terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Ontem devia ter falado de uma situação e por lapso não o fiz, mas porque é deveras importante aqui fica.
Foi recentemente divulgado pela televisão um vídeo que se encontra na internet, onde um aluno da Escola Secundária do Cerco ameaça uma professora com uma pistola de plástico.
Assim que o vídeo foi dado à estampa pela televisão ouvi um representante das Associações de Pais do Porto e pelo menos uma mãe falarem, o primeiro contra o governo e não percebi porquê e a segunda porque era tão só uma brincadeira.
Ouço isto e fico arrepiado, primeiro porque se um representante dos pais vem dizer isto, é sinal de que é um representante mal escolhido e perfeitamente ignorante e ouvir a mãe dizer que era só uma brincadeira é qualquer coisa de doentio.
Então os filhos revelam uma falta de educação primária e são tratados como coitadinhos.
Coitadinhos porquê?
Porque estão inseridos num contexto destruturante, porque são de uma comunidade com problemas de socialização, etc e tal como agora são apelidados.
Meus senhores deixemo-nos de desculpas esfarrapadas. Isto é tão só má educação.
E não me melguem o espírito de que os pais destes jovens têm problemas económicos, porque se têm não compram telemóveis com câmara de filmar aos meninos.
A escola tem como função a formação académica e algum aconselhamento educacional, porque o verdadeiro trabalho educacional pertence aos pais e não aos professores.
Olhar para isto é ficar com a angústia sobre que tipo de juventude está a ser criada.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Pois é, acabou o Natal e por isso acabou a paz a concórdia, essas banalidades que costumam dizer nesta época.


Hoje teve lugar mais um episódio do Estatuto dos Açores. Houve promulgação e conversa ao país.
Este episódio não dignifica ninguém. Não dignifica os partidos e também não dignifica o Presidente.
É verdade que os partidos saiem pior.
E não venham com tretas de que o Presidente não dissolve a Assembleia porque estamos em crise.
Cavaco não dissolve porque o PSD teima em não arrancar na intenção de voto.
Diz Cavaco que a democracia não sai prestigiada. É verdade, mas não pela democracia em si, mas pelas instituições que por ela deviam zelar.


Este fim de semana que passou tem dois textos que importa reter. A entrevista a Eduardo Barroso na pág. 2 do SOL e o texto de Pereira Coutinho na Revista Única do Expresso.

Também neste fim-de-semana fiquei a saber que o Estrela da Amadora contratou um jogador brasileiro.
Então o Clube não paga os salários aos jogadores e anda a fazer aquisições? E a Federação e a Liga permitem?

domingo, 21 de dezembro de 2008

De repente... O caso da pequena adoptada pelo sargento e pela esposa, sempre me tirou do sério. Sendo certo que o casal de pais adoptivos não estão isentos de algumas culpas, acho verdadeiramente irresponsável o comportamento quer do pai biológico quer de alguns juízes, quer mesmo de alguns tribunais.
Depois acresce ainda o facto de uns quantos elementos que pululam em torno do caso não se portarem decentemente relativamente à criança.
Por exemplo o advogado do pai biológico falou em corruptos e em meter a viola no saco.
Claro que não será advogado quem quer, antes quem sabe, mas pronto...
Igualmente ver o médico Cândido Ferreira embrulhado nisto, deixa-me perplexo.
Para terminar este post resta-me que fico a pensar como é que alguem que queria acabar a casa para receber a filha, mas que não tinha dinheiro, de repente vai para férias na neve para fora do país?
Foi quanto? 30.000 euros?! Percebo, é tudo uma questão de oportunismo e de prioridades...

Estou à espera que a oposição critique de eleitoralista o facto de o Governo obrigar as transportadoras a manter o preço dos transportes.
Claro que será a maior imbecilidade de sempre, mas pronto.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Que grande melão. Pacheco Pereira acaba de ganhar o maior melão de sempre: Santana é candidato com Manuela Ferreira Leite aos comandos do partido. Como se isto não bastasse acresce ainda o facto de Pacheco Pereira ter sido recusado no Porto para as europeias.
Possivelmente ou não Pacheco ainda acreditou no Pai Natal.
Claro que isto não é o fim, isto é tão só o começo do fim.
Entretanto Pedro Passos Coelho continua candidamente o caminho que Ângelo Correia tão bem lhe ensinou.

Manuel Alegre foi à Grande Entrevista na RTP-1, dizer que «este partido socialista não é propriamente o partido que eu quero».
Porreiro. Se este partido não é o dele, porque continua nele?

Cadilhe não perdoa não ter ido para BCP e agora como super sumo da SLN, ex-proprietária do BPN, vai de atacar o Estado e mais propriamente Vítor Constâncio, já que também foi ele que tirou o tapete a Cadilhe para a sua entrada no BCP.
E já agora que tal tornar público o acordo que possibilitou a entrada de Cadilhe na SLN.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Alguém me consegue explicar o que é isto? Como não estamos no 1 de Abril e muito menos no Carnaval, presumo que isto seja verdade. E a Ordem dos Advogados, onde está?

Deixo aqui uma sugestão para o Natal o último trabalho de Pedro Barroso. Trata-se do cd Sensual idade.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Então e agora? Lembram-se do que Manuela Ferreira Leite disse sobre o acto de votar quando Santana era o cabeça-de-lista.
Na altura Manuela disse que se estivesse a fotografia de Pedro Santana Lopes no boletim de voto não votava no PSD.
Após este tempo, Manuela Ferreira Leite fez uma jogada de mestre. Lança Santana Lopes às feras nas autárquicas, sendo que com o PSD fragilizado como está e com uma intenção de voto que mantém e ainda porque está demasiado viva a passagem de Santana Lopes por lugares de comando autárquico e de governo, pode dar-se a circunstância de o PSD perder as eleiçoes em Lisboa.
Ora se tal acontecer, e porque quem entrar na equipa autárquica está dispensado de ir a jogo nas legislativas, Ferreira Leite pode afastar definitivamente Santana Lopes.
Se a jogada falha Manuela bem pode emigrar.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Manuel Alegre veio hoje a público, no "Público", criticar os jornalistas e dizer: «Não me queiram forçar para vender jornais, não ponham na minha boca o que eu não disse.»
Parece uma virgem ofendida.
Ele já perguntou aos militantes o que é que eles pensam da sua actividade política?
Talvez devesse começar por aí.
E de seguida, quem sabe, perguntar-se se se justifica continuar a ocupar o lugar de vice-presidente da AR, lugar que obteve enquanto deputado do PS.
Penso que ele devia ajudar-se a si próprio a sair pela porta grande.

Ao que parece a TAP pode fechar as portas nos próximos tempos se forem em frente as greves programadas.
Realmente o que a TAP precisa neste momento é de uma greve que cause ainda mais prejuízos que aqueles que já tem.
Claro que tudo isto só é possível porque recebem subvenções estatais. No dia em que fecharem a torneira e os funcionários vivam do que produzam, vai ser engraçado de ver.

Após descontar algum idealismo, importa reter algo do artigo de Mário Soares hoje no DN.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Vejam se estou ou não errado. Manuel Alegre esteve hoje no 2.º Encontro das Esquerdas. Antes de lhe desejar bom proveito por tal facto, gostaria de saber que esquerda é aquela de que ele fala?
Agora, que lhe faça bom proveito este segundo encontro.
Lamento que ele só comece a contestar depois do PS não o ter apoiado na corrida à Presidência.
Entretanto, se tudo está mal, como é que continua como deputado do PS.
A minha dignidade já tinha apresentado o pedido de demissão.
Mas claro a verticalidade é só para os outros, porque quando falamos de nós, o melhor é contorcer a coluna.

Então a magistratura quer fazer greve? Então mas os magistrados não dizem que são órgãos de soberania? Então agora os órgãos de soberania também fazem greve?

Os médicos também querem partir para a greve. O que se terá passado? Será que não os deixam sair mais cedo para irem para os seus consultórios e clínicas? Fico deveras preocupado.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A montanha pariu um rato. Ultimamente tem sido tema de conversa o caso dos deputados faltosos, problema esse que se desencadeou na sexta-feira, quando um projecto de resolução do CDS-PP que recomendava ao Governo a suspensão da avaliação dos professores poderia ter sido aprovado (sete deputados socialistas quebraram a disciplina de voto deixando o PS em minoria) mas o diploma acabou por ser chumbado devido às ausências de 35 deputados da oposição, dos quais 30 do PSD.
Claro que isto foi um escândalo.
Como é que o PSD resolveu a questão? Simples.
O líder do grupo parlamentar social-democrata, Paulo Rangel, anunciou esta quinta-feira que o PSD vai apresentar um projecto de lei para suspender a avaliação dos professores, como forma de reparar a «falha» nas votações de sexta-feira.
Mas será que pensam que somos parvos.
Paulo Rangel e o PSD não sabem o que andam a fazer. Realmente isto só acontece porque o PSD não tem líderes. É tão só um conjunto de pessoas onde cada um caminha para onde quer.
Então Paulo Rangel, os próprios deputados e Manuela Ferreira Leite acham que o problema foi a votação?
Se assim pensam, só me resta questionar por onde andavam estas cabecinhas quando foi distribuída a inteligência? Não estavam na fila certamente.
Estes senhores têm que perceber que o chafurdo desta questão está no facto de se terem baldado ao seu trabalho.
O nojento da questão foi terem assinado o livro de ponto e terem bazado, o que determina só por si um não cumprimento de um dever, mas um não cumprimento consciente.
Se os deputados querem um mandato em nome próprio, devem estar conscientes dos seus deveres e não exibir só os seus direitos.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O título principal do DN de Domingo fez-me sentar e pensar sobre o actual momento da economia portuguesa.
Dizia esse título o seguinte: "Transportes não baixam preço apesar da queda do combustível".
É nesta altura, e é isso que está aacontecer, que os operadores de transportes públicos se reúnem com o Governo para estipularem o valor das tarifas que irão ser adoptadas no próximo ano.
Ora, tanto quanto se sabe, é vontade dos operadores não reduzir as tarifas, e é essa parte que não se compreende.
Sempre que os combustíveis sobem é o aqui del rei porque assim não conseguem sobreviver, que precisam de mais verbas do Governo e etc. e tal.
Os combustíveis desceram e nada de pensarem em descerem as tarifas.
É esta mentalidade de coçar para dentro e de quintinha que nos transporta aos piores lugares nesta velha Europa.
E não se pense que isto tem a ver com este ou aquele Governo. Nada disso, isto tem a ver com a nossa mentalidade e, claro, a mentalidade não se modifica por decreto.
Mas julgam que isto só acontece nos transportes?
Desenganem-se.
A nossa economia está repleta de "espertos".
Vejam também este caso: os chamados produtos brancos aumentaram cerca de 14%, enquanto as outras aumentaram mais ou menos 4%.
Todos sabemos que as marcas próprias ou brancas não dão prejuízo, se assim é como e porquê aumentarem 14%?
Aumentam este valor porque os seus produtores perceberam que com a crise que por aí grassa os portugueses passaram a comprar mais marcas brancas porque mais baratas.
Claro que os grandes supermercados e hipermercados perceberam isso e vai de aumentar desmesuradamente os preços.
E também aqui, mais uma vez, estamos no domínio da economia privada.
Mas não se pense que ficamos por aqui.
Existe ainda mais um exemplo que importa aqui colocar.
Estamos a falar dos bancos.
Antes de iniciar importa salientar que no primeiro semestre deste ano a banca portuguesa lucrou mais de mil milhões de euros.
Dito isto vamos lá ao esquema bancário.
As taxas euribor, referência dos empréstimos à habitação, têm estado a cair e atingiram hoje valores iguais a 2006.
Ora esta queda tem estado a verificar-se desde Outubro. Assim sendo alguém viu os bancos com preocupações relativamente aos juros que actualmente sufocam todos quantos têm empréstimos para habitação? Claro que não.
Colocaram os bancos alguma hipótese de reverem os contratos alterados a partir de Outubro e até Dezembro, sabendo que estes contratos ainda sobrem influências dos valores altos a que a euribor chegou. Longe disso.
Mas quando o Governo lhes ofereceu um chapéu financeiro que resulta do dinheiro de todos nós, os bancos não se fizeram rogados, foram logo.
Neste caso o Governo tinha uma palavra a dizer.
Forçar os bancos a reapreciar contratos seria não um acto de prepotência, mas antes de elementar justiça.

domingo, 7 de dezembro de 2008

A notícia do Correio da Manhã merece uma leitura atenta. No fim da leitura podemos coligir as desculpas e divertir-mo-nos à grande.
Para quem quiser ir mais longe, aqui fica o acórdão do TC.

O líder do BE, Francisco Louçã, admitiu recentemente apoiar uma candidatura independente da vereadora Helena Roseta (ex-PS) à Câmara de Lisboa, nas autárquicas do próximo ano.
Que grande novidade que ele vem dar.
Só quem não quiser é que não percebe que todo este aproximar ente o BE e Alegre tem por fim duas coisas: o apoio a Alegre como candidato a PR e o apoio a Roseta nas autárquicas.
Um e outro sofrem do mesmo mal o poder a qualquer custo e se não somos apoiados pelos nossos procuramos outros, o que interessa é chegar ao poder.
Só falta saber se Alegre não vai integrar as listas do BE como independente, o que seria um alívio para o PS.

Algo vai mal no Largo do Caldas. Paulo Portas e Luís Nobre Guedes são amigos de longa data e o segundo já foi o principal conselheiro do primeiro na direcção do CDS. A mais de um mês do congresso, que se realiza nas Caldas da Rainha a 17 e a 18 de Janeiro de 2009, ambos têm versões opostas da estratégia a seguir. Portas quer um CDS a negociar "lei a lei" com quem vencer eleições em 2009, sem coligações. Nobre Guedes prefere uma coligação pré-eleitoral com o PSD ou um acordo com o PS.
Então se o único candidato à liderança do partido, Paulo Portas, está convicto que o CDS-PP deve dar um contributo, mas nunca através de qualquer coligação formal e se o seu ex-número dois e principal conselheiro ou ex- defende, no ‘Expresso’, um acordo pré-eleitoral com o PSD ou mesmo com o PS, em prol da maioria absoluta, pode ser que ainda tenhamos um congresso animado e não uma monotonia.
Se a linha anti-Portas aproveitar a onda, então sim, vamos ter algo mais que uma chatice.

A literatura está mais pobre. Faleceu o escritor António Alçada Baptista. Tinha 81 anos. Além da sua obra literária, Alçada Baptista foi também jornalista e editor.
Alçada Baptista nasceu na Covilhã, em 1927. Já depois de se ter licenciado em Direito, esteve na direcção da Moraes Editora durante 20 anos, entre 1952 e 1972.

sábado, 6 de dezembro de 2008

De quando em vez somos confrontados com notícias do bloco central. Desta vez foi Dias Loureiro e Jorge Coelho.
Não sei porquê, mas Dias Loureiro não tem condições para continuar no Conselho de Estado.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Hoje é dia de greve dos professores. Desprezar os números que à partida nos são dados a conhecer, será, como é lógico, um erro monumental, mas aceitar cegamente os sorrisinhos de Mário Nogueira, será um erro de igual monta.
Hoje mais do que nunca acho que uma greve é estar no seu local de trabalho, sem exercer. Para além disso seria interesante e importante que o ministério apresentasse as justificações de falta. Sem nomes, porque isso é o que menos importa, apresentar escola a escola os diversos números (x foram ao médico, y ficaram a cuidar dos filhos, z foram às finanças, ... e u fizeram greve.
E talvez os pais tenham o direito de sobre isto serem informados. Quantos efectivamente fizeram greve e quantos aproveitaram a luta para ir à sua vidinha.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Odete Santos não é uma figura qualquer no PCP. Ex-deputada, advogada, actriz, improvisadora, utópica, marxista-leninista pura e dura, é uma figura controversa dentro e fora do partido. Aliás o seu afastamento de deputada deve-se ao facto da sua imprevisibilidade que, se por um lado pode ser benéfica no ataque aos adversários políticos do PCP, por outro pode ser problemático se a sua veia utópica falar mais alto.
Mas este post tem outro propósito.
Nasce do discurso proferido no XVIII Congresso do PCP que decorreu neste fim-de-semana em Lisboa.
É uma excelente peça de utopia.
Diz Odete a determinado passo que “a paz no mundo está cada vez mais ameaçada” e acusou o capitalismo de “financiar os mais graves atropelos aos direitos humanos”.
E o comunismo nunca financiou nada.
Mas Odete foi mais longe e entre algumas citações de mestres da nossa literatura trouxe à baila o caso de dois jovens julgados por pintar um mural a anunciar o congresso da Juventude Comunista Portuguesa e denunciou que “por muitos sítios desse Portugal, Norte e Centro, com excepção do Sul, proliferam estes atentados à liberdade de expressão, como se no pincel e na tinta pudesse estar a subversão”.
É curioso, mas confundir vandalismo e destruição da coisa pública com liberdade de expressão é algo que só acontece a quem tem uma visão completamente deturpada.

e os rapazinhos querem o 25 de novembro...  pois se me é permitido (e o 25 de Abril deu-me essa liberdade) eu acrescento o 28 de setembro e ...