quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Eu bem gostava de me alhear de tudo e ir para férias, mas quê, Marques Mendes teima em ser meu carrasco e obriga-me a regressar às lides bloguistas, deixando de lado as férias.
O discurso do Pontal é tão mau que não pode passar em claro.
Primeiro, e que me desculpem os militantes social-democratas, acho perfeitamente a despropósito a intervenção de Marques Mendes.
Se o PSD queria fazer "reentré política" no Pontal e porque o partido atravessa uma momento de campanha interna em que Mendes é um dos intervenientes, deveria ter sido incumbido dos discursos Mendes Bota, líder do PSD/Algarve.
Assim, com esta atitude, Marques Mendes acabou por ter um comportamento ético pouco digno e de pouco respeito pelos outros candidatos.
E caso não bastasse o que anteriormente fica dito, Mendes avançou para caminhos pantanosos, onde em casa frase só se enterra.
Por exemplo, quando disse «Só há uma solução: unir esforços para derrotar este Governo e este primeiro-ministro em 2009. Para dar um novo rumo a Portugal. Para dar uma nova esperança aos portugueses. Não é preciso mudar os portugueses. O que é preciso é mudar o Governo de Portugal. Conto convosco. Não é o interesse partidário. É pelos jovens, pelos pais, pelas famílias», esqueceu-se de referir que foi também ministro durante três anos antes de Sócrates, três anos que representaram a desbunda nua e crua e o pior que se conhece em matéria de dirigir este país.
Por certo que Mendes não está a falar deste país quando refere que «[Sócrates] o maior cobrador de impostos do nosso País, é o primeiro-ministro que mais prometeu e menos cumpriu». Claro que é o maior cobrador de impostos, há que tapar a desbunda anterior, na qual ele participou.
Mendes referiu que o PSD vai lançar em Setembro a criação de um programa especial de redução das listas de espera nas doenças de cancro. Marques Mendes afirmou-se «chocado» que um doente oncológico chegue a esperar um ano por «uma consulta, tratamento ou operação».
Sobre estta matéria recomendo-vos uma leitura do Comunicado do Conselho de Ministros de 26 de Abril de 2002, sendo que nessa altura governava o país o XV Governo Constitucional.
Sobre a matéria estamos conversados.
Mais haveria a dizer, mas será suficiente dizer que afinal o discurso do Pontal, foi um pedido de socorro. A frase «Só há uma solução: unir esforços para derrotar este Governo e este primeiro-ministro em 2009» só tem uma leitura: acudam-me que eu não sou capaz de derrotar o homem sozinho.
É ridículo e confirma na íntegra a falta de capacidade para chegar algum dia a primeiro-ministro e já nem é preciso salientar que esta personagem foi à Madeira defender com unhas e dentes um indivíduo que já há muito devia estar erradiado da política portuguesa.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

O mercado hipotecário de alto risco americano está em crise, crise essa que produz mais ondas de choque que um terramoto.
Face a tudo isto, o BCE foi obrigado a tomar algumas medidas, entre as quais, injectar 155 mil milhões de euros no mercado interbancário e quem sabe, talvez se veja confrontado com a necessidade de evitar a subida das taxas.
O curioso disto é que os Bancos em Portugal já anteciparam a subida dos juros.
Estou curioso por constatar se, e caso não se verifique a subida, se os bancos recuam e voltam aos valores anteriores?
Mas mais, se isto não acontecer, será que algum organismo, ou alguma associação vai, por si só, pugnar pela defesa dos muitos prejudicados?!

Esta é a nota que vos deixo antes de férias. São apenas alguns dias para poder retemperar a saúde. Obrigado a todos os que visitam este espaço e felizmente são alguns.


domingo, 12 de agosto de 2007

Cadê os outros. O comunicado do candidato à liderança do PSD Castanheira Barros enviado à Lusa para posterior difusão é de ir às lágrimas de tanto rir.
Não é este mês que o Casino de Lisboa promove espectáculos de "stand-up comedy"?
Qual Bruno Nogueira, qual Aldo Lima? São meros aprendizes.

Ainda e hoje Torga. O DN tem feito um trabalho soberbo no Centenário de Torga. Hoje foi novamente uma peça excelente. Dá gosto ver este jornalismo.

Claro. Agosto está a ser o pior mês de sempre nas audiências da SIC desde que Penim tomou conta da programação (Setembro de 2005).
Eu só me admira é como é que tem dias que ainda fica à frente da RTP1. Vejam o caso da série "Uma casa na pradaria" transmitida este fim-de-semana.
É uma série por todos conhecida e que fez furor noutros tempos na RTP. Agora com uma roupagem nova e com outros actores regressou em dois episódios.
Porque conhecia a série fiquei entusiasmado em a visionar de novo em família.
Quando me apercebi do horário a que iria ser transmitida amaldiçoei quem decide a grelha de programação, ou seja o Director de Programas.
A série começou à 1hora da manhã de domingo e terminou (passaram as duas partes) às 4horas da manhã.
A imbecilidade paga-se cara e com asneiras destas não haverá santo Balsemão que o salve. E ainda bem.

Não gosto de falar de futebol, mas não posso evitar deixar aqui expresso que a vitória de ontem do Sporting sobre o Porto foi qualquer coisa. E digo isto não por aquilo que cada um jogou, ou pelos casos do jogo e que prejudicaram manifestamente o Porto. Mas digo isto face às declarações antes proferidas pelo treinador Jesualdo Ferreira que eu, pessoalmente, acho um petulante.
Disse o referido senhor que para quem estava no FCP vencer era algo de imperioso e normal, era como lavar os dentes. Pois bem, ontem este senhor deu um péssimo exemplo de higiene oral: não lavou a dentuça.

sábado, 11 de agosto de 2007

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

São mesmo uns queridos. Fiquei a saber pelo JN de hoje que o mês de Setembro deverá marcar a reabertura do roteiro "Passear na literatura" com Miguel Torga, uma visita guiada que dá a conhecer os lugares emblemáticos da cidade de Coimbra relacionados com o escritor, cujo centenário de nascimento é assinalado no domingo.
Mário Nunes, vereador (ainda ninguém percebeu como) da Cultura da edilidade conimbricense, disse à Lusa, que o sucesso da iniciativa, lançada em Janeiro, e a inauguração, no domingo, da Casa-Museu Miguel Torga, fazem com que a autarquia projecte retomar os percursos já no próximo mês. "A nossa expectativa é que, com a abertura ao público da Casa-Museu, haja maior curiosidade das pessoas para fazerem o percurso"
Este vereador é um "must". e acho a ideia interessantíssima, só que...
Como é que o roteiro faz quando chegar à parte da Brasileira e do Arcádia os míticos cafés da Rua Ferreira Borges, que Torga frequentava com o saudoso Fernando Valle e que hoje são lojas de pronto-a-vestir?
Como é que o roteiro vai fazer quando chegar ao Bairro de S. José, é que a Gráfica de Coimbra está hoje sita na Palheira?
Mas claro isto sou eu a questionar?

Ainda sobre Torga, um excelente artigo no DN de hoje. Era dispensável o inserir de Alegre.

A mim pouco me importa se é o Marques Mendes ou o Menezes a vencer a disputa interna no PSD.
Mas já me fazem alguma impressão as declarações de Paula Teixeira da Cruz ao CM e que reputo mesmo de perfeitamente a destempero.
Aliás só as interpreto como uma tentativa desesperada de Teixeira da Cruz para ser candidata a qualquer posto.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Cá, funciona ao contrário. É comum ouvir que a liberalização tem como finalidade beneficiar o consumidor.
Não coloco em dúvida as intenções do legislador, só não sei o que se passa em Portugal que a liberalização é sinónimo de aumento.
Foi assim com os combustíveis, foi assim com os medicamentos de venda livre, vai ser assim com a electricidade e o mais que surja no futuro.
No caso dos combustíveis já aqui falei e mais que uma vez, por isso não me vou repetir, agora o caso dos medicamentos é interessante.
Os laboratórios aproveitaram a questão dos medicamentos de venda livre e aumentaram-lhes o preço. O porquê não sei, mas que aumentaram, aumentaram.
Vejamos o exemplo do Thrombocide (sendo que há outros). Em 2005 o seu valor era de 1,6 euros e agora custa 2,4 euros, ou seja teve um aumento de 45%.
Se a este aumento juntarmos a margem de lucro do vendedor - a farmácia ou a loja, constatamos de imediato que a liberalização foi um negócio chorudo mas para os laboratórios e para quem vende.
E digo para quem vende porquanto antes da liberalização, as margens estavam fixadas - a farmácia só podia ter um lucro até 20%, mas hoje cada estabelecimento cobra o que entende.
Mas e ainda relativamente aos medicamentos, não podemos ficar só por aqui.
Curiosamente a Deco fez um estudo onde sobressai o Antigripine como o medicamento que mais encareceu (42%). Mas na referida tabela da farmácia, a subida por unidade de toma é de 8% à saída da fábrica. O que não explica os 42% de aumento encontrado - produto das margens do grossista e do estabelecimento de venda.
Face a tudo isto só nos resta pedir para que não liberalizem mais nada, caso contrário...

Hoje 9 de Agosto Nagasaki tal como Hiroxima a 6



Nagasaki antes e depois

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Ao que parece os McCann pediram ontem protecção à polícia por forma a impedir a "devassa" da sua privacidade. Aliás a questão da comunicação social já tinha sido objecto de repara por parte da família de Maddie durante uma entrevista à BBC, onde Kate McCan afirmou que se sentia "enjoada" com o assédio que estavam a sofrer por parte da comunicação social, presumo que só a portuguesa, porquanto continuam a dar entrevistas a órgãos ingleses.
Mas voltando ao essencial da questão importa dizer que estas declarações não deixam de ser anedóticas.
Primeiro porque a comunicação social não pode ser boa quando serve os nossos interesses e má quando noticia coisas de que não gostamos ou que não desejamos.
Segundo, não entendo a animosidade contra os órgãos portugueses, já que estes, desde o desaparecimento, nunca descuraram a matéria, o mesmo não se tendo passado com os órgãos britânicos.
Terceiro, recuso acreditar que esta animosidade toda se deva ao facto de as investigações terem tomado outro rumo e isso mesmo ter sido notícia nos multiplos e variados órgãos de comunicação social.
Quarto, importa que fique bem esclarecido que para mim, e desde sempre, o casal McCan é o autor, não digo que material porque não sei, moral do desaparecimento da criança. Por isso mesmo afirmo que lhes fica mal o papel de vítimas.
Fossem compatriotas nossos a abandonar três crianças em casa sozinhas para irem jantar e já tinham sido trucidados, como são ingleses e com um certo estatuto social, são tratados nas palminhas.
Tenham lá santa paciência...

Então não é que Ruben de Carvalho, candidato da CDU à Câmara de Lisboa, veio acusar o PS de estar a governamentalizar a Câmara.
Até aqui nada de novo, até porque estamos mais que habituados às observações absurdas por parte deste camarada.
O que me causa ainda mais admiração é que não satisfeito com o absurdo da acusação apresenta a justificação ainda mais absurda.
Diz ele que a governamentalização advém do facto de ao Marcos Perestrello ter sido atribuída a vice-presidência da Câmara embora ele fosse somente o número quatro na lista do PS.
Acho bem que ele consulte um médico, porque ao que parece o sol afectou-lhe a massa cinzenta.

Tudo acontece a Marques Mendes. Então não é que um dos notáveis apoiante de Mendes na batalha interna do PSD veio contradizer aquele que o seu grande cavalo de batalha, ou seja a baixa de impostos.
Eduardo Catroga, no final da primeira reunião do grupo que colabora na elaboração da moção de estratégia global que Marques Mendes vai apresentar nas eleições para a presidência do PSD, admitiu que não existem ainda condições para reduzir os impostos, argumentando que só no final da actual legislatura deverá ser dado "um sinal de alívio da carga fiscal".
O antigo ministro das Finanças reconheceu que "é preciso dar um sinal de alívio da carga fiscal para as empresas e famílias" — o que poderá acontecer "em 2008 ou 2009" —, mas sublinhou que até lá os esforços devem concentrar-se na criação de condições para baixar os impostos.
É mesmo não ter sorte...

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Antes de falar do livro "Eleições Viciadas", tenho de ir a um outro tema: o caso Charrua (nem de propósito Zé). Também agora deixo aqui o artigo de João Miguel Tavares no DN de hoje, tal como tinha feito no comentário de 31 de Julho pp.
No artigo de hoje diz-se que Fernando Charrua confirma ter chamado "filho da puta" ao primeiro-ministro, só que diz o senhor que não foi na DREN, mas sim num restaurante.
Para mim pouco me importa o local. Até podia ter sido dentro Seminário de Vilar que era a mesma coisa.
O que está aqui em causa é que o disse e como tal por uma questão de ética e de boa educação deveria apresentar um pedido público de desculpas.
Mas não. O que é que faz? Numa atitude de hipocrisia decide quer quer uma indemnização e regressar ao antigo posto.
Nem indemnização nem antigo posto coisa nenhuma, aliás o senhor não tem estatuto moral para exercer a profissão de professor e mais, é desprestigiante para a classe dos verdadeiros professores.
Gostaria que ele e todos aqueles que ficaram chocados com a sua suspensão (Mário Nogueira da FENPROF, Marques Mendes, Portas e tantos outros, políticos e não políticos) me explicassem como é que este senhor é capaz de manter disciplina numa sala de aula ou mesmo tecer considerações sobre ética ou moral?
Mais, como é que eu como pai me sinto ao constatar que o meu educando pode ter um professor deste quilate.
De que me vale ensinar as regras da boa educação ao meu filho se ele na escola vai encontrar um professor que não se coibe de num lugar público chamar "filho da puta" ao primeiro-ministro do seu país.
Isto não tem que ver com liberdade, está mais para além disso. Isto tem a ver com a boa educação.

Ontem assistimos a mais um triste episódio da saga Millennium bcp. Esperava-se que o vetusto e belíssimo monumento da Alfândega do Porto provocasse algum discernimento aos responsáveis daquela instituição.
Lamentavelmente nada disso aconteceu e devido a um problema informático o conflito entre Jardim Gonçalves e Teixeira Pinto continua com todos os inconvenientes que daí advêm. O único que parece gostar desta comédia é Joe Berardo e vá-se lá saber porquê.
Mas regressando ao Millennium bcp importa referir que este desmando já está a ir longe de mais. Aliás apesar de estarmos perante um banco privado, julgo ser dever do Banco de Portugal puxar dos seus galões e fazer valer o seu peso, quanto mais não seja para salvaguardar os microaccionistas.
Para quem tinha a imagem de que o Millenium bcp era o que de mais inovador existia em matéria de novas tecnologias, o problema informático de ontem em conjunto com os problemas informáticos já registados na assembleia geral efectuada a 28 de Maio, quando algumas das votações realizadas não batiam certo com o número de accionistas presentes, arrasa por completo. Passa a vigorar a ideia de um banco velho que persiste em alimentar jogos de poder e isto, queiramos quer não, a manter-se provoca mossa, sendo que, e porque se trata do maior banco privado português, a mossa não o atinge somente a ele, pode ter repercussões em todo o sector bancário.
Chegou-se a um ponto de não retorno e Paulo Teixeira Pinto não tem mais condições para continuar no Millennium.

Dito que está isto, vamos ao livro. "Eleições viciadas? O frágil destino dos votos. Autáquicas de 2001 em Lisboa" de João Ramos de Almeida é um livro que decerto despertará dois sentimentos: amor e ódio.
Amor a todos aqueles que vêem as eleições livres como o acto maior e supremo da democracia, a todos os que pugnam pela verdade, pela liberdade e aos que corajosamente dão a conhecer estes factos tão sombrios.
A todos os que vivem na e para a mentira, aos que só existem para a trapaça, aos que não olham a meios para obter os seus fins este livro provoca ódio porque lhes descobre a "careca".
Para além destes há um conjunto de pessoas e instituições que devem estar com ódio deste livro, já que ele transcreve as suas declarações que, em muitos casos são perfeitas aberrações e uma autêntica fuga para a frente demonstrando um imenso pavor por alguém ter mexido no tema.
Nesta última categoria posso incluir Pedro Pinto do PSD que faz um show off que ninguém percebe e que determina a viragem no resultado; Helena Roseta (na altura independente, como as coisas são) que abandona a direcção de campanha em cima das eleições; Cunha Nabais que desencadeia uma situação (com 3 versões saliente-se) complicada em Marvila; José Rodrigues dos Santos, da RTP, que a certa altura debita números que não tinham fonte oficial; Santana Lopes também não deve ter gostado que se soubesse do episódio descrito no final da página 49 e relativo à tomada de posse; o Tribunal Constitucional que deu ordens à CNE para transcrever, mesmo que estejam mal, os dados fornecidos pelas actas de apuramento (pg. 52); a CNE, o STAPE e o Diário da República, já que cada um deles teve números diferentes (a Tabela 12 da pg 147 informa que os votantes nos cadernos eleitorais eram 312.161, nas actas das secções de voto eram 312.416, no STAPE 312.391 e no DR 311.482); a Procuradoria Geral da República que não foi capaz de perceber que os dados estavam viciados e que quando percebeu não teve a coragem de ir para a frente e investigar; o juiz Rui Torres Vouga da segunda assembleia de apuramento (pgs. 167-180); e porque não devo estender-me muito mais deixo aqui um excerto da pg. 150 que ilustra bem e faz sentir o quanto é urgente a compra e a posterior leitura da obra em causa:
"O STAPE, mais uma vez de forma estranha, aumenta o erro, anunciando mais outros 28 votantes. Os resultados da assembleia de apuramento geral, em vez de esclarecerem esses aumentos, "criaram" mais 401 votantes, dos quais 419 na lista de Pedro Santana Lopes.
Ao todo, as assembleias de apuramento geral criaram 623 votantes sobre os números que constavam das actas das seccões de voto. E tratou-se de algo generalizado. Houve 27 freguesias em que se verificaram alterações realizadas pelas assembleias de apuramento geral no número de votantes para a Câmara e Assembleia Municipais, ou seja, em 51% do universo concelhio.
Quando solicitados a pronunciarem-se sobre esta realidade, os dois directores do STAPE mostraram-se apreensivos. Sorriram em silêncio, sem dar explicações. Quase encolheram os ombros..."
Entretanto a autarquia foi vítima das múltiplas vicissitudes que culminaram recentemente em eleições intercalares, sem que se possa responsabilizar quem seja por essas vicissitudes neste hiato de tempo que mediou entre 2001 e 2007.
À portuguesa pois então....

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Hoje é um fartar meus amigos. Começo por mais uma alteração de pena emanada do Supremo Tribunal de Justiça, aliás coisa comum nestes últimos tempos.
Desta vez a cereja coube a um pedófilo, mas não é um pedófilo qualquer, é daqueles que abusa da própria filha e sobrinha.
Poucas palavras chegam para contar mais este asqueroso caso.
O STJ achou por bem reduzir em dois anos a pena de nove anos (pouco na minha opinião) a que um pedófilo tinha sido condenado por 15 crimes de abuso sexual sobre várias crianças entre os 10 e os 11 anos durante dois anos, incluindo a filha e a sobrinha.
O Tribunal da Relação de Lisboa achou por bem manter a sentença, só que o STJ, num longo acórdão, achou que não tinham sido provados 4 crimes, pelo que reduziu a pena para sete anos.
Lamento, mas não entendo. Só de ler o acórdão fico com náuseas e seriamente convicto de que 9 já eram poucos, quanto mais 7.
No último caso que comentei a questão tinha sido a idade e a problemática da erecção.
Agora foi o quê???!!!!

Continuando na justiça. A PJ deteve um homem por fogo posto. O detido confessou todos os crimes e até a forma que utilizou. Presente ao Tribunal de Vila Franca de Xira, foi mandado em liberdade com a obrigatoriedade de se apresentar na GNR duas vezes por semana.
Até aqui nada de novo e nada a que não estejamos já habituados.
O caricato acontece uma semana depois em que a PJ o deteve de novo por ter ateado mais um incêndio. Presente de novo ao juiz, este decide mandá-lo embora, só que com apresentações diárias.
Talvez que, e porque agora são apresentações diárias, não tenha tempo para atear mais fogos.

Mas não é só a justiça que vai mal neste país do faz de conta. Há não muito tempo fomos multados pela CE, por excedermos as quotas de produção de leite.
Agora vejo na imprensa que o preço do leite deverá aumentar cerca de 10% nos próximos meses, sendo que este aumento também se fica a dever à escassez do produto quer em Portugal quer nos outros países.
Primeiro execedemos a quotas, agora não temos!? Mas tá tudo doido ou quê?!
Os produtores ameaçam também que quando sairem as novas regras de obtenção de licenciamento que estão a ser preparadas pelo Governo, os preços podem disparar novamente.
E que tal se os produtores se agregarem e deixarem de lado os tubarões dos intermediários e das grandes empresas? É mais fácil aumentar o preço?! Só espero que depois não tenham que o utilizar na rega das hortas.

Estes rapazes não têm jeito, é mesmo caso para dizer que cada cavadela, cada minhoca. Dois deputados do PSD (Luis Carloto Marques do Movimento Partido da Terra eleito nas listas do PSD e Maria Ofélia Moleiro) e que fazem parte da Comissão de Acompanhamento e Avaliação da Política Nacional de Defesa da Floresta (um nome pomposo, mas que só para dizer é uma canseira) fizeram um requerimento ao Governo, onde exigem explicações sobre a limpeza de vegetação nas bermas de estradas com máquinas que, segundo eles, "desrespeitam as leis" e "acarretam risco de incêndio".
Ora em vez de fazerem requerimentos, porque não levantar o fiofó das cadeiras da tal Comissão e irem in loco verificar isso mesmo. Sempre poupavam tempo, trabalho, burocracia e ficavam devidamente esclarecidos.

Hoje à noite vou acabar de ler "Eleições viciadas" o que quer dizer que amanhã falamos e vamos falar claramente, porquanto o que se passou não deixa ninguém incólume (uns mais do que outros é claro), para além de que prestaram um mau trabalho à democracia, mas falamos amanhã.

sábado, 4 de agosto de 2007

No último comentário referi o que penso sobre o caso da não recondução da directora do Museu Nacional de Arte Antiga, sendo que recordei uma situação mais preversa e bastante mais onerosa para nós e julguei mesmo que a situação merecia ficar por ali.
Afinal enganei-me, pois ao que parece a matéria continua na ordem do dia e assume quase foros de escândalo nacional.
Fazem-se vigílias, agendam-se audições, transporta-se o tema para as primeiras páginas dos jornais e para a abertura dos noticiários e telejornais, clamam contra a estalinização (e eu a pensar que esta coisa de Estaline já tinha sido chão que deu uvas), etc., etc.
Mas afinal quando é que impera o bom senso?
Alguém é capaz de dizer que a não recondução é muito diferente de demissão?!
Era só o que faltava que agora o governo se visse impedido de reconduzir ou não elementos directivos.
Quanto à referida senhora apetece dizer que em matéria de vitimização já temos o Paulo Portas e chega.

Estava o meu espírito colocado em sossego quando deparei com a notícia que o número de assessores no novo executivo camarário de Lisboa vai ser reduzido em 62,4%. Significa isto que dos 178 assessores contratados pelo executivo liderado por Carmona Rodrigues, incluindo partidos de oposição, António Costa, impôs um número máximo de 67 assessores, contando já com os 17 vereadores. No imediato o meu espírito ficou em sobressalto.
Mais sobressaltado fiquei quando reparei que numa outra proposta, o autarca esclarece que a "remuneração anual dos assessores contratados tem como limite máximo o valor equivalente à remuneração anual de adjunto do gabinete de apoio pessoal", ou seja, 29400 líquidos (2450 euros por mês).
Apesar de sobressaltado delirei com o facto de e numa só penada a câmara vai gastar no máximo 1,9 milhões de euros anuais, ou seja, menos 1,1 milhões que Carmona Rodrigues - que dispendia três milhões/ano.
Mas claro que também pensei que era demasiada poupança numa só reunião, sendo que verifiquei que fora destas contas ficam os funcionários administrativos para todos os partidos, sendo que fui indagar sobre isto e verifiquei o seguinte:
- os vereadores com pelouros atribuídos têm direito a um máximo de cinco assessores;
- cada partido com pelouros terá atribuídos mais três assessores;
- aos vereadores sem pelouros serão atribuídos, no máximo, um assessor por vereador e quatro por partido ou agrupamento.
Significa isto que:
- o PS vai ter direito a cinco assessores por vereador, mais três para o grupo, mais sete funcionários administrativos;
- Helena Roseta e João Ramos têm direito a um assessor e um funcionário cada um e o movimento por onde concorreram pode contratar quatro acessores;
- Carmona, Gabriela Seara e Feist têm direito a um assessor, sendo que o movimento que patrocinou a sua candidatura será servido por mais quatro assessores e dois funcionários;
- Fernando Negrão terá direito a sete assessores (um para cada vereador, mais quatro para o partido) e cinco funcionários;
- na CDU são seis assessores (dois para os vereadores e quatro para o partido) e os respectivos funcionários;
- Sá Fernandes é o maior, oito assessores (cinco para ele pois tem pelouro e três para o BE) mais dois funcionários.
Desculpem lá qualquer coisinha, mas os assessores para os vereadores entendo, mas para os partidos e movimentos e mais sendo que os movimentos só existiram para as candidaturas, após as eleições, só estão no papel mais nada.
Nunca alinhei no miserabilismo, mas não sou a favor do novo riquismo, especialmente numa situação de falência pura e dura como é aquela que atravessa a autarquia lisboeta.

A sorte é que a estupidez não paga impostos... Tom Tancredo, congressista americano, republicano e conservador defendeu esta semana que a melhor forma de impedir ataques de extremistas muçulmanos aos EUA é ameaçar bombardear os mais importantes locais da fé islâmica.
Disse o referido personagem, perante uma audiência de trinta pessoas, que “mostraremos que um ataque terrorista à nossa nação vai ser seguido de um ataque aos locais sagrados de Meca e Medina”, sendo que “esta é a única coisa que me consigo lembrar para que se possa deter alguém de fazer o que de outra maneira fará”.
Claro que a inteligência é tão pouca que só podia lembrar-se de uma estupidez destas.

Para terminar é importante que não passem em claro os artigos de Bettencourt Resendes e de João Marcelino no DN e de Pacheco Pereira na Sábado e de Fernando Madrinha hoje no Expresso.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

As seguradoras estão a ponderar aumentar o valor das apólices a pagar pelos segurados, resultado da implementação da 5ª directiva comunitária para o ramo automóvel, que fará subir o valor mínimo segurado para efeitos de responsabilidade civil obrigatória, actualmente em 600 mil euros.
Com as novas normas, vai haver mínimos diferenciados para danos corporais e materiais, sendo que, já este ano, os valores serão de 1,2 milhões e 600 mil, respectivamente. Em Dezembro de 2009, o mínimo a segurar para danos corporais é de 2,5 milhões e para danos materiais ascende a 750 mil euros. Em 2012, sobem para cinco milhões e um milhão, respectivamente.
Mas importa não escamotear que as seguradoras obtiveram em 2006, os lucros mais altos de sempre. O ano encerrou com proveitos de 708 milhões de euros, ou seja um aumento de 55% face a 2005.
Sabemos que uma parte do resultado (176 milhões) deveu-se a operações extraordinárias (reestruturação do sector de seguros do Grupo Espírito Santo), só que, e não trabalhando com esta verba - embora ela seja lucro também -, os lucros atingiram 532 milhões.
É por isto que tenho alguma dificuldade em aceitar o aumento dos prémios, sendo que eles já estão demasiado altos.
Aliás e tomando em consideração o binómio custo/benefício somos forçados a concluir que em Portugal pagamos os seguros mais caros do Mundo, já que os prémios já pagam demasiado bem o desprezo com que somos tratados pelas companhias.

António Costa fez coligação com Sá Fernandes. Para vos ser sincero não é o meu ideal, penso mesmo que Costa deveria avançar sozinho para que possamos perceber durante estes dois anos quem é que se importa com Lisboa ou quem é que somente deseja poder.
Mas foi curioso ver o posicionamento dos restantes candidatos.
Helena Roseta e carmona devem ter esgotado os frascos de Eno tamanha foi a azia. Ruben, para não variar, repetiu a cassete e Negrão, vejam lá o artista, ficou preocupado com a inflexão do PS para a esquerda. Em vez de se preocupar com a Câmara preocupou-se com a deriva (segundo ele) de um partido que até nem é o seu.
Isto só mesmo por eu ter visto, se me contassem eu nem acreditava...

A ex-secretária de Estado das Artes e Espectáculo do Governo PSD/CDS-PP de Durão Barroso, Teresa Caeiro, veio referir, em declarações à Lusa e a propósito da saída da directora do Museu Nacional de Arte Antiga, que "qualquer voz, personalidade, que não alinhe no dirigismo, no pensamento único, é afastado. Não é o currículo, os resultados que contam" tendo acrescentado que se está "a assistir a uma purga de dirigentes da área da cultura", ao "estilo da prática estalinista".
Não vou aqui comentar se é um afastamento correcto ou errado, embora tenha para mim que uma directora de um Museu que discorda do actual modelo de gestão dos museus nacionais não deve permanecer no cargo.
Se discorda da política como é que vai segui-la? Isto para além de ter exigido condições para continuar no cargo, nomeadamente autonomia financeira e administrativa.
Mas não deixa de ser curioso que tenha sido a deputada do CDS/PP a contestar veemente este afastamento, sendo que é tão ou mais curioso que recentemente o Tribunal Administrativo deu razão aos dezoito administradores que o seu colega de governo e de partido, Bagão Félix, despediu arbitrariamente, sendo que neste caso é pior porque deu lugar a indemnizações e tudo.
Se estivesse caladinha...

e os rapazinhos querem o 25 de novembro...  pois se me é permitido (e o 25 de Abril deu-me essa liberdade) eu acrescento o 28 de setembro e ...