sexta-feira, 7 de março de 2008

Hoje tenho de fazer referência a duas pessoas amigas.
A primeira é um pequeno comerciante. Pois bem este meu amigo queixava-se dos tempos difíceis que vive ele e o seu pequeno comércio. Que as pessoas não compram, somente o indispensável e que o lucro já não dá para pagar as obrigações que tem e o seu salário e que a continuar, iria fazer como tantos outros que não pagam impostos, segurança social, fecham a "tasca" e abrem outra com os mesmos produtos da anterior e etc. e tal.
Depois de ouvir as suas queixas respondi-lhe que uma boa parte, se não mesmo todo o comércio está mal porque, na altura da conversão do escudo para o euro, fizeram a conversão não pelo valor, mas sim pelo som.
Dito de outra forma foi assim: um produto custava cinquenta escudos, com a conversão passou a cinquenta cêntimos e por aí fora, esquecendo-se que cinquenta cêntimos é o dobro de cinquenta escudos.
Como é evidente assim não há euros que resistam.
O meu amigo ficou algo surpreendido com a minha explanação e lá me foi dizendo que as coisas também ficaram caras para ele, porque ele também comprava a outros e etc. etc., enfim tentando desculpar-se conforme sabia e podia de um erro que ele tem plena consciência de ter cometido.
Hoje, por mero acaso, ao consultar a edição online do semanário Sol encontrei uma notícia que confirma na íntegra o meu pensamento. Imediatamente fiz questão de a imprimir e a levar ao meu amigo.
Ele leu, sentou-se e disse-me numa voz pesarosa: eu sei que tu tinhas razão quando me disseste o que disseste, mas foi uma tentativa de aproveitar as vacas gordas que então andavam no pasto, ao que eu lhe respondi: estavam gordas não, inchadas de tanta mania por pertencerem ao clube dos ricos.

A segunda vai para um amigo que faz o favor de acompanhar esta minha doidice da escrita e que de quando em vez me dá uma telefonadela dizendo de sua justiça.
Pois bem, ligou-me ontem e perguntou-me o porquê de ainda nada ter dito sobre o MEP. Confesso que num primeiro instante tive uma branca poderosíssima. MEP?, que diabo seria tal coisa! Seria algum novo programa de televisão? mais um jornal gratuito?
Não me digas que não sabes o que é?, dizia ele triunfante. Não acredito!
Lembras-te do gajo que arranjou um barco e quis ir a Timor quando este estava ocupado pela Indonésia?! O Rui Marques!
Percebi logo onde queria chegar e dei-lhe de imediato a minha opinião e prometi que hoje convertia para post o que eu penso acerca do tal MEP.
Antes disso, gostaria de relembrar que sou contra os partidos, sejam eles pequenos ou grandes, que se limitem a aparecer nos períodos eleitorais e que disputem eleições numa tentativa clara de ir buscar subvenções, já que no resto do tempo a sua actividade se não é nula, é pelo menos residual.(Lei de financiamento dos partidos)
Posto isto vamos então ao MEP.
Em primeiro MEP significa Movimento Esperança Portugal e é a nova obra de Rui Marques.
No seu curriculum Rui Marques inclui: foi fun dador da revista Forum Estudante, foi organizador do Lusitânia Expresso, foi Alto Comissário para a Imigração e Diálogo Intercultural. Para além disto foi ainda jornalista, colunista, secretário-geral do CUPAV (Centro Universitário Padre António Vieira, fundado por Vaz Pinto, em 1984), pertenceu às direcções da ONG Leigos para o Desenvolvimento e do Banco Alimentar Contra a Fome, coordenou a Missão Crescer em Esperança (que trouxe refugiados bósnios até Portugal) e presidiu à Associação 12 de Novembro, em Timor-Leste, trabalhou na Rádio Renascença, fundou a Cais (associação de apoio aos sem-abrigo) e dirigiu a equipa autora da candidatura da TVI.
Pois bem este novo partido tem como slogan Melhor É Possível e «não nasce com uma atitude anti-sistema, para dizer que os políticos são corruptos e que está tudo errado. A nossa atitude é oferecer aos portugueses uma possibilidade para que, através de uma política de esperança, possam encontrar uma razão para se empenharem na construção de um futuro melhor».
O MEP situa-se ideologicamente ao centro, entre o PS e o PSD, e deverá concorrer às europeias de 2009.
Com tudo isto ficamos a saber que traz algo de novo que é uma política de esperança destinada a mobilizar os portugueses (o BE disse o mesmo, o PSD de igual forma, o CDS aspas, aspas, o PND teve a mesma retórica e podíamos ir buscar mais exemplos).
Mas para além da política da esperança, também ficámos a saber que o MEP é um projecto político do centro, a modos que «um movimento humanista que quer estar ao centro do centro político, entre o PS e o PSD, para que a partir daí seja possível construir pontes e sublinhar mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa», sendo que, acha Rui Marques «O Movimento surge como uma proposta concreta para que Portugal possa dar uma resposta a esta crise. O tempo tem que ser de esperança, esperança que torna real a capacidade de transformar a realidade e que nos motiva a fazer melhor, porque melhor é possível».
Não vale a pena continuar porque já se percebeu que estamos perante algo que nem é carne nem é peixe. É a modos que pura demagogia a caminhar para o oportunismo.

Continuando na senda de ontem, Menezes está abraços com mais um problema interno. Dez ex-secretários-gerais do PSD subscrevem uma carta ao presidente do Conselho Nacional do partido, Ângelo Correia, pedindo «um prazo» para o «debate interno» sobre as alterações aos regulamentos propostas pela direcção de Luís Filipe Menezes.

Mas nem só o PSD tem problemas internos. O PS também. Os manos Alegre, Teresa e Manuel, formam agora um duo impressionante (a que se junta Ana Benavente). Mas claro que continuam todos deputados...

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