados que estavam em dominarem a seu belo prazer uma instituição que não lhes pertence, a esgrimir argumentos contra tal nomeação. Curiosamente vão mais longe, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público disse esta quarta-feira aguardar explicações do Governo sobre as razões da demissão do director nacional da Judiciária e os critérios para a nomeação do sucessor, pela primeira vez um investigador de carreira.
António Cluny diz mesmo à agência Lusa que «enquanto não houver uma explicação do governo sobre as razões da demissão do director nacional da Polícia Judiciária (PJ), os critérios de nomeação do novo director e enquanto o Governo não disser o que pensa das declarações de Alípio Ribeiro sobre a PJ não faço comentários».
Mas que explicações? A PJ por acaso é algum departamento do Ministério Público? Se fossem os homens da PJ a questionar o facto de terem de "levar" com um Juiz ou um Procurador percebia, agora assim não compreendo e mais, face à teoria da separação de poderes instituída na nossa democracia vejo de novo os juízes a palmilharem um terreno que não lhes pertence enquanto magistratura, a não ser que toda esta poeira seja propositada e então será urgente que se expliquem de uma vez por todas.

A prestações e sem juros outra vez? O Tribunal Constitucional condenou os partidos políticos a pagar uma multa no valor total de cerca de 305 mil euros. Em causa estão irregularidades nas contas do ano de 2004. Desta vez a fava calhou ao CDS/PP com a multa mais elevada: 69 464 euros. Mas os outros não escapam: PSD 67 636 euros; PS-66 539 euros; PCP-16 452 euros; BE-7 312 euros; MPT -4 387 euros; PDA-5 118 euros; PEV-4 387 euros; PH-5 118 euros; PND-8 043 euros; PNR-5 484 euros; POUS-5 484 euros; PPM-5 484 euros; PCTP-MRPP-33 723 euros.
Vejam lá este pessoal todo a pagar juros... era um mimo.
Entretanto não comprem o POC não que vão ver...

terça-feira, 6 de maio de 2008

Alípio Ribeiro assinou ontem, com a entrevista ao DE, a sua sentença, não direi de morte, mas de saída de director da PJ.
A partir de determinado momento percebeu-se que ele era um erro de casting puro e duro e que só a sua ligação a Alberto Costa permitiam a sua continuidade.
O facto de o ministro da Tutela não ter vindo a terreiro defender o director da PJ, como fez aliás no caso Maddie, é o sinal de que a situação atingiu o ponto da insustentabilidade.
E se eu percebo todas as críticas que lhe foram feitas, não deixo também de pensar que existe muito mais que não está a ser dito e que importa esclarecer nestes tempos em que o crime tem aumentado e é cada vez mais violento.
A PJ está(estava) reconhecida nacional e internacionalmente como sendo uma excelente polícia de investigação criminal. Só que o crime deixou de ser só o simples assalto com ou sem arma de fogo, o homicídio encomendado ou não, o desvio de meia dúzia de patacos por parte do contabilista à empresa onde trabalha ou a quem faz a escrita, o tráfico e consumo de droga, etc, e etc.
O crime hoje comporta outras nuances. O terrorismo é uma realidade, o crime económico tomou proporções sérias, o tráfico de droga e de seres humanos assumiu números de que não havia memória e saiu também para a ribalta um crime que, até então, circulava somente de boca em boca pelos corredores, durante certos jantares ou mesmo em determinadas viagens. Estou a referir-me ao tráfico de influências e à corrupção.
Com tal diversidade de crimes a PJ começou a não ter capacidade nem humana, nem material para combater tudo isto. Por outro lado e porque a imprensa está mais aguerrida, passou a ser mais visível o trabalho efectuado pela PJ, sendo que aconteceram casos que expuseram nomes que até aí se sentiam recatados e a salvo de qualquer observação.
Curiosamente, e sem referir ninguém em particular mas todos no geral, a partir desses casos mediáticos agudiza-se a queda da PJ.
Acresce a tudo isto a instabilidade direccional. Por um lado porque certos governos efectuaram substituições não olhando ao interesse nacional, mas sim à cor, depois porque quem pretendeu ser empreendedor acabou subvertido pelo sistema e por fim porque muitas vezes as próprias escolhas internas revelaram-se verdadeiros desastres.
Toda esta amálgama tem como resultado a PJ actual.
Um corpo de polícia excelente que não tem tido direcções à altura e onde se salvam uns quantos que persistem a navegar contra a maré, até quando não sei.

Estão a ver o que dá a falta de uma vaga de fundo? É só fel.

E por falar na Madeira, o PSD-M, CDS/PP-M, PS-M e BE-M solicitaram ao deputado do PND-M, José Manuel Coelho, para que se manifestasse contra a alteração ao regimento da Assembleia por via da palavra e não com o relógio de cozinha pendurado ao pescoço, facto "não dignificava a assembleia".
É verdade que não dignifica, mas o episódio protagonizado por Alberto João e pelos deputados do PSD-M aquando da visita de Cavaco também não dignifica, e sobre isso eu só vi paleio de praia por parte de todos.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O director nacional da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, defendeu em entrevista ao jornal Diário Económico a criação de um ministério que congregue todas as polícias, porque «traria eficácia ao seu trabalho».
Alípio Ribeiro considera ainda, para além de outras coisas, que a Polícia Judiciária tem demasiada exposição e que as pessoas que trabalham nesta força policial precisam de ser mais contidas.
Nunca o director da PJ esteve tão certo, realmente as pessoas que lá trabalham precisam de ser mais contidas, mas todos, o director também, já que quando abre a boca não entra mosca, mas...
E ainda dentro do mesmo tema, não percebo este desejo de mudança para o MAI?!

Mas não é só o director nacional da PJ, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, também vai pelo mesmo caminho: "cada cavadela, cada minhoca". A de hoje é de ir às lágrimas.

O PSD vai pagar a multa referente ao caso Somague em prestações porque o partido está sem crédito bancário e com graves dificuldades financeiras, diza hoje o Público. Segundo o mesmo jornal, o partido deverá pagar até 2010 uma coima de quase 270 mil euros em quatro prestações sem juros.
Sem juros?! Porquê? Cometem uma argolada destas, não são responsabilizados criminalmente e ainda pagam aos bochechos e sem juros? Mas tá tudo doido ou quê?

domingo, 4 de maio de 2008

Três crianças irlandesas foram ontem devolvidas aos pais pelo Refúgio Aboim Ascensão, Faro, que os acolheu nessa madrugada depois de os progenitores se terem embebedado e caído à entrada do hotel onde estavam instalados.
O casal, de 32 e 34 anos e os três filhos - dois meninos de 1 e 6 anos e uma menina de 2 -, estavam a entrar na noite de sexta-feira num hotel em Vilamoura, quando, visivelmente embriagados, caíram desamparados.
Não percebo como é que o Ministério Público determinou a devolução aos progenitores e não esperou pela decisão do Tribunal de Família e Menores que é a quem compete liderar a situação.
Curiosamente este caso acontece numa altura em que faz um ano que desapareceu Maddie.
E a propósito da data deixo aqui o meu profundo repúdio pelo recrudescer da campanha que os pais estão outra vez a desenvolver, pela actuação da SIC e pela palhaçada que ocorreu na Aldeia da Luz.
Um manequim a representar Maddie, uma concentração de jornalistas e algumas dezenas de curiosos eram o cenário que ontem antecedeu o início da missa na Igreja da Luz, igreja essa decorada com balões verdes e amarelos. Para completar o ramalhete o irmão de Gerry McCann deu uma conferência de imprensa num restaurante da Praia da Luz onde declarou que a família está «optimista» de que a menina vai ser encontrada, sendo que o senhor, que veio ao Algarve acompanhado pela irmã, o marido e um primo de Kate, disse ainda que o casal, apesar de ter vontade de vir, receou o regresso ao local que associa ao seu «pior pesadelo».
Claro que é o "pior pesadelo" até porque a reconstituição poderia mostrar ainda mais incongruências e o sr. Brown tem agora mais em que pensar.

Isto é mesmo um país da treta! Num país republicano, o pretendente à coroa portuguesa decidiu inaugurar as monarquias abertas e caso curioso escolheu o dia 25 de Abril para o fazer.

Querem mais hipocrisia? Eu cito: Tibete e Zimbabwe.

Eu li e gostei:
"E acha Cavaco que os miúdos andam mal informados. António Cunha Vaz diz que um dia chegou a casa e a filha vinha a chorar, porque, na escola, uma amiga lhe dissera que ele comprava jornalistas". Daniel Oliveira, Shots, Expresso

"O partido dos paradoxos. Ferreira Leite é rigorosa e deixou um défice de 6%. Santana Lopes é persistente e nunca levou um cargo até ao fim. Passos Coelho é novidade e está na política desde os 16 anos". Daniel Oliveira, Shots, Expresso.

sábado, 3 de maio de 2008

Nuno Jordão, em entrevista ao "Diário Económico", diz que se os hipers abrirem aos domingos à tarde e aos feriados, vai poder baixar os preços no Modelo e Continente.
E depois são os políticos os demagogos.
Onde paira a decência neste país?

Deveras importante a entrevista de Francisco Oliveira Pereira, Director da PSP, ao Expresso.
Antes de mais devo afirmar que não sou favorável aos sindicatos na PSP, GNR, e Forças Armadas.
Dito isto é importante salientar as palavras do Director da PSP, quando este diz que "há sindicatos a mais na polícia" e mais preocupante fica a questão quando igualmente afirma que " há uma média de 50 agentes por dia útil que estão dispensados para actividade sindical". Se a estes adicionarmos os que se encontram em tarefas administrativas e outras, então concluímos que nunca haverá polícias que cheguem.
E podem agora vir dizer que é dividir para reinar, que isso não pega. O que se passa é que o Director atirou e acertou mesmo no alvo.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Só faltava esta! Quando cada vez mais é urgente definir a laicidade do Estado face a qualquer religião ou Igreja, a Assembleia da República achou por bem aprovar esta sexta-feira um voto de pesar pela morte do Cónego Melo, com os votos favoráveis do CDS-PP e do PSD, a abstenção da maioria dos deputados socialistas e o voto contra do PCP, BE e PEV.
Onde paira a vergonha do Partido Socialista?
O Cónego Melo foi um elemento preponderante da extrema-direita no pós 25 de Abril. Um elemento sempre contrário aos princípios do Socialismo.
Onde paira a coragem de dizer não?
Dizem-me que no final da leitura do voto, e no momento imediatamente anterior a ser feito um minuto de silêncio, muitos deputados socialistas, como Vitalino Canas, Manuel Alegre, João Soares ou Vítor Ramalho, saíram da sala do plenário da Assembleia da República e que os deputados do BE abandonaram igualmente o plenário, tal como alguns deputados do PSD, como Emídio Guerreiro e Miguel Macedo, não tendo, assim, participado no minuto de silêncio.
E o que me interessa tal coisa?
Interessava-me sim que tivessem a coragem de dizer NÃO.
Para estes socialistas de pacotilha recordo Raul Rego, Fernando Vale e tantos outros...

Cavaco não se deu bem com as férias na Madeira. Isto é o que diz a sondagem Expresso/SIC/Rádio Renascença/Eurosondagem.

É por esta e por outras que os jovens e os menos jovens estão divorciados da política.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Hoje é Dia do Trabalhador. Mais uma vez as duas centrais sindicais caminham em espaços separados, embora desta vez com objectivos muito próximos.
Que pena que seja o poder político a determinar o que fazem as centrais. Enquanto tal acontecer os trabalhadores não podem esperar muito de quem diz que os defende.
Porque é neste dia que devo recordar um grande sindicalista que tanta falta fez ao sindicalismo português aqui fica a minha gratidão pelo muito que fez enquanto vivo e o meu lamento por ter partido tão cedo. O seu nome: Agostinho Roseta (Contrato social para a modernização, 1987).

Recomendo vivamente a leitura do artigo de Isabel Stilwell.

Li com atenção o artigo do DN sobre a operacionalidade da PJ e acreditem que fico preocupado. Aliás a preocupação já não é de hoje, até porque esta situação não é nova, tem é vindo a acentuar-se de ano para ano sem que ninguém tenha a coragem de dizer basta.
E curiosamente não vejo interesse em solucionar a questão mesmo por parte daqueles que conhecem a instituição por dentro e por fora e hoje ocupam cargos de relevo.
Numa altura em que o crime aumenta sermos confrontados com estas indicações é aumentar o sentimento de receio que já podemos constatar em muitas zonas.
Não partilho das palavras de Portas que revelam uma situação perfeitamente alarmista tão ao gosto da direita que usa e abusa do fantasma da insegurança para justificar um Estado repressivo, mas também não partilho das respostas de Alípio Ribeiro, nem dos silêncios do ministro.

e os rapazinhos querem o 25 de novembro...  pois se me é permitido (e o 25 de Abril deu-me essa liberdade) eu acrescento o 28 de setembro e ...