sábado, 30 de abril de 2011

Eduardo Catroga, o sr. negociação de Passos Coelho, disse ao Expresso que "o fartar vilanagem de Sócrates foi uma tragédia nacional" e que "as gerações mais jovens deviam pôr este Governo em tribunal".
Não podia estar mais de acordo com Catroga.
O Governo de Sócrates deveria ir a tribunal por ter amparado o BPN, o banco do PSD, e ter lá metido 4,6 mil milhões (14-12-2010).
O Governo de Sócrates devia ir a tribunal porque não congelou o dinheiro de todos os accionistas, directores, presidentes e outros que tais do BPN e da SLN.
Quanto ao tribunal estamos conversados, ou não.
E digo ou não, porque Catroga fala muito bem, mas esqueceu-se de outra coisa.
Está documentado (O estado a que o Estado chegou, DN/Gradiva, Fevereiro de 2011, pág. 29), que a despesa pública teve o seu maior crescimento (10,6%) cerca de 4,6 pontos percentuais, entre os anos de 1985 e 1995.
Curiosamente, ou não, estes dez anos pertencem ao consulado de Cavaco Silva.
E para aumentar a curiosidade disto tudo importa dizer que Eduardo Catroga foi ministro do XII Governo Constitucional (1991-1995).
Estamos conversados sobre tribunais, governos e outros que tais.
E agora talvez seja importante dizer que se as gerações mais novas de 1985/95 tivessem colocado o governo de Cavaco em tribunal, poderíamos ter evitado o crescimento da dívida pública e o nascimento do BPN (Oliveira Costa foi secretário de Estado nos X e XI Governos Constitucionais, 1985-1991)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A coisa promete. O movimento "Mais Sociedade", o tal onde pontua João Duque que teve aquela ideia fabulástica da reforma versus subsídio de desemprego, teve outra "excelente" ideia: «o salário dos magistrados dependa do número de processos despachados e da qualidade das decisões». O que é isso de qualidade das decisões? Essa qualidade é medida como? Ao quilo?
Mas isto não fica por aqui.
Este tal grupo que funciona sob a égide de Passos Coelho e do PSD, aliás este grupo é como que a "guarda avançada" na publicitação do programa de governo do PSD, vai mais longe. 
Propõe que a carreira de juiz seja aberta a advogados, professores de direito e a juristas de reconhecido mérito.
Aos poucos vamos conhecendo os desejos do PSD e tenho de dizer que não vislumbro nada de bom.


Alguém me explica o porquê, o para quê e de onde sai esta verba? Não sou capaz de entender isto! Comprar estádios? Será que é para fazer hortas sociais?

terça-feira, 26 de abril de 2011

Existe gente que adora falar do que não sabe. Vem isto a propósito das declarações de João Duque. Diz o referido senhor que "a redução das pensões em caso de desemprego pretende evitar desequilíbrios, criar alguma justiça e obrigar à procura rápida de um emprego". 
Será possível que Duque pensa que quem está desempregado, o está por sua vontade?
Um pouco mais de respeito por quem se encontra nessa situação não faria mal nenhum.



segunda-feira, 18 de abril de 2011

Afinal já corre dentro do PSD a ideia de que a maioria só poderá acontecer com o CDS/PP. Marcelo atirou isso ontem e sabendo-se, como se sabe, que não gosta de Portas, admitir isto deve-lhe provocar bastante azia.


As novas indemnizações compensatórias para os transportes já foram publicadas no DR. A Refer, a CP e o Metro de Lisboa vão receber 1225,8 milhões de euros até 2019. Cada vez que penso que no mês de Março as pessoas ficaram sem transportes quase metade do mês, fica-nos uma revolta imensa.
Talvez seja interessante que os utentes comecem a estudar, elas próprias, formas de luta para fazer face às greves intempestivas dos funcionários destas empresas. 

Afinal já corre dentro do PSD a ideia de que a maioria só poderá acontecer com o CDS/PP. Marcelo atirou isso ontem e sabendo-se, como se sabe, que não gosta de Portas, admitir isto deve-lhe provocar bastante azia.


As novas indemnizações compensatórias para os transportes já foram publicadas no DR. A Refer, a CP e o Metro de Lisboa vão receber 1225,8 milhões de euros até 2019. Cada vez que penso que no mês de Março as pessoas ficaram sem transportes quase metade do mês, fica-nos uma revolta imensa.
Talvez seja interessante que os utentes comecem a estudar, elas próprias, formas de luta para fazer face às greves intempestivas dos funcionários destas empresas. 







domingo, 17 de abril de 2011

De repente assistimos a uma catadupa de gente a ter preocupações sociais. Apetece-me dizer que esta atitude de preocupação social deve representar agora o supra sumo das novas tendências do marketing.
Ontem ouvíamos o presidente da Jerónimo Martins e ficávamos de olhos rasos de água, tamanha era a "preocupação social" se não estivéssemos recordados de que este mesmo senhor fez uma distribuição de dividendos em Dezembro para assim evitar pagar impostos. Mais, foi condenado em tribunal por fuga ao IRC.
Isto é que é preocupação social.
Mas não nos ficamos por aqui. Agora veio o presidente da APIFARMA dizer que a comparticipação de medicamentos deve ter com base os rendimentos.
Porque é que esta ideia me cheira a esturro? 
E os rendimentos são determinados pelo IRS? Se forem estamos conversados, já que ainda estou recordado de um ex-presidente de um clube de futebol que tinha um vencimento igual ao salário mínimo, pelo menos a fazer fé no IRS, mas os filhos andavam em  colégio particular e tinha uma casa com piscina e tudo.
Como eu adorava ter um salário mínimo destes.
Mas este senhor disse uma coisa pior. Referiu que os medicamentos são exportados para países que pagam mais e que no interior os medicamentos podem faltar devido a esta exportação.
É esta a preocupação social.
Tenham decência é só o que se vos pede.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Miguel Relvas, em entrevista à TSF/DN, falou, entre outras coisas, em cinismo e hipocrisia.
Realmente Relvas tem razão e como a tem depois de Passos Coelho arranjar aquela embrulhada do telefonema e visita a S. Bento para lhe ser apresentado o PECIV.
Sim Relvas tem razão para falar em cinismo e hipocrisia, e mais agora após Pacheco Pereira ter revelado que recebeu, ele e todos os deputados, um sms para não falar do PECIV  por forma a não prejudicar as negociações que estavam a decorrer na Europa para aprovação do PECIV.
Esta coisa do cinismo e da hipocrisia devia ser banida da política. Relvas tem razão.
Mas não ficou por aqui. Falou em clientelismo, amiguismo.
Volta a ter razão. Basta olhar para a história do BPN, história essa que uns amigos criaram e que nós agora pagamos, para percebermos do que fala Relvas.
E para não estender muito isto, importa salientar as últimas palavras. Disse Miguel Relvas que o treinador já tinha chegado, era Passos Coelho e era bom.
Pois não tenho essa ideia. Acho-o um péssimo treinador e pelos vistos não só eu. Capucho Marques Mendes, Ferreira Leite e Menezes também devem ter a mesma convicção já que recusaram estar às ordens do treinador.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Ora aqui está um excelente artigo que nos deve fazer pensar seriamente no poder global arbitrário de uns quantos senhores.
Um artigo que contrasta com o artigo de Passos Coelho.

terça-feira, 12 de abril de 2011


Eu bem disse que não queria falar do sr. Nobre, mas realmente ele não para de surpreender pela negativa. Então não é que disse  estar já a preparar um programa que submeterá aos futuros líderes parlamentares, "para gerar mais consensos, para reforçar o regime e a Democracia, para abrir novas oportunidades de auscultação e diálogo com os cidadãos".
Um programa? O presidente da AR tem um programa?
O que vale é que não acredito que ele seja eleito para tal cargo, mas de qualquer forma talvez fosse interessante darem-lhe umas aulinhas para não parecer tão mal...

domingo, 10 de abril de 2011

Não pretendo falar muitas vezes sobre esta matéria, primeiro porque não tem tanta importância e depois porque o que os protagonistas querem é que se fale e eu como sou do contra não pretendo dar-lhe esse gostinho.
Claro que estou a falar do Passos Coelho e do Fernando Nobre.
Realmente é uma matéria que não tem assim tanta importância. Fernando Nobre teve meio milhão de votos nas presidenciais e achou que era o must desta coisa toda. Está redondamente enganado e vai ter a prova disso mesmo e só não terá maior prova porque se trata de uma eleição colectiva. Depois porque a sua votação veio da área socialista. Era uma votação anti-Alegre. Agora a coisa muda de figura.
Depois porque enquanto andamos a discutir esta questão menor não temos tempo para verificar que as ideias do PSD para Portugal se reduzem a entregar tudo e todos aos privados.
Mas o facto inegável é Fernando Nobre ter mandado as suas convicções às malvas. Curioso era ver se Nobre fosse Presidente da AR, era ver um monárquico a dirigir um dos mais importantes organismos da República.
Muito mais haveria a dizer sobre este "casamento". Poderia dizer que é a vingança de Passos Coelho com Cavaco, enfim poderíamos dizer muitas coisas, mas quero tão só chamar a atenção para a coerência, ou melhor a falta dela, de Fernando Nobre.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Que coisa engraçada, ou tão só a expressão máxima da desfaçatez. Ao que parece os  banqueiros portugueses reuniram-se ontem no Banco de Portugal e decidiram cortar o crédito ao Estado.
Bem que poderíamos transpor esta decisão para o anedotário nacional, não fosse ela tão triste e tão reveladora. Assim mais nada nos resta senão colocar esta decisão numa grande tragicomédia.
Claro que uma decisão desta monta não se toma de ânimo leve. Os prós e os contras certamente que foram bem pesados.
Uma coisa é certa, sem conseguir dinheiro emprestado e com os mercados financeiros a exigirem juros já acima dos 10%, as saídas são muito limitadas.
Assistimos pois, a que a pressão já não é só exterior, é também interior.
Se é legal, claro que é. Mas será legítimo? Ou será que estamos perante o maior exercício de desfaçatez de que há memória?
Estou inclinado para este último.
Quem são os grandes motores das parcerias público-privadas?
Quem é que andou a vender crédito às empresas e aos particulares cheio de facilidades?
Quem é que financiou uma vasta série de obras públicas, nas quais se incluem os estádios de futebol - que hoje são perfeitos "elefantes brancos" - que vamos andar a pagar durante muitos anos?
Quem é que financiou a compra dos submarinos?
Quem é que financiou o aeroporto de Beja? Quando é que esta estrutura será rentável?
Por outro lado convém não esquecer que quando se deu a bronca da bolha imobiliária, quem é que serviu de avalista?
Mais, os bancos tem estado a financiar-se no BCE, certo? Com que juro? 1.% creio.
Mas quando compram dívida pública é a que valores? E com que juro?
Podem tentar lavar as mãos como fez Pilatos, mas vão continuar com elas sujas, eu diria mesmo, demasiado encardidas.  

sábado, 2 de abril de 2011

Ontem assistimos a declarações de Pedro Passos Coelho que são, pelo menos para mim, verdadeiramente intrigantes.
Disse Passos Coelho, entre outras coisas, que o "PSD respeitará compromissos se Governo pedir ajuda".
Ora isto significa o quê?
Significa que o PSD não se incomoda de assinar de cruz um acordo entre o Governo e o FMI.
Significa que o PSD está disposto a governar de acordo com um acordo celebrado pelo governo do PS, que por certo irá ter repercussões durante uma legislatura inteira.
Significa que Passos Coelho não se importa que o seu programa eleitoral seja condicionado pelo governo socialista.
Assim sendo, alguém me explica como é que não esteve disponível para negociar modificações no PEC IV e aprová-lo na Assembleia da República?
Tal atitude teria dado uma outra credibilidade ao país e teria evitado que os juros subissem em flecha e que as agências de rating tivessem feito o que fizeram.
Percebeu-se desde à muito que Passos Coelho queria eleições, pois bem, que assim fosse. Aprovado o PEC então poderíamos caminhar para a consulta à população.
Mas O PSD sucumbiu aos interesses partidários e o próprio Presidente da República viu aqui a sua oportunidade para acelerar a sua vingançazinha sobre o Primeiro-Ministro
A demagogia e a indecência assentou definitivamente arraiais por estas bandas.

e os rapazinhos querem o 25 de novembro...  pois se me é permitido (e o 25 de Abril deu-me essa liberdade) eu acrescento o 28 de setembro e ...