alguém me disse que ontem em Coimbra se realizou um debate sobre o Negócio do Futebol onde foram oradores o presidente da Académica, Pedro Roxo, Acácio Santos e o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho.
Eu sei que até à sentença final todo e qualquer arguido não é culpado, mas que é estranho é. O homem está a ser julgado por não sei quantos crimes, alega que não pode estar presente no tribunal por questões económicas relativas à deslocação, mas afinal pode estar presente em Coimbra num debate.
Ironia da coisa, o debate foi promovido pelo Núcleo de Estudantes de Economia na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
Parabéns sr. Reitor, ultimamente é só "guardanapos" para se limpar.
quarta-feira, 20 de novembro de 2019
sexta-feira, 8 de novembro de 2019
Regresso hoje aqui para falar de
Catilinárias
Corria o ano de 63 a.C. e Catilina,
filho de uma família nobre, mas falido financeiramente, juntamente com os seus
seguidores subversivos, planeava derrubar o governo republicano para obter
riquezas e poder. No entanto, após o confronto aberto por Cícero no senado,
Catilina resolveu afastar-se do senado, indo juntar-se ao seu exército ilícito
para preparar o ataque.
Dizem os registos históricos que
após o quarto discurso, Catilina estava condenado à morte, mas recusou entregar-se
e por isso foi morto no campo de batalha no ano seguinte.
Esta é a origem das Catilinas
(são quatro) de Cícero. Diz-se que foi a 8 de Novembro que foi proferida a
primeira tendo por finalidade começar a destruir a conspiração contra as
instituições romanas.
Aqui fica um excerto original e a
respetiva tradução:
Quo usque tandem abutere,
Catilina, patientia nostra?
Quam diu etiam furor iste tuus
eludet?
Quem ad finem sese effrenata
iactabit audacia?
Nihilne te nocturnum praesidium
Palatii,
nihil urbis vigiliae,
nihil timor populi,
nihil concursus bonorum omnium,
nihil hic munitissimus habendi
senatus locus,
nihil horum ora vultusque
moverunt?
Patere tua consilia non sentis?
Constrictam omnium horum scientia
teneri coniurationem tuam non vides?
Quid proxima, quid superiore
nocte egeris, ubi fueris, quos convocaveris, quid consilii ceperis, quem
nostrum ignorare arbitraris?
O tempora, o mores!
Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?
Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós?
A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?
Nem a guarda do Palatino,
nem a ronda noturna da cidade,
nem o temor do povo,
nem a afluência de todos os homens de bem,
nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado,
nem a expressão do voto destas pessoas, nada disto conseguiu
perturbar-te?
Não te dás conta que os teus planos foram descobertos?
Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?
Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada
e na precedente, onde estiveste, com quem te encontraste, que decisão tomaste?
Oh tempos, oh costumes!
Marcus Tullius Cícero: Exórdio:
Cícero censura a vergonhosa audácia de Catilina. In Primeira oratória de Cícero contra Catilina ou Oratio Prima (Habita in Senatu)
Pode parecer estranho esta prosa,
mas ela tem toda a razão de ser.
Assistimos hoje ao galopar de um
neoliberalismo selvagem, destituído de quaisquer valores que não seja o lucro
fácil e o poder para um determinado grupo em detrimento de uma sociedade toda.
Fomenta-se o ódio alimentado pela intriga e pelo proliferar de notícias e
acontecimentos falsos espalhados pelas redes sociais e depois multiplicados milhares
de vezes para gáudio de quem quer singrar através do agitar dos extremos. São “pequenos
exércitos laboriosos que, numa obediência cega e escondendo o verdadeiro líder”, vão disseminando insultos e exacerbando sentires xenófobos e homofóbicos.
E como sabemos, uma mentira dita
milhares de vezes passa a ser verdade (felizmente não para todos)
Foi por isso que hoje falei de
catilinárias. Quem tiver curiosidade poderá ler aqui a totalidade das mesmas.
Mas se não tiverem curiosidade,
leiam pelo menos o excerto que aqui deixo.
Cícero para Catilina no Senado
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