sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Vindo de professores, parece-me bem. Para que conste e antes de dizer seja o que seja, devo dizer que sou a favor da avaliação dos docentes, ao contrário destes que rodeiam, rodeiam, mas não querem é ser avaliados, aliás esta última história da auto-avaliação é de morrer a rir.
Mas não é isto que move este meu apontamento.
O que me deixou os cabelos em pé foram as declarações do dirigente sindical presente na manifestação das Caldas.
Manuel Micael, da FENPROF, disse tão só isto: «Não podemos desistir deste combate, muito menos agora que, unidos, estamos prestes a desferir a estocada final no bicho. E, perdoem-me a imagem, nos preparamos para lhe cortar o rabo e as orelhas».
Depois de algumas palavras de ordem, depois de incentivarem os alunos à greve, esta frase é mesmo a cereja em cima do bolo.
E depois queixam-se da falta de educação dos alunos...

Fazendo fé nas notícias o Banco Privado Português vai ser salvo pela Caixa Geral de Depósitos, o Millennium BCP, o BPI, o Santander Totta, o Banco Espírito Santo e o Crédito Agrícola com o aval do Banco de Portugal, claro.
Mas não são estes bancos que estão a recorrer à garantia bancária do Estado para se poderem financiar? Então têm dinheiro para financiar o BPP e não têm dinheiro para se auto financiar ? Expliquem-me muito bem. Expliquem-me como se eu fosse loiro, mas um loiro que não gosta de ver o seu dinheiro a voar,

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O esclarecimento que ninguem percebeu de Cavaco sobre o BPN deu aso a que ontem se publicasse que Oliveira e Costa foi um dos financiadores da campanha de Cavaco Silva.
Teria sido conveniente que Cavaco reflectisse melhor sobre os esclarecimentos que dá.

Merece uma leitura atenta o artigo de Pacheco Pereira na "Sábado" que vai para as bancas mais logo. Não tem nomes mas todos sabemos quem é o destinatário.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Estava o meu espírito posto em sossego, quando de repente Cavaco Silva vem alterar a minha quietude.
Eu esperava que dia menos dia Cavaco Silva viesse tecer comentários ou mesmo tomar atitudes face ao BPN, só que nunca nesta perspectiva.
Ora a Presidência da República esclarece que detectou uma «tentativa de associar» Cavaco Silva ao BPN, face a contactos para esclarecimentos, nesse sentido, «estabelecidos por jornalistas», motivo que levou Cavaco Silva a publicar uma nota que se pode ler aqui.
Curiosamente as únicas referências que tenho ouvido não é a Cavaco, mas antes ao cavaquismo. E aí meus amigos, nada a dizer: o BPN era mesmo a prateleira dourada de muitos cavaquistas.
O que eu pensava é que Cavaco vinha dizer que aceitou a demissão que Dias Loureiro lhe apresentou até que tudo esteja esclareciso.

sábado, 22 de novembro de 2008

De repente já toda a gente aceita a comissão de inquérito parlamentar. Um caso de polícia passa a caso político. A quem interessa não sei. O que sei é que se fosse eu já tinha pedido a demissão de conselheiro de Estado.

Ao que consta o Banco Privado Português precisa do aval do Estado para continuar a sobreviver. Eu percebo que o Estado seja obrigado a intervir, no sendido de acautelar o dinheiro dos depositantes, mas não deixa de ser estranho que um banco que é só gestor de fortunas, seja obrigado a socorrer-se do aval do Estado.

Curiosamente ou não, andam por aí umas vozes patéticas que teimam em fazer do caso do BPN um ataque ao que ainda restava do cavaquismo.
Curiosamente ou não, esta ideia parte de dentro do PSD. Utilizarem este caso para chegarem a Manuela é perfeitamente inusitado e de uma falta de ética digna de registo.
Isto só tem a ver com pessoas que se aproveitaram da sua passagem pela política para de uma forma ou de outra olharem só para si próprios.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Fico admirado. De repente Dias Loureiro passou a ser a personagem de momento. A carta a Jaime Gama para ser ouvido na Assembleia da República, a tentativa desesperada de se explicar e a grande entrevista na RTP, a RTP que nós todos pagamos.
Curiosamente o Bloco de Esquerda, o PCP, o CDS e o PSD queriam Oliveira e Costa e Dias Loureiro sobre o BPN. Só o PS estava contra.
Analisemos isto mesmo.
Os partidos de esquerda pretendiam criar um facto político que de uma só penada batia em dois pontos. Batia no Presidente da República, já que Oliveira e Costa foi secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, durante o X Governo Constitucional, trabalhando com o ministro das Finanças Miguel Cadilhe, por convite de Cavaco e porque Cavaco convidou Dias Loureiro para ser Conselheiro de Estado dentro da sua quota e ainda tinham forças para chamar a terreiro o Bloco Central.
Quanto aos partidos da direita é fácil perceber. Primeiro porque querem deitar abaixo Vítor Constâncio, depois porque foram contra a nacionalização do BPN.
Curiosamente desde o início que ouço dizer que o BPN é um caso de polícia e não político, Aliás a política só interviu quando percebeu que o dinheiro dos depositantes estava em perigo.
Se o caso é de polícia porquê a audição no parlamento? Terá o parlamento sido transformado em órgão de polícia criminal?
Vamos lá deixar que a polícia investigue e que os juízes julguem; já agora, e se não for pedir muito, que tal julgarem mais cedo.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Com que então ironia?! Só se for do destino. Ontem falei das asneiras que Manuela Ferreira Leite teima em largar pela boca fora, não imaginando que hoje fosse obrigado a regressar ao tema, mas tem que ser.
No fim de um repasto promovido pela Câmara de Comércio Luso-Americana, Manuela Ferreira Leite elegeu a reforma do sistema de justiça «como primeira prioridade» para ajudar as empresas portuguesas.
Claro que a coisa não teria consequência se a referida senhora se tem ficado por essa temática. Mas não, questionada sobre o que faria para melhorar o sistema de justiça, a líder do PSD não se fez rogada e quis afastar-se da atitude do primeiro-ministro, José Sócrates, que «na tomada de posse anunciou como grande medida reduzir as férias do juiz».
Aqui a coisa também ainda não era grave.
Mas Ferreira Leite achou que isto ainda não chegava e... avançou a toda a velocidade defendendo a ideia de que não se deve tentar fazer reformas contra as classes profissionais, Manuela Ferreira Leite declarou: «eu não acredito em reformas, quando se está em democracia...»... «quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se», e de seguida a presidente do PSD, acrescentou: «E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia».
Ressalta de tudo isto o seguinte:
Ferreira Leite critica as reformas do Governo sem nunca apresentar alternativas. Agora percebe-se porquê: para ela tudo deve ficar na mesma e mais grave, não afronta as classes profissionais, sejam elas quais forem.
Isto já não indiciava nada de bom para quem se pretende afirmar como alternativa ao governo, mas pior fica quando se ouve dizer que para fazer reformas é preciso interromper a democracia.
Por muito mau que seja este Governo, ele será sempre melhor do que um liderado por esta senhora.

No Boletim Económico - Outono 2008 do Banco de Portugal, na parte A Economia Portuguesa em 2008 (pág. 53), encontramos este naco de prosa:

A duração média do desemprego aumentou, de 22 meses no primeiro semestre de 2007 para 23.1 meses em igual período de 2008, o valor mais eleva do dos últimos 10 anos e consistente com a tendêcia do aumento do peso do desemprego de longa duração. Assim, num contexto de diminui ção da taxa de desemprego, verifica-se que a generosidade do regime de subsídio de desemprego, que contempla uma elevada cobertura financeira e uma duração potencialmente elevada das prestações, continua a contribuir para um nível elevado de desemprego de longa duração. Note-se, ainda, que os beneficiários do subsídio de desemprego têm vindo a representar uma maior proporção dos desem pregados, na sequência da recente legislação do subsídio de desemprego, que desincentiva a declaração do estatuto de inactivo.

Só podem estar a reinar com a malta. Generosidade é a que nós todos temos face aos vencimentos e mordomias prestados pelo Banco aos seus directores.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

E agora?! A líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, afirmou no passado domingo, na Curia, que Portugal ainda não recebeu verbas do novo quadro de apoio comunitário devido ao «oportunismo e ineficácia» do Governo.
Mas Manuela não se ficou só pelo «oportunismo e ineficácia» foi mais longe e disse que «provavelmente por interesses partidários e provavelmente para concentrar mais perto das eleições a entrada de fundos comunitários, tem-se prejudicado o país de forma inaceitável».
Mas claro que isto foi só da boca para fora, já que provas népia.
Pois bem estava Manuela Ferreira Leite toda embevecida por ter "descoberto a pólvora", quando alguém decide chama-la à razão.
E quem é que poderia ser?
Nada mais nada menos que Dennis Abbott, porta-voz para a Política Regional da Comissão Europeia, que veio dizer que não há atrasos na atribuição de verbas comunitárias ao nosso país e que no quadro da política de coesão, ainda só foram destinados adiantamentos.
Ora, assim sendo a líder do PSD produziu afirmações erradas.
Se vai ou não pedir desculpa é algo que só ela pode decidir, mas que Filipe Menezes tem razão quando diz que o melhor talvez seja mesmo ela estar de boca fechada, disso não há a menor dúvida.

Estes juízes são uns inocentes e acreditam no Pai Natal. Deve ser por estarmos na época natalícia. Até estou admirado da Associação Sindical dos Juízes, o Sindicato e demais personagens não virem dizer que também aqui a culpa é do novo Código Penal.

E por falar em justiça, continuo à espera que a Ordem dos Advogados ganhe um pouco de juízo e saia de assistente do caso da mãe de Joana contra os elementos da PJ.
Marinho Pinto que sabe bem o que é uma "caballa", bem que podia arranjar um estratagema para sair airosamente deste imbróglio.
Face ao que foi dito, às muitas incongruências demonstradas quanto mais tarde for a saída pior fica a Ordem.

sábado, 15 de novembro de 2008

A líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, pediu hoje em Leiria a suspensão do modelo de avaliação dos professores, considerando que este "já provou na prática que não funciona".
Curiosamente esta senhora descobriu a pólvora.
Como é que ela pode dizer que este modelo já provou que não funciona, se os professores, os partidos da oposição e os sindicatos se encarregaram de não o deixar funcionar.
Atenção que não referi aqui os pais, mas fi-lo de propósito, já que esse só desejam que os professores sejam avaliados e que os filhos tenham um ensino decente.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

As declarações dos estudantes do secundário de Trás-os-Montes são a cereja em cima do bolo. Ouvi-los no Primeiro Jornal da SIC só serviu para confirmar aquilo que já se comentava à boca pequena: os professores também estavam por detrás destas manifestações dos alunos.
É a descridibilização total.
Gostava de ver os sindicatos a falar disso, mas claro que eles nem abrem a boca.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Talvez seja importante ler o artigo na página 6 do 24 horas de hoje. Leiam bem as palavras de Arsélio Martins e reflitam.

Chamo também a atenção para um programa que passa hoje após as 19 horas na TSF. Chama-se "Os filhos da solidão". Espero que não seja uma simples pedrada no charco, mas antes um pedregulho que agite e provoque ondas.

Gostaria de saber como é que alguém se demite para depois se candidatar de novo (tirando o caso de Alberto João Jardim). Refiro-me aos reitores Sampaio da Nóvoa da Universidade de Lisboa e António Rendas da Universidade Nova de Lisboa.

Não aceito que os reformados da Função Pública com pensões superiores a 611 euros passem a descontar sobre 14 meses para a ADSE. Se me disserem que a partir de 1 de Janeiro de 2009 os novos funcionários passam a descontar os 14 meses, eu estou de acordo. Agora obrigar os reformados a descontar e os funcionários no activo não é algo que não passa pela cabeça de ninguem.
Com a agravante de que Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, ter garantido em Abril que a situação, considerada "injusta" pelo provedor de Justiça, seria corrigida.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Desde o passado Sábado que temos sido confrontados com informação e contra-informação no que respeita à educação. Sendo que ontem em Fafe foi colocada a "cereja em cima do bolo".
Já todos nós percebemos que os professores não são iguais aos outros trabalhadores, ou seja, não querem ser avaliados. Sim é tão só isso e nada mais.
Vejamos.
Toda e qualquer reforma produz alterações profundas, alterações essas que vão contra o status estabelecido, assim sendo há que lutar, mesmo que a reforma seja fundamental.
Claro que eu percebo que não é agradável de repente depender de uma avaliação para subir de escalão, quando até ao presente momento a subida era automática após três anos de serviço.
Ao fim e ao cabo o que eu pergunto é: esta avaliação é má porquê? Já a experimentaram?
Mais, os professores dizem que é um processo burocrático, o ministério diz que não. Com tanto tempo de antena que se gastou com o assunto, ainda ninguem (nem professores, mem ministério) foram capazes de juntar um exemplar de cada uma das folhas obrigatórias e mostrar publicamente para que os que não estão numa ou noutra parte possam aferir da carga burocrática ou não do processo.
Claro que eu percebo a resistência dos sindicatos e dos sindicalistas. Há quanto tempo estão os sindicalistas fora do ensino?
Eu não digo que a proposta ministerial seja integralmente boa e que não deva ser melhorada, mas claro que isso só é possível após a constatação in loco do que tem de ser mudado.
Mas tudo isto é mais complexo.
A falta de educação revelada ontem por um grupo de alunos de Fafe, pode muito bem ser explicada com a ajuda das manifestações dos professores e devido à intervenção de grupos de estudantes politicamente situados e enquadrados.
Claro que se os alunos veem os professores manifestarem-se da amneira que o fazem e com as palavras de ordem que utilizam, pensam que também eles podem fazer o que bem querem e lhe apetece.
Quase que vislumbro a face de satisfação que os contestatários habitués expuseram quando tiveram conhecimento das atitudes de má educação desses tais alunos.
E os pais desses meninos, o que fizeram? Deram-lhes mais um telemóvel topo de gama?
Que nenhum professor tenha a ousadia de se vir queixar de que um qualquer aluno o tratou mal ou lhe fez algo até pior, porque perderam legitimidade para isso.
Quanto à Confederação de Associações de Pais e demais organizações de encarregados de educação, não sou capaz de entender o porquê de estarem calados, quando são os nossos filhos que estão em causa.
Quanto a Manuel Alegre, espero já há muito que ele deixe de estar "abrigado" pelo chapéu do PS.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Tanta parra e afinal... pouca uva. De repente somos confrontados com algumas realidades que dificilmente podemos aceitar por parte de quem tem feito questão de se apresentar como um quase Robin Wood.
O CM noticiava hoje que um advogado de Lisboa tem o Bilhete de Identidade caducado há 13 anos, foi considerado contumaz há cinco e nunca abdicou de litigar em tribunal e que para não ser apanhado, tem-se feito representar por outros juristas, com a agravante de a Ordem dos Advogados (OA) conhecer o caso desde 2005, e nada ter feito até ao momento.
Mas não fiquemos por aqui.
Outro caso onde existem umas misturas algo esquisitas é igualmente descrito pelo CM.
Se a isto juntarmos o caso dos elementos da PJ que alegadamente bateram na mãe de Joana e o silêncio ensurdecedor que a OA tem mantido sobre o assunto, começo a ficar seriamente preocupado com a capacidade de intervenção da Ordem.

Dois elementos "feridos de morte". A partir da investigação dada a conhecer pela SIC ontem o ministro Manuel Pinho e o Presidente da Autoridade da Concorrência, Manuel Sebastião, estão chumbados definitivamente.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

No sábado houve manifestação de professores. Digam lá o que quiserem, mas ninguem me tira da ideia que o que se passa é que os professores não querem ser avaliados e mais, têm razão os que se queixam de que o Memorando não foi respeitado, mas claro é preciso mostrar que se tem força e capacidade de mobilização para se poder estar na calha para secretário geral da CGTP, mas claro isso são outras conversas.
Mas melhor do que isto são as novas manifestações.
Dois movimentos de professores mantêm a convocatória de uma manifestação para sábado, em Lisboa, contra o processo de avaliação e pela necessidade de pôr fim ao memorando de entendimento assinado pela Plataforma Sindical com o Ministério da Educação.
Percebemos bem.

sábado, 8 de novembro de 2008

Ora toma. No "Expresso da Meia-Noite" o economista e vice-presidente do PSD António Borges fez questão de atacar Vitor Constâncio, como supervisor do sistema bancário, de atacar a nacionalização, e até de tecer algumas considerações sobre o sistema bancário.
Perdõem mas fico pasmo.
E sabem o porquê desta minha admiração?
Porque António Borges foi vice-presidente da Goldman Sachs Internacional desde 2000 até mais ou menos Junho de 2008.
Curiosamente a Goldman Sachs foi um dos primeiros bancos a receber o apoio do estado norte americano, já que foi um dos primeiros a declarar a incapacidade para regularizar os seus compromissos
Vale a pena continuar?

Boa parte dos factos foram dados como provados. "É evidente que houve entregas de dinheiro ao Futebol Clube de Felgueiras. Deu-se também como provado que existiram retornos da Resin para financiar a campanha do PS. Havia contratos simulados, ajustes directos, no trajecto passaram-se facturas falsas." Mas, no final, um ano e meio depois do julgamento começar, nada disto resulta em condenações.
Claro que estou a falar do caso de Fátima Felgueiras, onde a montanha pariu um rato com uma condenação de três anos e três meses de cadeia revertidos em pena suspensa e à perda de mandato, só que não aplicável para já.
Ou seja de recursso em recurso vai andar até às próximas autárquicas, sendo que ela vai ser candidata.
Claro que tudo isto se passa porque a justiça, e perdoem o pleonasmo, não é justa.
Se fosse justa, esta senhora tinha sido presa no Brasil e como havia perigo de fuga ficaria em preventiva e não tinha sido candidata.
Mas como vivemos num país de faz de conta tudo é possível.

Ainda pensei que Manuela fosse falar sobre o caso da Madeira e do BPN. Afinal enganei-me. Só disse que era melhor suspender o processo de avaliação dos professores. Pudera...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Todos nós já sabíamos que o poder instituído na Madeira não convive bem com a democracia. Especificando melhor: o PSD-M não foi feito para viver em democracia.
E o pior disto tudo é que nós somos culpados porque qualquer coisa que aconteça na Madeira só recebe da nossa parte um sorriso e um encolher de ombros.
Da parte do PSD nacional existe uma subserviência confrangedora.
Da parte do Presidente da República existe uma aquiescência que dá pena.
O Governo tentou impor algumas regras, pelo menos no campo económico, e foram apelidados de malandros, de vingança política, cubanos, «barata mentirosa», «intuitos ditatoriais», «Mugabe da Europa», etc., etc..
Que a atitude do deputado do PND deixa muito a desejar todos nós sabemos, mas daí a impedir a sua entrada no Parlamento Regional, retirar-lhe a imunidade, suspender o mandato, enfim as atitudes ditatoriais do costume.
Andou mal Ferreira Leite ao falar de falta de liberdade nos Açores. Espero que agora corrija as coordenadas que são 16° 16' 30'' W e 17° 16' 38'' W, localiza-se entre os paralelos de 32° 22' 20'' N e 33° 7' 50''.
De revelação em revelação até ao esclarecimento total, pelo menos espero e desejo.

O presidente da Associação Nacional de Sargentos acusou as chefias militares de ignorarem o mal-estar nas Forças Armadas, sendo por issso que ele, Lima Coelho, está a apelar aos militares para faltarem ao almoço de hoje nos quartéis. O objectivo é dar a entender aos responsáveis que há matérias que não podem ser tratadas com «ligeo barireza».
Não sei se os militares faltaram ou não ao almoço ou se somente não foram à messe e optaram por umas sandes no bar.
O corporativismo sempre foi mau conselheiro.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A saga continua. Diz o povo que quanto mais se mexe na trampa, mais ela cheira mal. Nada melhor se poderia aplicar ao caso BPN. Só que neste caso ainda bem que se mexe.
A ser verdade a notícia que tem hoje honras de primeira página do DN ficamos a perceber o porquê de a nacionalização não ser bem vista.

Este caso do BPN merece uma reflexão mais cuidada e até mesmo acutilante.
O negócio dos bancos é tão só o de recolher poupanças e emprestar dinheiro. Tudo o mais que possamos constatar faz parte de outro negócio que não o bancário. (ver história aqui)
Talvez seja por isto mesmo que se dizia que os banqueiros nunca foram muito ricos e sempre que o foram foi com outros negócios que não a banca.
O negócio dos bancos era pago com a margem de lucro (hoje designada como spread). A revolução bancária e tecnológica na década de oitenta e a revolução da internet e da globalização na década de noventa do século passado e especialmente a necessidade política de resolver o verdadeiro conflito social que é a luta de classes, a moda do acesso ao crédito e à propriedade, este sim verdadeiro detonador das classes médias ocidentais, expansão do crédito como fundamento do desenvolvimento, obrigou que os bancos crescessem e a multiplicassem o número de balcões.
Mas este crescimento e multiplicação trazem o reverso da história: - aumentam os custos e diminuem as margens.
Ora assim sendo não há negócio que resista.
Mas o que era impensável sucedeu. O negócio resistiu.
Só que resistiu à custa de operações de resseguro, trading e financiamento internacional.
Daqui à especulação foi uma viagem muito pequena.
Claro que nem todos perderam com este imbróglio fantástico, houve mesmo quem ganhasse.
Ganharam as classes trabalhadoras, que passaram a deter capital e passaram a ser proprietárias, nomeadamente de habitação própria.
Ganharam as instituições financeiras e os seus accionistas.
Ganharam os Estados e as elites que os dominam por via fiscal, pois recolheram sempre cerca de 45% do movimento em impostos, engordando assim os cofres públicos e os orçamentos.
A morte estava pré-anunciada. Só não via quem não queria.
E foi essa não visão, ou o controlo, que fez o resto.Agora o problema do negócio era já um problema de liquidez, que os governos tentaram resolver, ora isolando os créditos tóxicos, ora reforçando com avales a capacidade de endividamento das instituições e finalmente recorrendo à nacionalização, total ou parcial, das instituições bancárias.
Mas seja de que maneira for a partir de agora nada será como dantes e a prová-lo está a nacionalização de um banco em Portugal 33 anos depois da onda nacionalizadora e já com a democracia se não consolidada num todo pelo menos em parte.

Os estudantes do ensino básico e secundário realizam hoje um Dia Nacional de Luta, com manifestações um pouco por todo o país contra o novo regime de faltas e a criação da figura do director nas escolas.
Lamentavelmente continua a instrumentalização dos meninos.
Depois admiramo-nos da pobreza académica que por aí grassa.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Ontem ouvi Miguel Cadilhe tecer críticas quer ao Governo, quer ao Banco de Portugal.
É verdade que o BdP não está isento de críticas, mas nas afirmações de Cadilhe nota-se que este ainda não se esqueceu do episódio do BCP. O mesmo se passa com Bagão Félix. As suas declarações ontem na SICNotícias provam o ódio de estimação que nutre por Constâncio.
Quanto ao Governo Cadilhe não tem razão.

Ainda sobre o panorama bancário nacional, convém não esquecer que Vítor Constâncio disse ao "Expresso" que havia dois bancos em dificuldade.
Um a gente já sabe. Talvez seja interessante não permitir que o outro chegue ao descontrolo deste.

Já aqui disse que a Ordem dos Advogados vai sair suja deste processo e mais, os advogados vão cair no ridículo.
Onde está Marinho Pinto, o defensor dos fracos e oprimidos?
As declarações do advogado da mãe de Joana são ou não suficientes para que lhe seja movido um processo disciplinar.
Como é que é possível que Rodrigo Santiago continue a pactuar com esta farsa?

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Ontem enquanto o Estado olhava para os depositantes do BPN, os administradores e investidores estavam de boquinha fechada.
Hoje, como a coisa estava segura, vai de desancar a acção governativa.
É preciso ter desfaçatez.

Parece que o líder da bancada do PSD disse nas jornadas parlamentares que o projecto do PS é o "capitalismo de Estado" ou "neo-socialismo", que desqualifica progressivamente a democracia, pelo que o seu partido se oporá a esse caminho.
E que tal começar por se opor a que o Estado limpe a barra ao banco do PSD.
Voltando ao BPN. Será possível que o Estado vá indemnizar os accionistas? Mas o Estado vai indemnizar aqueles que se encarregaram de promover maus negócios e/ou negócios escuros. Lamentavelmente tenho sérias dúvidas se alguém vai ser castigado como merecia (tomemos o exemplo do BCP).
O que acaba por acontecer é que vamos ter de pagar as asneiras que os administradores e accionistas andaram a fazer. Sim não tenhamos dúvidas que o BPN vai ser dissolvido na Caixa Geral de Depósitos, já que os privados não querem saber do BPN para nada.
Mas este caso traz a reboque mais algumas inquietações que é preciso salientar.
Primeiro. O Banco de Portugal, como entidade reguladora do sistema bancário, não está isento de culpa de tudo isto, como já não esteve no BCP. O cidadão comum que acompanhasse as muitas notícias que iam sendo publicadas nos jornais facilmente constatavam que algo de anormal se passava. Ao que parece, no meio bancário as desconfianças eram certezas.
Por isso, bem pode Vítor Constâncio dizer o que quiser que inocência não é uma capa que lhe assente bem.
Segundo. Estamos perante um problema financeiro ou político? Sim porque é preciso que exista coragem e tal como se falou no caso de Carlos Santos Ferreira, por ser apoiante do PS, é preciso dizer que o BPN está ligado aos sociais-democratas.
Terceiro. Eu percebo que o Estado pretendeu proteger os depositantes, mas não percebo o porquê de só nacionalizar o BPN e não a Sociedade Lusa de Negócios que é a detentora do banco, aliás os administradores e os accionistas são os mesmos. Mais, a SLN tem outros valores que podiam minimizar o buraco, como é o caso da Real Seguros. Então porquê ficar fora deste negócio.
Aqui fica mais alguma prosa que pode ajudar a esclarecer tudo isto.
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/nacional/empresas/pt/desarrollo/990779.html
http://www.bolsatotal.com/archive/index.php/t-14343.html
http://web3.cmvm.pt/sdi2004/emitentes/docs/fsd7034.pdf
http://arrastao.org/sem-categoria/a-eminencia-parda-de-um-pais-que-se-devia-chamar-sociedade-lusa-de-negocios/
http://www.portugaldigital.com.br/noticia.kmf?noticia=5627317&canal=159
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/edicion_impresa/financas/pt/desarrollo/1154905.html

Este é que anda mesmo por aí e de língua afiada.

domingo, 2 de novembro de 2008

Lá vamos nós pagar os dislates de uns quantos ex-ministros e secretários de Estado que foram colocados a gerir o BPN.
Se quisermos ser mauzinhos podemos dizer que está à vista o porquê de Cadilhe ter ido buscar o homem que na CMVM investigava o BPN.
Para os mais esquecidos aqui fica um pequeno registo histórico
http://www.ahbva.pt/default.asp?news=250&searchText=dn
http://www.bpnbrasil.com.br/Apresentacao/ApresPortugues1712.pdf
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=296505
http://ww2.publico.clix.pt/print.aspx?id=1318287&idCanal=undefined
http://pontedosor.blogspot.com/2008/06/ladresfinos.htmle
Ficávamos aqui até de manhã e não daríamos conta de tudo.
Se quiserem peguem nos nomes que vêm na notícia do Público e façam uma pesquisa e vejam quem foram e quem são.
Apesar de tudo compreendo e aceito a resolução do Governo.

Não acham melhor pedir ao José Gomes Ferreira da SIC para dar umas aulas de economia ao Prof. Marcelo Rebelo de Sousa? É que assim as gaffes não eram tantas.
Ah... e já percebemos o assunto do Santana, tá na cara que o prof. é contra eo resto são tretas.

sábado, 1 de novembro de 2008

Tinha de vos falar do tal ranking das escolas. Todos os anos somos confrontados com rankings que mais não fazem senão enaltecer as virtudes do ensino privado e deitar por terra o ensino público e curiosamente encontramos alguns docentes que leccionam no público a acompanhar e até mesmo a corroborar este bota-abaixismo.
Não sei se enaltecer o privado e escorraçar o público fará parte de alguma estatégia ou se será tão só uma qualquer demência.
O lamentável de tudo isto é que se analisarmos esta tão propalada lista verificamos que nos lugares cimeiros estão estabelecimentos que "vendem" formação por preços altíssimos, logo onde só pontuam pessoas com elevadas posses, mais um dos estabelecimentos dos lugares cimeiros pertence a uma determinada congregação religiosa que tem mais estabelecimentos, só que não figuram nos lugares cimeiros. Por que será?
Porque neste vende por preços altissímos e nos outros aluga ao Estado por preços bem inferiores. Explicitando: no que está nos lugares cimeiros são os filhos das famílias que podem comprar a formação, nos outros dois os utilizadores são famílias de menores recursos e que recebem subsídio do Estado.
Chocados?!
Não, já que era disto que estava à espera.
Chocados com a palavra vender?
Não sei porquê? Não estamos perante uma empresa privada que tem por finalidade o lucro? Então chocados porquê?
Talvez por isso, o melhor é mandar os rankings às urtigas e preocuparmo-nos seriamente com uma formação académica como deve ser.

Ainda no campo do ensino. Vai haver nova manifestação dos professores. Lamentavelmente os professores continuam a dar tiros nos pés. O memorando assinado pressupunha a existência de avaliação e atenção que o memorando foi mesmo assinado. Pior do que isso, ninguém percebe a recusa em serem avaliados como qualquer outro profissional.
Por muitas voltas que possam dar ao texto, será sempre e tão só uma manifestação contra a avaliação.

As autárquicas continuam a colocar o PSD em bolandas. Como se já não fosse suficiente a guerra Santana versus Marcelo/Pacheco, junta-se agora ao triunvirato Pedro Passos Coelho. Carreira deve estar furibundo e Ferreira Leite tomou por certo mais um Prozac. O tio Ângelo Correia continua bem como sempre. Aprendam enquanto o "velho barão" dá aulas gratuitas.

e os rapazinhos querem o 25 de novembro...  pois se me é permitido (e o 25 de Abril deu-me essa liberdade) eu acrescento o 28 de setembro e ...