segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

Não será para melhor

A relação entre os contribuintes e as finanças é uma relação difícil. É-o no presente, como foi no passado e como será no futuro.
E é difícil porquê?
Por duas razões. A primeira porque as finanças são, tal como muitos outros serviços, prepotentes, cegas (para o que lhe convém), sem o menor sentido de justiça social, caloteiras, enfim possuem uma quantidade enorme de predicados, sem que nenhum deles prime pela sensatez. A segunda porque com um sistema assim e noutros casos por xico-espertice, os cidadãos enganam, ou pelo menos tentam enganar as finanças. Deverá acrescentar-se que os trabalhadores dependentes são aqueles cujas possibilidades de enganar são minímas ou mesmo nulas.
Vem tudo isto a propósito das medidas anunciadas pelo governo e que caminham no sentido de abolir as declarações de IRS para os trabalhadores dependentes, tal como as conhecemos hoje.
Quer isto dizer que a declaração de IRS passará a ser preenchida pela própria administração fiscal. Na prática o que vai acontecer é que cada contribuinte abrangido recebe a sua declaração já preenchida e deverá verificá-la, aceitando-a ou não.
Tudo isto poderia ser uma maravilha se a nossa máquina fiscal não estivesse viciada e fosse célere, mas não.
O que acontece é que os cruzamentos de informações vão falhar (as máquinas vão ser responsabilizadas até mais não), nós vamos reclamar, as reclamações vão andar de departamento em departamento, mas entretanto nós somos obrigados a pagar se esse for o caso ou a esperar para receber.
Preparemo-nos pois para o pior.
Compreendo as intenções governativas e sei que esta é uma prática usual em muitos países do norte da Europa, mas isto não se traduz forçosamente numa prática encantadora para nós.
Antes de enveredar por este caminho era importante impor boas práticas à administração fiscal, para que nós, cidadãos impolutos não a vejamos como antítese do José do Telhado, roubando aos pobres para dar aos ricos.

Dois músicos

Como não sou um fanático pela bola, nunca expressei aqui qualquer preferência clubística. Claro que nutro simpatia por dois clubes, mas sem que essa simpatia me faça correr contra ventos e marés para ir a um estádio de futebol ou a trocar um bom filme por um jogo de futebol.
Esta introdução tem como finalidade dizer que metem-me nojo os recados que Pinto da Costa e José Veiga têm enviado um ao outro.
O futebol não é isto, é muito mais do que isto, e se estes ataques fazem parte de uma qualquer estratégia, ela é uma estratégia errada, porquanto só dá derrotas e nenhuma vitória.

Sem comentários:

e a vergonha perpetua-se hoje em Malmö na Suécia. a União Europeia de Radiodifusão, deu este ano uma facada séria no Festival da Eurovisão. ...