quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O país perdeu ontem mais um excelente ministro da saúde e digo isto consciente do que esta afirmação poderá provocar.
Depois de Abril de 74 e não incluindo alguns anos, poucos, de movimentação revolucionária, Portugal só teve, em minha opinião dois bons ministros da saúde. Um foi Leonor Beleza que foi ministra da saúde no X Governo Constitucional (1985-1987) e no XI (1987-1991) e Correia de Campos ministro no XIV Governo (1999-2002) e no XVII (2005-29/01/08). Curiosamente os dois melhores ministros que estiveram na tutela da saúde acabam por cair por culpa da mesma pessoa: Cavaco Silva.
Leonor Beleza, porque Cavaco enquanto primeiro-ministro não a defendeu quando ela afrontou o lobie dos médicos e da outra vez por causa do escândalo do sangue.
Correia de Campos, porque Cavaco em vez de defender a modernização do sector da saúde preferiu criticá-lo no discurso de Ano Novo, isto sem contar com o "porta-voz" do Conselho de Estado, Marcelo, que pediu publicamente a cabeça do ministro.
Daqui a uns anos pode ser que estejamos todos a lamentar as reformas que ficaram por fazer. É a nossa sina. Mas o facto está em que cada vez que adiamos, estamos a enganarmo-nos a nós mesmos, e isso está à vista.
Alguém já se questionou o porquê de Champalimaud a ter colocado à frente da Fundação Champalimaud que é tão só uma fundação portuguesa de apoio à investigação biomédica?

Também de saída do Governo esteve a ministra da Cultura. De igual forma não sei se o tempo não será o melhor conselheiro para julgar o seu trabalho.
Para trás ficaram a exoneração da directora do Museu de Arte Antiga (criticada por Cavaco), a guerrilha com Berardo e com Saramago (sendo que aqui acho que foi uma armadilha que alguém lhe montou).
Quanto aos museus, penso que teve razão, aliás os museus subiram para segundo lugar, logo a seguir ao cinema, nos locais mais frequentados. Com Berardo fico pendente porque gosto imenso da colecção e acho que ela deve ficar aqui, o que poderá provocar alguma imparcialidade na minha apreciação. Já quanto a Saramago, estou convicto que ela não recebeu mesmo o convite (daí eu dizer armadilha).
Curiosamente nunca vi a esquerda a questionar o trabalho do secretário de Estado Mário Vieira de Carvalho, porque será?!

Critiquei aqui António Marinho por ele se ter ficado pela "vegetação", recusando-se a avançar com o nome das ervas daninhas, mas tenho que admitir que levar o mesmo discurso para a abertura do ano judicial é de elevada coragem e desejo de que o tema não caia no esquecimento.
Eu sei que o tema está na ordem do dia e merece a atenção redobrada de todos, mas julgo que o Bastonário da Ordem dos Advogados também deve olhar para algumas declarações dos seus pares e não deixar que elas se percam no tempo e no espaço.
Vem isto a propósito de umas declarações prestadas pelo advogado de Baltazar Nunes, pai biológico de Esmeralda. Diz Luís Martins (sobre o facto de o sargento Luís Gomes poder ter de vender a casa onde habita para pagar os 30 mil euros de indemnização a Baltazr) que não acha preocupante que o sargento possa ter de vender a casa se não conseguir angariar os 30 mil euros até porque "a menina já nem devia estar em casa deles há muito tempo".
É que a justiça não são só os juízes e os tribunais...

Ainda a propósito de justiça, seria interessante que todos, mas todos fizessem a leitura do discurso do Presidente da República na abertura do ano judicial.

Narciso Miranda deve estar a rir como um louco e não é para menos, outro tanto faria eu se lesse isto.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Guantanamo. É urgente que sejamos devidamente esclarecidos sobre o caso dos prisioneiros de levados para Guantanamo. O recente relatório da Organização Não Governamental inglesa REPRIEVE é avassalador para Portugal.
Todos nós estamos plenamente conscientes de que Guantanamo é uma vergonha para os americanos e para todos aqueles que os acompanharam na invasão do Iraque.
Agora uma coisa é acompanhar a invasão, tal como fez Portugal, outra coisa é, como diz Clive Stafford Smith Director-Gegal da organização, «nenhum destes prisioneiros poderia ter chegado a Guantanamo - e sido sujeito a seis anos de abusos - sem a cumplicidade portuguesa e existem ainda várias dezenas de homens que poderão enfrentar a pena de morte após terem sido transferidos pelos Estados Unidos através de jurisdição portuguesa» e reafirmou ainda que as investigações «demonstram que Portugal desempenhou um papel de apoio de relevo no amplo programa de transferência de prisioneiros» e, «pelo menos, nove prisioneiros transportados através de jurisdição portuguesa foram cruelmente torturados em prisões secretas espalhadas pelo Mundo antes da sua chegada a Guantanamo».
Face a estas declarações, o nosso país não se limitou a fechar os olhos, participou activa e conscientemente. E isto é de uma gravidade profunda.
Para um povo que foi pioneiro na abolição da pena de morte, que viu muitos dos seus filhos serem cobardemente torturados e eliminados por uma polícia política perfeitamente déspota, estas revelações provocam o reabrir de feridas que embora não completamente saradas, apresentam uma evolução deveras importante.
Claro que o tema deu logo aproveitamento. A esquerda (Bloco e PCP) na ânsia de marcar terreno agitaram de imediato o fantasma do inquérito parlamentar (como se tal fosse a solução), já a direita foi diferente. O CDS/PP disse que nada havia de novo e o PSD esteve calado. Pudera Barroso, Santana e Portas também são chamuscados.

Repitam lá, que eu não percebi. Já não era suficientemente caricato o facto de um partido monárquico ter feito aliança com um republicano para poder ter deputados na Assembleia da República, veio agora o deputado monárquico dizer que pretende que a Assembleia da República (AR) "reabilite a memória" do rei D. Carlos, aprovando sexta-feira um voto de pesar pela sua morte há 100 anos.
Tenho visto muita reviravolta, muito contorcionismo, muita manipulação, mas mau grado será se chegar ao ponto de ver uma Assembleia da República a reabilitar um rei. Será a subversão total do sistema e uma vergonha nacional.

Está aí de novo a co-incineração. Não me vou alongar muito sobre o tema, até porque já aqui explicitei o porquê de ser favorável.
Volto porque assisti no jornal das 13h da SIC às cobras e lagartos proferidos por Rui Berkemeier, mas antes assisti a uma explanação curiosa de José Manuel Palma, tendo mesmo apelado à Quercus e a autarquia de Setúbal para que regressem às suas posições e ajudem no acompanhamento do controlo especial para garantir que tudo está a decorrer como previsto.
Penso que só alguém que esteja de boa-fé faça apelos deste tipo. Mas o curioso da questão não advêm só disto. O curioso advêm de que este José Manuel Palma, assessor da Secil para o Ambiente, é o mesmo Palma que foi um dos presidentes mais fundamentalistas da Quercus.
Portanto o que é que se passou? Quem evoluiu, quem regrediu?!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Digam que o que se segue não é real:
"Há uma grande semelhança entre Salazar e o Governo de Sócrates." Mendes Bota, vice-presidente do PSD
"Salazar tinha a PIDE e hoje temos a ASAE, polícia de costumes e sabores que persegue os cidadãos." Idem
"Salazar não enganava, pois o seu Governo era uma ditadura. Este Governo parece uma democracia formal , mas é uma ditadura que oprime o cidadão." Idem
"Hoje, tal como antes do 25 de Abril, há meia dúzia que controla e têm lucros fabulosos enquanto o povo está na miséria." Idem
"A máquina fiscal deste Governo é uma autêntica ditadura." Idem
Mas onde é que está a competência, a capacidade de discernimento, o bom senso, a dignificação da vida política.
Se para cantar não serve e para político é o que se vê, melhor seria que se dedicasse à apanha do medronho...

Pensava eu que Rangel se ia ficar pela simples nota de rodapé relativamente à escolha do director de programas e de informação, mas afinal enganei-me e em grande.
O artigo publicado no CM era perfeitamente escusado, até porque sabemos da capacidade dos dois.
Eu sei que eles são alunos e seguidores directos e dilectos de Rangel, mas tanto "melaço" é de mais e só prejudica os dois profissionais.

Mais uma bela Fotogaleria no "Público", desta vez sobre Maria de Lurdes Pintassilgo. Aproveito para deixar aqui o link de acesso ao arquivo desta grande senhora.

Para terminar gostaria de referir que assisti nas muitas reportagens que passaram a arrancarem cadeiras no estádio do Guimarães e no do Sporting a queimarem-nas. Estes estádios também não foram dos que beneficiaram do Euro2004, ou seja pagos com o dinheiro de todos nós? Lindo aproveitamento... Madaíl quer fazer o quê em Portugal?...

domingo, 27 de janeiro de 2008

Clube de quê?! Vai ter início amanhã o quinto ciclo de debates no Clube dos Pensadores, sob o tema «Sistema Político: alternâncias e alternativas».
A Manuel Alegre cabe a abertura, seguindo-se-lhe o ex-primeiro-ministro social-democrata Pedro Santana Lopes a 10 de Março para falar sobre «Política». Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, vai abordar o tema «Trabalho e Sindicalismo», a 07 de Abril (talvez já nem seja secretário, com a sede que lhe anda o Jerónimo), seguindo-se, a 05 de Maio, o dirigente do Bloco de Esquerda Francisco Louçã.
O líder do PSD, Luís Filipe Menezes, encerra este ciclo de debates a 07 de Julho, para falar sobre «Projecto Político»(pode ser que nesta altura ele já tenha algum projecto).
Não fica a menor dúvida que, tirando o Carvalho da Silva e mesmo este tem dias, estamos perante um naipe de pensadores de se lhe tirar o chapéu.
E depois querem que o país progrida...

António Marinho Pinto é Bastonário da Ordem dos Advogados, já não é o simples comentador estouvado que nos entrava pela casa dentro através da pantalha televisiva. Sendo assim não pode lançar suspeições sobre tudo e todos, suspeisões essas que ele tanto criticou enquanto comentador. Tem o dever criterioso de ir em frente e ser mais claro. Preto no branco diz de sua justiça. Nomes, situações, data, tudo... e nós aqueles que vamos dando conta de que algumas coisas não estão correctas, mas que não temos capacidade de manobra, ficaremos eternamente agradecidos.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Ultimamente a saúde tem estado na berlinda. Até o Bastonário da Ordem dos Médicos veio tecer loas ao vento acusando a política de saúde do Governo e o ministro por tudo o que está a acontecer.
Claro que todos aqueles que necessitaram de prestação de cuidados de saúde quer em centros de saúde, quer em hospitais têm queixas. É normal.
Também é verdade que se existem queixas e lamentos carregados de razão, da mesma forma existem queixas e lamúrias sem razão e estas queixas só existem porque a saúde ou antes a falta dela determina um estado de sofrimento e de ansiedade que muitas vezes não se coadunam com a razão.
Mas tirando isto, gostaria de deixar aqui alguns casos:
- Homem tinha 79 anos e recorreu ao hospital de Vila Real com dores de barriga, gripe e fraqueza. Deram-lhe alta de madrugada. Taxista encontrou-o numa maca sem roupa e teve de lhe arranjar algo para vestir. No dia seguinte voltou ao hospital, onde faleceu. Foi o Governo, foi o ministro?
- Médica diagnostica aborto a grávida e Durante sete semanas a mulher pensou que tinha perdido o bebé. A culpa é de quem?!
Claro que o Governo não é nenhuma dama virgem nesta questão. Tem sobre si muitos erros, como outros governos anteriores tiveram. Mas tem de haver seriedade nas análises e isso não tem acontecido, nem mesmo por parte do Bastonário.

Fico à espera de ver Manuel Alegre criar um novo partido. Não consigo imaginar quem foi a alminha que o possa ter comparado com Fernando Savater.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Com a devida vénia deixo aqui um excelente trabalho de Nelson Garrido e Alexandra Coelho publicado no Público.
São os textos que acompanham as imagens que a ASAE e mais uns quantos que por aí andam nunca poderão compreender, mas isto também é o meu país e eu gosto que o meu país também tenha isto.

Ao que parece os familiares do homem que morreu em Castedo, Alijó, ameaçaram hoje mover um processo ao Instituto Nacional de Emergência Médica por demora «excessiva» na assistência ao seu familiar.
Cada um é livre de fazer o que entende e mais, estou convicto que há-de aparecer um qualquer advogado que, desejoso de protagonismo, levará o caso até às últimas consequências.
Mas o que eu gostaria, acima de tudo por respeito ao falecido, é que todos, mas todos, "metessem" a mão na consciência.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Está aí a guerra do leite. Este produto essencial tem estado esgotado vários dias seguidos, principalmente o distribuído pela Lactogal, nas últimas duas semanas em praticamente todas as grandes superfícies portuguesas. Ora tal facto só tem um significado:aumento de preços a curto prazo.
Para quê abastecer as prateleiras com a quantidade normal do produto se, daqui a duas semanas, pode vender a mais dez cêntimos o litro, o que se irá traduzir em ganhos de muitos milhões num abrir e fechar de olhos.
Mas este é um problema sério para toda a população portuguesa e em especial para a de menor recursos e com uma prole mais numerosa.
Eu percebo que não será fácil manter animais leiteiros. Também sei a dificuldade que é agilizar e certificar as explorações. Igualmente reconheço que a questão dos preços à produção sempre foi um "calcanhar de Aquiles".
Só que reconhecendo tudo isto, igualmente verifico que os produtores abandonaram o seu associativismo em detrimento dos grandes grupos, logo perdendo capacidade reivindicativa. Igualmente as guerrilhas dentro da CEE com a história das quotas foi problemática para nós.
Mas a verdade deste problema não são só as alíneas anteriores e creio mesmo que não sejam elas as primordiais. A grande questão passa pela real diminuição do efectivo pecuário e dos produtores que, cada vez mais, trocam as pastagem pela produção de cereais destinados a biocombustíveis.
Resta saber até quando aguentam os nossos terrenos com uma cultura verdadeiramente intensiva e pejada de químicos. Não creio que aguentem muito.
E depois dizem que o nosso mercado alimentar foi invadido por produção espanhola.

Não resisto a deixar aqui a conversa mantida entre emergência e uma corporação de bombeiros. Por muito respeito que tenha pelos bombeiros, e tenho, não posso deixar de classificar esta conversa como patética e digna de figurar nos anais mundiais do humor.

Afinal a liderança do PSD não é bicéfala, é tricéfala: para alé de Santana Lopes e Luiz Filipe Menezes há também a Cunha Vaz & Associados, embora Santana não esteja muito pelos ajustes.

O CDS-PP vai propor a realização de um inquérito parlamentar para averiguar as responsabilidades por falhas na supervisão bancária do Banco de Portugal às alegadas irregularidades no BCP, desafiando os outros grupos parlamentares a aprovarem a iniciativa.
Este é o texto que se podia ler na página do CDS/PP.
Por certo que não estarei muito longe da verdade se disser que o texto original era:
O CDS-PP vai propor a realização de um inquérito parlamentar ao Dr. Vítor Constâncio, presidente do Banco de Portugal para averiguar as responsabilidades por falhas na supervisão bancária às eventuais irregularidades do BCP e gostaríamos que outros partidos nos acompanhem, já que importa vingar o que ele fez ao nosso companheiro Bagão Félix e ao nosso amigo Santana Lopes.

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anunciou que o Governo pretende lançar um programa para reduzir gradualmente o tempo que leva a pagar aos seus fornecedores.
Ora aqui está uma medida importantíssima e que traz benefícios para todos.
Para os fornecedores é óptimo porque realizam as verbas mais rapidamente, podendo realizar investimentos, movimentarem as suas empresas e liquidarem as suas dívidas.
Para o Estado é ouro sobre azul.
Primeiro porque dignifica o estado como pessoa de bem, segundo porque os produtos vão sair mais baratos, já que deixa de haver justificação para os fornecedores colocarem percentagens relativas ao tempo que estão à espera do pagamento.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Ontem assisti ao "Prós e Contras" da RTP(1.ª parte, 2.ª parte e 3.ª parte). Embora consciente de que iria acontecer muita chicana ao longo do programa, sempre esperei que ele fosse esclarecedor como é apanágio deste programa em especial.
Afinal enganei-me e rotundamente. O Director-Geral da Saúde, Francisco George e Constantino Sakellarides, director da Escola Nacional de Saúde Pública, estavam ali numa posição de fundamentalistas bacocos, que não lhes fica bem e, pelo contrário, lhes provoca mais desmérito do que mérito.
Chega quase a ser penoso assistir às explicações do Director-Geral da Saúde. Já quanto a Sakellarides, a sua dissertação sobre espaço público é, no mínimo, confrangedora e patética.
Pode-se dizer que estas duas alminhas não prestaram grande serviço a causa dos não-fumadores, antes pelo contrário.
Por outro lado Mário Assis Ferreira deu o que, na gíria, designamos por "baile".
De onde saíu o representante sindical? Só pode ter sido do séc. XVIII?!

Faz dois anos. Faz dois anos que Cavaco foi eleito Presidente da República. Para além de outras considerações, Cavaco Silva fez questão de dizer que a economia está melhor do que quando foi eleito para o cargo: «Tenho que dizer, com seriedade, que está melhor, na medida em que a taxa de crescimento económico é hoje mais forte do que era quando fui eleito. A confiança, apesar de tudo, também é hoje mais forte do que era há dois anos a esta parte».
Após estas declarações as hostes social-democratas entraram novamente em erupção, tal como tinha acontecido com as declarações de Rui Rio no último Expresso.
Menezes está cada vez mais encostado às cordas.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Para abrir deixo aqui um artigo do Diário Económico que julgo da maior importância e actualidade, um artigo que deveria ter a atenção de todos, Menezes, Marcelo e mais uns quantos que por aí andam.

Agora com foto. Apareceu agora uma foto de mais um possível raptor da pequena Maddie. Curiosamente e a acreditar no porta-voz da família, a testemunha prestou informações em Maio, mas como mais ninguém fez nada, a família achou por bem avançar ela com as investigações e chegou agora a este retrato robot. Pelos vistos, Melissa Little, uma especialista britânica treinada pelo FBI, autora do retrato deve desenhar devagar. Desde Maio até agora...
De tempos a tempos é preciso lançar poeira para os olhos das pessoas.
Possivelmente será por acaso que aparece mais este dado numa altura em que as verbas do Fundo estão quase a esgotar-se.

Ontem fiquei à espera de ver Marcelo a comentar o estado do PSD. Puro engano meu. O comentário limitou-se às indicações de Menezes para os programas televisivos e nada mais.
Pelos vistos o célebre comentador está mais interessado na cabeça do ministro da Saúde do que em comentar o cheque de 20 mil euros da Bragaparques para o PSD na campanha autárquica de 2005 de Lisboa, ou mesmo em comentar a saída de Paulo Rangel (um não alinhado com a actual direcção dos sociais democratas) do programa da RTP "O Estado da Nação".
Independente, mas não tanto.

Todos nós recebemos um mail com o texto que se segue, ou parecido:
MAIS ESTE ESCÂNDALO DO "INGINHEIRO" SÓCRATES CORRUPÇÃO A GRANEL
Job for the...

brother
Sabe quem é António Pinto de Sousa?
É o novo responsável pelo gabinete de comunicação e imagem do IDT (Instituto da Droga e Toxidependência).
Tem competência atribuída, para empossar quem quiser, independentemente da sua qualificação académica e profissional, para os cargos dirigentes do Instituto, contrariando os próprios estatutos do IDT.
Ahahah... já me esquecia de dizer: é irmão de
José Sócrates.
Cláusula de salvaguarda:
Face ao perigo dos Bufos "súcia-listas", comunico que:
Este e-mail não está a ser enviado por nenhum funcionário público durante o horário de trabalho;
Não está a ser enviado de um computador de um organismo público;
Não está a ser enviado de nenhum gabinete, nem mesmo do interior de uma instituição da administração pública;
Não existe nenhum bufo por perto;
Não é um comentário jocoso;
Não é um insulto;
Não trata o Exmo e Ilustre Sr. Eng. Primeiro-Ministro com sentido depreciativo e/ou injurioso;
Garante a observação das orientações superiormente fixadas para a prossecução e implementação das políticas desenvolvidas pelo "QUERIDO LÍDER";
Não demonstra grave desinteresse pelo cumprimento dos deveres gerais de lealdade e correcção;
Não viola o dever de lealdade;
Não procura atingir o Sr. Eng. Primeiro-Ministro, (aliás, eu gramo o Sr. Eng. Primeiro-Ministro aos molhinhos);
Viva o GRANDE LÍDER Sr. Eng. Primeiro-Ministro!!!P.S.
(Post Scriptum, não Partido Socialista): Se alguém bufar que fui eu a enviar este e-mail, eu nego-o,"N-E-G-O---O".
Curiosamente hoje foi reposta a verdade dos factos.
Para que conste está aqui.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Regra geral não existem muitas coisas com capacidade para me provocar uma ira profunda.
Às coisas que me chateiam procuro dar um qualquer toque de humor, para que alguns raios de luz penetrem na escuridão do dia-a-dia.
Agora que já fiz a minha divagação vamos à parte séria.
No espaço de vinte e quatro horas duas crianças faleceram. Uma a caminho do Hospital de S. Teotónio, em Viseu, outra ainda não se sabe se em casa, se junto ao Hospital de Anadia ou se a caminho do Pediátrico de Coimbra.
Morrerem dois bebés num espaço de um dia, já é algo de terrível, aproveitarem-se desse infortúnio para guerrilha política, social, a que for, é pura e simplesmente canalhice.
Sempre fui contra o aproveitamento da morte ou do(a) falecido(a).
O Rodrigo era um bebé de três meses e foi o segundo a falecer. De imediato o PSD, o PP e não sei se mais alguns vieram solicitar na AR inquéritos.
Como se não fosse cretinice quanto baste, decidiu ainda José Paixão do movimento “Utentes para a Saúde” e que tem promovido os protestos contra o encerramento das urgências da Anadia dizer que “aconteceu o que temíamos. Ainda por cima, com uma criança de três meses, que não tem culpa nenhuma disto”. Mas ainda não satisfeito avançou “se a urgência estivesse aberta, provavelmente o menino estaria vivo”, e fez questão de apontar “várias falhas”: por um lado, “a ambulância do INEM não tinha pessoal especializado”, por outro, “desencontrou-se com a viatura de emergência médica”.
Vou parar por aqui nas considerações tecidas e para terminar e por respeito à família deixo somente o desabafo do pai do Rodrigo que não se queixa das equipas de socorro “ acho que o menino já estava morto no berço”.
As lutas, quando sérias, têm regras.

Eu avisei. Acabaram os What Else? de Emídio Rangel. A crónica de hoje já muda de agulha e no fim, preto no branco, Rangel defende os seus seguidores. Acho muito bem.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Como era de prever, o processo disciplinar movido a José Rodrigues dos Santos pela RTP, foi a modos que a montanha pariu um rato.
A partir de agora a administração da televisão pública deixa de ter hipóteses de levantar processos por declarações a outros meios de comunicação social, o que é sempre positivo.
Terá sido um gesto magnânimo da nova administração? Foi a pedido do novo director de informação.

Ainda a propósito da RTP, estou curioso para ver as novas crónicas de Emídio Rangel no CM sobre a RTP. Nas últimas, What Else? (1) e What Else? (2), só não chamou foi santo ao ministro que tutela a televisão.
Agora que foram nomeados dois seguidores confessos de Rangel, José Fragoso para director de programas e José Alberto Carvalho para director de informação, quero ver o What Else? (3).

António Marinho, pois então. O novo Bastonário da Ordem dos Advogados não perdeu tempo e ontem, aos microfones da TSF, propôs, entre outras coisas, que os juízes deviam subir na carreira consoante o número de decisões tomadas.
Num tempo em que tanto se fala de produtividade, fico curioso. É que a quantidade nunca foi sinónimo de qualidade, mas lá que podia haver mais desembaraço, isso é um facto.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Ao que parece, uma delegação dos "pequenos partidos" reuniu ontem com as bancadas do PSD e PS estas mostraram-se "sensíveis" à eliminação da regra que exige a existência de pelo menos 5000 filiados sob pena de se avançar com a sua extinção administrativa.
Por mim não vejo inconveniente nenhum na referida lei e não sou adepto de nenhuma alteração.
Acusem-me lá do que quiserem mas eu estou no direito de não aceitar a existência de partidos e movimentos políticos que mais não são do que associações e que se limitam a concorrer às eleições somente para obter os dividendos monetários que daí advêm, já que ao longo do ano nunca eles falam sobre coisa alguma.
Tivesse a subvenção que o Estado paga aos partidos indexada aos valores da inflacção e não ao aumento do salário mínimo e eu queria ver.
Por outra forma assistimos a factos que são verdadeiros enquistamentos na democracia.
Expliquem-me como é que o PPM (Partido Popular Monárquico) é capaz de concorrer coligado com um partido republicano como é o PSD? Melhor do que isso, então um partido monárquico candidata-se a uma Assembleia da República?
Movimento Partido da Terra o que é? Se tirarmos o facto de estarem na AR coligados com o PSD, quais são as actividades e acções que produzem de motu proprio?
Os Verdes?
Eu sei que a democracia é fundada na pluralidade das opções de escolha, e eu quero ter direito a essas opções. Mas quero que essas opções se movimentem sempre e não sejam só um grupo de amigos que só aparece nas eleições.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Que grande abada e dupla ainda por cima. Cadilhe deve ontem ter perdido a vontade de fazer favores e alimentar guerrinhas que não são suas, para além de que neste "exercício" não conseguiu obter os mínimos para disputar mais tarde o Banco de Portugal.Cadilhe sai derrotado na sua pretensão de voto secreto por 77,45% votos contra e de 22,55% a favor e sai derrotado para a presidência do banco já que somente recebeu pouco mais de 2% dos votos contra os 97,76% da lista de Santos Ferreira (0,1% do capital votou contra).
Importa referir que estavam presentes na AG 71,49% do capital do banco, pelo que a candidatura de Santos Ferreira é aprovada por cerca de 70% do capital total do maior banco privado português.
Mas Cadilhe não está sozinho nesta derrota, acompanham-no Bagão Félix, Filipe Menezes, Marcelo Rebelo de Sousa, Pacheco Pereira, e todos aqueles que fizeram um ruído enorme em torno de Vara (verifica-se agora que esse burburinho era exterior ao BCP).
Talvez que isto tenha servido de lição a uns quantos artistas que por aí andam.
Os vencedores são naturalmente Joe Berardo, que ganha em quase todas as frentes, falhando só a eleição para o conselho de remuneração; Santos Ferreira que apesar de receber uma herança pesada (os processos do DIAP, Banco de Portugal e CMVM), recebe uma legitimidade soberba para avançar com o trabalho de recuperação do banco e o outro vencedor, claro está, é Armando Vara que apesar do tal ruído é agora de mostrar o porquê de número dois de Ferreira, para além de com esta eleição mandar às malvas a política.
A seguir deixo alguns comentários que me parecem curiosos:
Henrique Neto, Presidente da Iberomoldes - “Apesar de ser uma vitória previsível, fico satisfeito que a crise no BCP tenha chegado ao fim. A expressiva vitória de Santos Ferreira mostra um consenso por parte dos accionistas o que dá alguma garantia de estabilidade ao sistema financeiro português”.
António Nogueira Leite, Economista - “Como grande cliente considero que Santos Ferreira é uma pessoa de qualidade, equilibrada e de grande experiência. Poderá trazer a estabilidade ao BCP e ao sector financeiro. O que é importante para os agentes económicos, bem como para que as instituições funcionem.”
Mira Amaral, Economista - “Era o resultado já esperado e não me surpreendeu. Faço votos de que a unanimidade dos accionistas traga estabilidade ao BCP. Mas a meu ver, o grande desafio está agora a começar: conseguir manter esta coesão dos accionistas.”
Marcelo Rebelo de Sousa, Professor universitário - “Era uma vitória previsível depois de os grandes accionistas se terem virado para Santos Ferreira. Apesar do esforço e coragem de Cadilhe a sua votação foi condicionada pelo apoio do PSD. Num país em que poder económico e político andam de mão dada, foi também uma vitória para o Governo.”
Miguel Beleza, Economista - “Foi o melhor resultado, o que não significa que o novo presidente e os elementos da sua lista, sejam o ideal. Foi uma excelente lição para Cadilhe que sabe tanto de economia como eu de costura. Espero que o sector financeiro estabilize, mas não podemos esquecer a CGD.”
Luís Filipe Menezes, presidente do PSD - “O meu partido não se pronuncia sobre este tipo de questões, que têm a ver estritamente com o mercado. Não vou fazer aquilo que o Dr. Santos Silva tem feito ao longo destes quinze dias, ou seja, não me vou envolver neste assunto.”
Carlos Azeredo, um histórico do PSD - que já foi candidato a Presidente da República e a à Câmara Municial do Porto, considerou que a eleição de Santos Ferreira representa a entrega de uma instituição privada “a um Estado voraz e cada vez mais incapaz de resolver os problemas de Portugal”.

Agora vamos ao disparate. Sempre que alguns elementos do PSD alardeiam a questão da democracia e da liberdade eu fico perplexo. Recordo-me de pelo menos dois discursos na Assembleia da Republica, um de Paulo Rangel e outro de Zita Seabra que questionavam a falta de democracia e de liberdade impostas por este Governo e nomeadamente por Sócrates.
Afinal o que se passa é que essas chamadas de atenção não devem ser para o Governo, nem para o primeiro-ministro, elas devem destinar-se sim ao interior do PSD e do seu líder, senão vejamos:
- já referi que o grande inquisidor-mor Rui Gomes da Silva disse para os seus pares (deputados) e a propósito de alguma contestação que não se esquecessem que as listas de deputados ainda não estavam feitas;
- o próprio Paulo Rangel foi mandado calar por Santana Lopes;
- mas o cúmulo está na intromissão de Menezes na comunicação social. O líder do PSD argumenta que na SIC Notícias, o programa Quadratura do Círculo deveria acolher o socialista António José Seguro e um militante do PSD «para fazer a defesa ortodoxa» do partido «como Jorge Coelho faz do PS», na RTP se «à terça-feira fala o porta-voz do PS, então «à quarta-feira deveria falar o secretário-geral do PSD à mesma hora», para além de que e também na RTP se o social-democrata «Marcelo Rebelo de Sousa, que tem uma posição independente no seu juízo, fala ao domingo», então «à segunda-feira deveria falar Manuel Alegre», pois tem de haver «equidade no serviço público».
Primeiro: se o ridículo matasse Menezes no fim de dizer isto tinha caído redondo no chão.
Segundo: Menezes está a candidatar-se de certeza é a director de programas, mas vai tarde, porque a SIC tem o Nuno Santos e a RTP já tem o José Fragoso.
Terceiro: isto tal como fez a propósito da CGD é imiscuir-se no regular funcionamento de empresas quer públicas, quer privadas.
Quarto e último: quando um partido político tenta impor regras nos programas de comentadores, regras essas que nada têm a ver com os partidos políticos, então estamos perante uma atitude totalitária e monopolista.
Se isto é um candidato a primeiro-ministro então meus amigos digam lá o que quiserem, mas eu fico com o actual.

Santana Lopes. Ontem estive a assistir à entrevista de Santana Lopes ao programa "Dia D" da SICNotícias e se alguém tinha dúvidas de que o regresso à política só se verificou porque existem contas a ajustar quer com Sampaio, quer com Constâncio, quer mesmo com alguns correligionários seus, tirou-as de certeza. E mesmo Menezes não deve andar descansado.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Primeiro coração bioartificial gerado em laboratório. A Nature Medicine publicou uma descoberta que pode vir a revolucionar os transplantes porque permite, finalmente, o fabrico de órgãos artificiais.
Como é natural, os resultados são ainda muito preliminares e foram obtidos com corações de ratos, sendo que vão demorar anos a serem aplicados a seres humanos.
Aqui fica o vídeo do Público.
Outros links sobre a matéria:
http://dn.sapo.pt/2008/01/15/ciencia/coracao_bate_laboratorio.html
http://www.abcnews.go.com/WN/story?id=4133154&page=1
http://www.nature.com/nm/journal/vaop/ncurrent/abs/nm1684.html
http://www1.umn.edu/umnnews/Feature_Stories/Researchers_create_a_new_heart_in_the_lab.html
http://news.yahoo.com/nphotos/Stem-Cell-Research-University-of-Minnesota-fulfill-the-promise-stem-cells-journal-Nature-Medicine/ss/events/sc/052005stemcells/im:/080114/ids_photos_wl/r2708004310.jpg/#/080114/ids_photos_wl/r2167621218.jpg
http://www.inform.com/University+of+Minnesota,Doris+Taylor
http://www.minnpost.com/stories/2008/01/13/566/university_of_minnesota_scientists_announce_important_research_that_one_day_could_help_people_awaiting_organ_transplants
http://www.daylife.com/words/Doris_Taylor

Cheira a poder?! Luís Filipe Menezes, à margem de uma iniciativa ambiental que decorreu em Gaia, veio afirmar, e relativamente à oposição interna, que "se os que tiveram medo há três meses, agora perderam o medo porque cheira a poder, então que venham. Afirmem-se, não falem para os jornais, falem para os militantes e eu convoco eleições." e ainda "todos os dias há pessoas a dizer que são melhores. Vamos parar com isto, é altura dessas pessoas se afirmarem, se não, não passa de um acto de desestabilização e cobardia".
Primeiro: é de profundo mau gosto e perfeitamente reveladora da baixa política do actual PSD a expressão "cheira a poder".
Segundo: Marques Mendes deve estar a contorcer-se de tanto rir ao olhar para estes pretensos "murros na mesa". Não é por nada, mas isto não é mais nem menos aquilo que Menezes fez a Mendes, e se Menezes respeita e aceita a sabedoria popular deveria saber que: quem com ferros mata, com ferros morre.
E o curioso é que se toda esta turbulência originasse ideias positivas para o país, do mal o menos. Mas o triste é que isto não significa nada de produtivo, mas mesmo nada.

Hoje fica decidido o futuro do BCP e ainda bem. À hora a que escrevo não sei se será Santos Ferreira se será Cadilhe. Se as intenções de voto se confirmarem o ex-homem forte da CGD será o futuro administrador do BCP e a Cadilhe nada mais restará se não meter a viola no saco e ir tocar para outra freguesia. Aliás é também este o meu desejo.
Mas seja qual for não é impeditivo de olhar para trás e fazer uma careta.
O que começou como luta entre criador e criatura, luta que era económica e nada tinha de política, passou de repente a uma guerra entre Governo e oposição.
Assistimos a um PSD em pontas (qual bailarino) a fazer uma guerra de nomeações (como se tivesse o cadastro limpo nessa matéria) e a exigir pateticamente lugares. Como as coisas não lhe estavam a correr de feição empurra Cadilhe para a luta directa pelo BCP e começa a disparar contra Constâncio (com quem Santana e Bagão Félix têm contas a ajustar).
Mas o Governo não ficou isento. A metáfora dos polícias e dos ladrões de Teixeira dos Santos a resposta de Santos Silva à presença de Bagão Félix nas jornadas parlamentares do PSD, não são exemplos de boa conduta.
Por isso é que eu desejo que hoje termine esta chicana política sobre algo que nada mais é do que uma circunstância económica e financeira e que só pode ser solucionada pelos accionistas doa a quem doer e doeu a Pacheco Pereira que não se fartou de dizer que os accionistas se encostaram ao Estado e que com isso perderam independência e por aí fora. Mas claro Pacheco fala mal de tudo e de todos (até criticou Sócrates por ir de gravata ao Conselho de Ministros informal), é um Marcelo em registo filosófico.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

O desespero é grande. Atinge já foros de escândalo a pressão efectiva dos vários sectores da direita para que Cadilhe consiga ficar na administração do BCP. Os últimos a meter o bedelho foi o presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários que, em nome próprio e no do SNQTB, está a apelar ao voto dos accionistas do BCP na lista liderada por Miguel Cadilhe.
O porquê de tal apelo não sei, o que eu sei é que era este Sindicato, e a propósito da reforma fiscal, disse em comunicado (Dezembro de 2000) que «a reforma fiscal é uma sentença de morte para o sector financeiro», «a violação do sigilo bancário, agora legalizada, conduzirá à quebra de confiança dos portugueses e à fuga de capitais», «será a Suíça e os paraísos fiscais a beneficiar do dinheiro português», «impõe-se um minuto de silêncio (?) por alma da bolsa e mercado de capitais portugueses que foram executados sumariamente» e «esta reforma fiscal é uma oferta aos perdedores do 25 de Novembro».
Estamos conversados sobre o referido sindicato.
Ah… já me esquecia o Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários, não foi mais um dos sindicatos fundados pelos TSD (Trabalhadores Sociais Democratas) por não terem representatividade directa na classe, tal como fizeram com os professores e os funcionários públicos?

Na política, Portas continua pelas feiras, Jerónimo apoia Anadia até porque é preciso capitalizar, Louça programa a censura ao governo e Santana+Menezes (nunca o contrário) vão limpando as pistolas e aguçando os punhais, porque lutar internamente é preciso.
A propósito da luta interna no PSD foi curioso ver que Ângelo Correia foi obrigado a enviar uns recados através do "Expresso" e que Pedro Passos Coelho já veio publicamente dizer que é muito cedo para questionar o líder, num género de deixem navegar o barco que eu tenho tudo sob controlo e na devida altura eu serei o timoneiro.

sábado, 12 de janeiro de 2008

O procurador-geral da Cidade do Vaticano, Nicola Picardi, defendeu hoje que aquele Estado deve dotar-se de uma lei que proíba o tráfico de droga, para evitar transformar-se numa "zona franca para traficantes".
Estou em total acordo, especialmente depois de saber que a polícia holandesa deteve ontem, no Aeroporto de Amsterdão-Schiphol um padre boliviano que escondia três quilos de cocaína debaixo da sua batina.

Novamente Luiz Pacheco no seu melhor.

Fico pasmo com as sondagens. Como é que é possível?

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Hoje é educação. Uma portaria publicada hoje em Diário da República determina que deixa de ser obrigatória, a partir do ano lectivo 2010/2011, a compra de manuais escolares para algumas disciplinas, como Educação Musical ou Educação Física.
A portaria 42/2008 define ainda que a partir dessa data não serão adoptados manuais escolares nas seguintes áreas curriculares e disciplinas: Expressões Artístisticas e Físico-Motoras do 1º ciclo do ensino básico; áreas curriculares não disciplinares dos 1º,2º e 3º ciclos do ensino básico e ensino secundário; Educação Física, Educação Musical e Educação Visual e Tecnológica do 2º ciclo do ensino básico; Educação Física e Educação Artística do 3º ciclo do ensino básico e Educação Física do ensino secundário. Consequentemente, a aquisição do manuais escolares para estas disciplinas deixa de ser obrigatória.
Só lamento que a medida só comece em 2010/11 e não no próximo ano.

Mas a educação tem mais novidades. O Ministério da Educação vai reforçar o ensino da Língua Portuguesa e da Matemática no segundo e terceiro ciclos do básico, admitindo mesmo vir a aumentar a carga horária das duas disciplinas, isto segundo Jorge Pedreira, secretário de Estado adjunto da ministra da Educação.
Ora aí está uma excelente notícia. Eu sempre disse que a Língua Portuguesa era a pedra de base.

No passado dia sete, Zita Seabra disse que «a liberdade e a democracia estão em perigo».
Claro que esta senhora pode dizer o que quiser, inclusivamente que nunca foi do PCP e que nunca alinhou no golpe do 25 de Novembro, até porque a tal democracia e liberdade que para ela estão em perigo, existem mesmo e permitem que se diga tudo, até burrices.
Mas voltemos ao que está em perigo. Diz a senhora que é a liberdade e a democracia. Tem toda a razão e lamento só hoje poder perceber.
Mais, estou inteiramente solidário consigo.
Depois de saber o que se passou na reunião da bancada do PSD eu vou até mais longe: elas não estão em perigo, elas na verdade não existem. Que o digam Aguiar Branco e António Preto. Agora curioso é ser Rui Gomes da Silva, homem de mão de Santana Lopes, a fazer a ameaça aos críticos da liderança. É que não sei se estão recordados, mas foi esta mesma personagem que durante o governo de Santana Lopes, arranjou aaquela encrenca que motivou a saida de Marcelo da TVI.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

O presidente da distrital de Lisboa do PSD, Carlos Carreiras, afirmou durante um jantar com a secção D do PSD de Lisboa, em que esteve presente o presidente do partido, Luís Filipe Menezes que «provavelmente no dia 20 não estará aprovado o empréstimo. A minha convicção e os dados que tenho é que ele não será aprovado».
Ora o empréstimo a que se referia, era o empréstimo à Câmara Municipal de Lisboa.
A convicção é uma coisa, os dados são outra.
Quem é que lhe forneceu os dados sobre a não aprovação por parte do Tribunal de Contas? Foi o próprio Tribunal? Foi alguém lá de dentro? Vamos esclarecer tudo depressa e bem.

Vamos lá ao aeroporto. A decisão já aí está. Ganhou o campo de tiro de Alcochete. É mais barato porque os terrenos são do Estado e ponto final.
Afinal toda a gente estava enganada. Foi Cavaco ao patrocinar o estudo da CIP que descobriu isto tudo.
Curiosamente ou não, importa dizer que apesar dos terrenos serem do Estado, eles têm um custo. Ou são de borla? Nada é de borla neste país.
Ainda não sei o que vai acontecer ao campo de tiro. A Força Aérea abdicou dele? Vai ser construído outro? Onde? Quanto vai custar?
Cravinho disse em entrevista à revista "Visão" de que havia interesses de que o novo aeroporto funcionasse o mais para sul possível.
Ora aí está.
Fico a aguardar pelas contas finais, mas enquanto elas não veem, vou-me entretendo a ver o interesse da Sonae pelo aeroporto Francisco Sá Carneiro e a ler o estudo do LNEC.
Como facilmente se entenderá o interesse recrudesceu.
Mas muita água deverá correr ainda por baixo da ponte.

O trabalho e o seu Livro Branco, que me parece mas é preto.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Lembram-se do comentário que aqui fiz sobre a oferta do DN nos 143 anos. A mesmo tempo que aqui comentei, resolvi dar conhecimento disso ao Provedor dos leitores do DN.
Recebi agora a resposta que aqui deixo e que desde já agradeço:

Provedor (DN/de) para mim
Caro leitor
Pedi ao Departamento de Marketing da empresa um esclarecimento sobre o trema que colocou.
Cumprimentos
Mário Bettencourt Resendes
Provedor dos Leitores


A noite foi boa conselheira, é o mínimo que se pode dizer sobre o recuo do governo na questão do pagamento do retroactivo do aumento das pensões por prestações.
Não é vergonha nenhuma errar, vergonha seria errar, perceber que errou e não desfazer o erro.

E porque falamos em pilim, aproveito para dar a conhecer as tabelas de retenção na fonte aplicáveis para efeitos de IRS em 2008, publicadas hoje num despacho do Ministério das Finanças.

Continuando no vil metal, gostaria de chamar a atenção para o Boletim Económico de Inverno de 2007, do Banco de Portugal. E se porventura não quiserem ler o documento todo, então chamo especial atenção para " A Criação e Destruição de Emprego em Portugal", pág. 79 e ss.

Continuem a dizer que eu é que sou má língua e coisa e tal... Aqui ficam dois textos que mostram como corre o PSD. Um é do DN, outro é do Abrupto.

Também isto para mim não é novidade.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

De repente o que era consensual deixa de o ser. Altera-se o consenso para período de reflexão. É curioso.
Claro que só podia estar a referir-me ao caso BCP.
Mas antes de avançar com o comentário de hoje, devo deixar aqui expresso que nem cliente sou do referido banco.
Dito isto avancemos.
Sem querer fazer qualquer tipo de analogia por o BCP ser conhecido como Banco da Opus Dei, apetece-me dizer relativamente às listas que, tal como no Evangelho de S. João, cap.1, versículo 1, No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Depois já não era o Verbo, era somente verbo de encher e passou-se ao capítulo 2, o de mais gente para o cargo porque tinham de mostrar indignação face a Constâncio e vem o capítulo 3, aquele onde se pensa, pensa, pensa... até porque no dia 15 é importante que saia fumo branco da chaminé.
É neste capítulo 3 que acontecem as coisas mais engraçadas. Vejamos:
- primeiro, foi a Teixeira Duarte, que subscreveu a lista de Carlos Santos Ferreira, e que agora diz que "está em período de reflexão" e que Cadilhe "é uma hipótese de voto";
- João Rendeiro, do Banco Privado Português, diz que Cadilhe é uma alternativa válida a Santos Ferreira;
- Ulrich, do BPI - Banco que tem 8% do BCP -, quando confrontado com uma lista única, não apoiou, mas aceitou Santos Ferreira, afirmou, ontem, em Coimbra, ainda não está decidido o voto, mas que Cadilhe "tem provas dadas" no sector bancário.
Claro que todos nós estamos de acordo que Cadilhe é uma alternativa válida e que tem provas dadas no sector bancário. Quem é que já esqueceu que Miguel Cadilhe era o presidente do Banco de Fomento Exterior quando o BPI de Ulrich o comprou.
Aguardemos então o fumo branco para depois assistirmos, ou não, ao desaparecimento do BCP tal como é hoje.

Já mete nojo. Todos os dias se fala da nova lei do tabaco. Ou porque são os casinos, ou porque são as pessoas ao frio e à chuva a fumar, ou porque o inspector-chefe da ASAE foi apanhado a fumar, ou porque nas cadeias não se aplica a lei, enfim qualquer motivo é válido.
O último tem a ver com o facto de que os trabalhadores podem recusar-se a desempenhar funções em zonas de fumadores, criadas ao abrigo da nova lei do tabaco, «mediante avaliações objectivas» e deverão ser consultados sobre esse assunto, esta pelo menos é a tese do jurista João Dionísio da CGTP.
Vamos mas é acabar com esta hipocrisia.
Numa altura em que se criam salas de xuto com o dinheiro de todos nós, se multiplicam os programas de trocas de seringas, nas prisões e fora delas, também com o nosso dinheiro, precisamente nesta altura discriminam-se os fumadores, quase os fechando num "guetto".

Jorge Liça, dirigente da Redes Energéticas Nacionais (REN) confirmou que a Câmara de Sintra assumirá os custos do enterramento parcial da linha de muito alta tensão Fanhões-Trajouce, que custará entre 20 a 30 milhões de euros.
Tem assim tanto dinheiro?! Não parece. Basta ver o que está por fazer no concelho.

Não lembra a ninguém. Os pensionistas estão indignados por o Governo estar a dividir o aumento extraordinário das pensões para compensar o facto de as actualizações deixarem de ser feitas em Dezembro pelos 14 meses de prestações.

Vou servir-me da poesia "Cantata da paz" de Sophia e que diz "Vemos, ouvimos e lemos/Não podemos ignorar/..." para dizer que só as palavras de Zita Seabra me faziam rir. Por favor não ataque a minha inteligência.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Se alguém tinha dúvidas sobre o problema levantado pelo PSD à lista de Santos Ferreira para o BCP, Marcelo Rebelo de Sousa dissipou-as ontem na RPT. O problema não é a troca quarto-mundista de administradores entre bancos fortemente alardeada por Menezes, o problema tem um rosto e tem um nome: Armando Vara.
Marcelo disse que não reconhecia a Armando Vara competência para ocupar um cargo como banqueiro. Curiosamente eu julgava que Vara era candidato ao conselho de administração do BCP e não a dono. Mas se Marcelo diz que é a dono (banqueiro) é porque é verdade, já que ele sabe sempre tudo.
Acrescento que estou à vontade para falar sobre esta matéria porque fui um dos que coloquei reticências sobre a ida de Vara para a administração da Caixa.
Mas este episódio traz-me à memória outros dois de que ninguém fala, mas que são deveras importantes e elucidativos.
Primeiro, não sei se estão recordados da nomeação do ex-presidente da Câmara Municipal do Porto Fernando Gomes para a administração da GALP, foi um terramoto.
Job, boy, nomeação política, tacho, tudo adjectivos deveras cordatos.
Pelo que se sabe Gomes tem feito um excelente lugar, de tal forma que manteve o cargo, mesmo após Amorim ter ficado dono e senhor da GALP.
Segundo, estou errado ou um dos grandes nomes do PSD também já foi banqueiro (pelo menos seguindo a regra de Marcelo), sendo que não sei se porventura tem ou tinha qualquer qualificação para o lugar. Refiro-me a Dias Loureiro e ao BPN (Banco Português de Negócios).
Curiosamente ou não, apareceu agora a notícia de grandes débitos à CGD por parte de dois dos grandes accionistas do BCP, facto que pelo menos um deles já desmentiu publicamente.
Só espero que esta guerra a que o PSD deu início não seja a gota que faltava para transbordar o copo da destruição, ou que esta guerra e a entrada de Cadilhe não sejam um favor ao BPI para a fusão.
Aguardemos, mas uma coisa é certa, seja de que forma for e com as coisas neste ponto, quem sairá a perder no dia 15 será sempre o BCP e os seus accionistas, em especial os micro-accionistas.
Ainda sobre o BPN, deixo-vos um texto e a hiperligação para se quiserem ler mais:
Oliveira e Costa, Presidente do BPN
Os bancos não têm ideologias, mas sempre quiseram cultivar relacionamentos frutuosos junto do poder político. Diz-se do BPN que é o banco do PSD e um dos financiadores-chave do partido. Joaquim Coimbra, accionista de referência do BPN, e dono da Labesfal, é um notável do PSD. Oliveira e Costa, presidente do banco, foi ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de Cavaco Silva. Dias Loureiro, vice-presidente do BPN e apoiante de Santana Lopes, traz um portefólio de conhecimentos do mundo dos negócios e tem tido a incumbência de fazer alguns dos convites para o Governo. O banco não poderia estar mais próximo do novo executivo.
Mas claro que só os outros é que são maus, incompetentes. Marcelo tem de falar desses tempos.

Julgavam que eu estava a brincar quando à dias disse que Menezes deve estar preparado para tudo (Se ontem era estranho, hoje... nem sei?! )? Eu estava a falar muito a sério. Têm dúvidas? Então atentem no repasto promovido por Durão Barroso.
Andem, digam lá que eu é que sou carrasco.
Mas não fiquemos por aqui.
Pacheco Pereira sempre que pode faz a sua perninha e aqui não foi uma perninha, foram as duas. Aliás foi de tal forma, que Santana lá teve que vir a terreiro com o adamastorzinho.
Aquilo não é um partido, é uma manta de retalhos que não cobre ninguém, nem a eles próprios.

Ainda sobre Luiz Pacheco.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Tá maluco coitado. Um americano que diz chamar-se Kennet Alan Turing, mas apresenta um passaporte com o nome de Daniel Bates Jeffee. Garante que nasceu em Nova Iorque mas na identificação consta Los Angeles, Califórnia, deve ter pifado da cabecinha.
Então o homem não solicitou asilo político a Portugal? Curiosamente ou talvez não o pedido foi rejeitado.
Afirma que foi requisitado pela CIA à NSA, treinado e enviado para o Curdistão para tentar apurar por que razão o Echelon não conseguira captar as transmissões militares do Iraque que revelariam a preparação da invasão do vizinho Kuwait. Tinha igualmente por missão colaborar no apoio a uma insurreição curda para derrubar o ditador iraquiano Saddam Hussein.
No início de 1993, tem conhecimento de uma equipa especial das forças especiais Delta estava no Curdistão para o capturar e inicia uma fuga de aldeia em aldeia até vir a ser capturado pelos seus compatriotas. Conta que foi sedado e sujeito a sevícias durante os interrogatórios, nos quais era confrontado com a acusação de se ter tornado um agente duplo. Conta que as sessões prosseguiram quando localizou o primeiro sítio dos vários por onde passara: a base de Guantanamo, em Cuba.
Mais tarde seria levado para outras prisões no território dos EUA e acabaria libertado enviado de regresso a Los Álamos, a sede da NSA, no estado do Novo México, em meados de 1995.
Daqui conseguiu libertar-se porque conseguiu chantagear o então director da CIA, George Tenant, com informações que recolhera sobre o seu relacionamento com George Bush, o pai do actual presidente e antigo director daquela «secreta».
É um excelente argumento, só é pena ter tanta acção, o que afasta de imediato Manuel de Oliveira da realização.

É assim que resolvem?! O cardeal Hummes, que no Vaticano lidera o gabinete de supervisão dos padres de todo o mundo, ordenou, numa carta enviada aos bispos de todo o mundo, a promoção de missas especiais para rezar pelas vítimas de abuso sexual por padres.
Isto é para levar a sério ou é para rir?

E agora?! Faleceu ontem o escritor e crítico literário Luiz Pacheco, de 82 anos
Nasceu em Lisboa a 7 de Maio de 1925, Luiz José Gomes Machado Guerreiro Pacheco desde cedo manifestou talento para a escrita, tendo frequentado o primeiro ano do curso de Filologia Românica da Faculdade de Letras de Lisboa, mas acabou por desistir devido a dificuldades financeiras.
Foi admitido em 1946 como agente fiscal da Inspecção de Espectáculos, de onde um dia se demitiu dizendo que estava farto do emprego.
Luiz Pacheco publicou dezenas de artigos em vários jornais e revistas, incluindo o antigo Diário Popular e a Seara Nova, e acabou por fundar a editora Contraponto em 1950, onde publicou obras de escritores como Raul Leal, Mário Cesariny, Natália Correia, António Maria Lisboa, Herberto Hélder e Vergílio Ferreira.
Dedicou-se também à crítica literária e cultural, ganhando fama como crítico irreverente, que denunciava a desonestidade intelectual e a censura imposta pelo regime do Estado Novo. Com uma vida atribulada, por vezes sem meios de subsistência para sustentar a família, Luiz Pacheco chegou a viver situações de miséria que ia ultrapassando à custa de esmolas e donativos, hospedando-se em quartos alugados e albergues.
Nos últimos anos Luiz Pacheco viveu num lar em Lisboa, de onde se tinha mudado há alguns meses para casa de um filho e, posteriormente, para um lar no Montijo.
Nada voltará a ser como dantes.


florestas.wordpress.com

A sua obra é vasta

História antiga e conhecida in Bloco (vários autores). Reeditado em Crítica de circunstância e em 2002 com o nome "Os doutores, a salvação e o menino Jesus" (1946)
Caca, cuspo & Ramela (1958?)(com Natália Correia e Manuel de Lima)
Carta-Sincera a José Gomes Ferreira (1958)
O Teodolito (1962)
Surrealismo/Abjeccionismo (antol.org: Mário Cesariny, c/versão abreviada d'O Teodolito (1963) Comunidade (1964)
Crítica de Circunstância (1966)
Textos Locais (1967)
O Libertino Passeia por Braga, a Idolátrica, o Seu Esplendor (1970; 1992)
Exercícios de Estilo (1971)
Literatura Comestível (1972)
Pacheco versus Cesariny (1974)
Carta a Gonelha (1977)
Textos de Circunstância (1977)
Textos Malditos (1977)
Textos de Guerrilha 1 (1979)
Textos de Guerrilha 2 (1981)
Textos do Barro (1984)
O Caso das Criancinhas Desaparecidas (1986)
Textos Sadinos (1991)
O Uivo do Coiote (1992)
Carta a Fátima (1992)
Memorando, Mirabolando (1995)
Cartas na Mesa (1996)
Prazo de Validade (1998)
Isto de estar vivo (2000)
Uma Admirável Droga (2001)
Os doutores, a salvação e o menino Jesus - Conto de Natal (2002)
Mano Forte (2002)
Raio de Luar (2003)
Figuras, Figurantes e Figurões (2004)
Diário Remendado 1971-1975 (2005)
Cartas ao Léu (2005)


Alguns links de consulta obrigatória:

http://www.triplov.com/luiz_pacheco/
http://bibliomanias.no.sapo.pt/comunidade.htm
http://esplanar.blogspot.com/2005/05/luiz-pacheco.html
http://ofuncionariocansado.blogspot.com/2007/08/luiz-pacheco.html
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=237508&idselect=19&idCanal=19&p=22
http://luizpacheco.no.sapo.pt/default.htm

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Ontem foi dia de engulhos para o PS. Eduardo Ferro Rodrigues, ex-ministro de Guterres, ex-secretário Geral do PS e actual embaixador na OCDE decidiu, após três anos de silêncio, sair a terreiro para - eu diria - defender a sua "honra".
Importa desde logo salientar que Ferro é um homem vindo do MES (Movimento de Esquerda Socialista), tal como Jorge Sampaio entre outros, o que por si só será suficiente para que não seja um fã convicto deste socialismo mais social democrata.
Depois importa não esquecer que Ferro Rodrigues saiu zangado por Sampaio não ter avançado logo para eleições, deixando que Santana ocupasse o lugar.
Para além disso existe ainda a história da Casa Pia.
Tudo junto provoca-lhe um grande amargo de boca que ele pretendeu agora descarregar na entrevista.
Seria fácil para mim optar por uma de duas situações: ou criticava Sócrates, coisa que até está na moda e dá algum status, dando por isso inteira razão a Ferro, ou, pelo contrário carrego forte e feio em Ferro fazendo juz ao seu desconhecimento sobre o que se está a fazer e assumo com isso uma posição de pouca seriedade.
Não percorro esses dois trilhos.
Julgo que nem Ferro está a leste da situação, nem Sócrates está a fazer tão mal assim.
A minha opinião vai noutro sentido: o Governo tem alguma, para não dizer muita, dificuldade em que a sua mensagem seja apercebida, sendo que o erro está no emissor e não no receptor.
Por outro lado Ferro não tem razão quando fala nos governos de Guterres.
É hoje um dado adquirido que, e a começar no Cavaco e indo até Santana, se se tem avançado com as reformas, hoje seríamos um outro país e não tinha custado tanto.
Para terminar julgo que Ferro não tem margem para ajuste nem de contas e muito menos com a história, e porque é isto que eu penso, fica-lhe mal dizer "ninguém se esquece nunca de nada" porque isto significa vingança e isso a acontecer só se for dele próprio.

E por falar em Governo... O bastonário da Ordem dos Médicos responsabilizou ontem o Governo e o primeiro-ministro pela morte de uma idosa no Hospital de Aveiro, atribuindo a situação à sobrecarga da urgência, e ilibou a unidade de saúde e os profissionais.
Vamos lá ver se eu percebo: A doente, que apresentava dificuldades respiratórias, foi conduzida ao hospital por indicação do médico de família e acompanhada pelos Bombeiros de Albergaria, concelho onde residia cerca das 14horas. Após ter passado pela triagem, que lhe atribuiu uma pulseira amarela (situação urgente, mas não crítica) foi colocada numa maca, num corredor das Urgências, antes de lhe ser prestada assistência. Quando finalmente ia ser observada por um médico, pelas 17:45, três horas e 45 minutos depois de ter dado entrada, estava morta.
Claro que se a senhora foi por indicação do médico de família, devia levar alguma comunicação escrita e está instituído que estes doentes têm prioridade.
Mais, as declarações da directora clínica do hospital, Lurdes Sá, são caricatas, para não dizer absurdas: Disse a senhora: “A doentinha não foi vista atempadamente porque houve um grande afluxo de doentes nesse dia. Mal nos apercebemos de que estávamos perante um pico de afluência a equipa médica – de 43 clínicos – foi reforçada com mais dois elementos e foram abertas mais 12 camas no serviço de Medicina Interna para obviar o problema. Infelizmente não foi possível evitar este desenvolvimento”.
A doentinha?! O que é isso?
O sr. Bastonário deveria ter vergonha e ir saber in loco o que tinha corrido mal. Como é que foi feita a triagem e onde está o documento da médica de família.
Aliás, estou convicto que isto não é um caso nem de primeiro-ministro, nem governo, nem nada disso. Isto é tão só um caso de polícia por desrespeito pelas normas.

E já que falei em normas. Já aqui referi que esta lei de proibição de fumar chegou à máxima hipocrisia. E se acham que eu estou errado, basta atentar no caso do cidadão de Elvas que foi conduzido à esquadra onde foi identificado e levantado um auto de contra-ordenação que teimou em fumar, ontem à tarde, num café no centro histórico da cidade. Só lhe faltou ser presente ao juiz de instrução criminal.
Já com o investigador-mor da ASAE, apanhado a fumar depois da meia-noite no Casino do Estoril de 31 para 1, foi um deus-nos-acuda.
Agora é mesmo gala em qualquer telejornal ou noticiário fazer reportagens sobre os fumadores que estão à porta, à chuva e ao frio, como se de delinquentes se tratassem proibidos de entrar nos estabelecimentos.
De repente os fumadores deste país são equiparados a um bando de malfeitores ou então impregnados de peste, sendo-lhes retirado por isso o direito a permanecerem ao lado de qualquer pessoa.
Os não fumadores têm direitos, mas os fumadores também têm. Ponto final na hipocrisia.
Atenção eu deixei de fumar no dia 5 de Agosto de 2006 e fumei durante 36 anos (dos 9 aos 45), por isso estou perfeitamente à vontade para falar no assunto.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

O que tu queres sei eu! É apanhar um pifo jeitoso, ser caçado pela PSP a conduzir e apanhar um juiz porreiro.
Esta poderia ser a nova versão do spot publicitário elaborado pelos Gato Fedorentos para os produtores de bebidas alcoólicas.
Claro que isto se refere ao José Diogo Quintela e ao facto de ter sido apanhado com 1,6grs de alcool no sangue.
Poderia dizer "palavras para quê, é um artista português", mas não estaria a ser justo, já que outros artistas houve e com menor taxa que não tiveram a mesma sorte (por exemplo a Rita Ferro Rodrigues com uma taxa menor -1,35grs. - foi obrigada a entregar a carta de condução).
Para completar o ramalhete falta dizer que, e segundo o CM, o humorista:
-À chegada [ao tribunal], José Diogo Quintela estacionou o seu Peugeot no parque dos advogados e juízes, entrando no Palácio da Justiça deitado no banco de trás do Mercedes dos advogados. À saída, e para voltar a evitar os jornalistas, tornou a receber ‘boleia’ no banco traseiro do Mercedes, que o conduziu até ao estacionamento;
-A equipa de advogados de José Diogo Quintela pediu ao tribunal que fosse concedida ao actor a entrada para o Palácio de Justiça por uma porta lateral, para “evitar as objectivas fotográficas”;
-Depois de ter sido interrogado pelo Ministério Público, José Diogo Quintela teve de aguardar pelo despacho do juiz. A longa espera foi feita na sala de advogados do 2.º piso do Palácio da Justiça, longe dos outros arguidos e dos olhares dos jornalistas.
Não é uma espécie de privilégio... é privilégio mesmo.

Se ontem era estranho, hoje... nem sei?! É verdade, ontem referi que o PSD não tinha comentado a mensagem de Natal do Presidente da República, sendo que não tinha achado a situação normal.
Pois bem, se não achei bem a falta de comentário, hoje fico deslumbrado com a atitude de Menezes. O líder do PSD vai estar à porta do Hospital da Anadia, protestando contra o encerramento das urgências, decretadas pelo Governo, numa manobra demagógica e populista que eu admitia acontecer com Portas e nunca com o líder do PSD. Mas claro, o líder social-democrata tentará capitalizar a favor do seu partido mais esta medida impopular protagonizada pelo ministro da Saúde.
Mas ainda o mais estranho disto tudo é que, e segundo Ribau Esteves, secretário-geral dos sociais-democratas, o "PSD não se deve colocar na posição de comentador do Presidente", para além de que "o PSD tomou a devida nota. As palavras-chave foram exigência e esperança, como aliás havíamos previsto."
Das duas uma: ou o PSD não tinha previsto aquele discurso e Cavaco e ficou às aranhas, ou então já viu que o Presidente não está disposto a fazer favores ao seu partido e parte em direcção a outros rumos.
E eu digo isto, porque se houve áreas em que Cavaco apoiou, foi a área da saúde, sendo que para o PR, o único problema é que o Governo não consegue passar a mensagem do que se está a passar e do que vai acontecer no sector.
Ora se o Presidente apoia as alterações e Menezes vai para a porta do Hospital de Anadia protestar contra a medida, algo vai mal e eles não previram nada e Cavaco acaba de dizer novamente que não é esta a oposição que deseja.
Com tudo isto estou a ver a cara de satisfação de Marcelo, de Manuela Ferreira Leite, de Pacheco Pereira e o espaço de manobra de Menezes a estreitar cada vez mais.
A propósito, por onde anda Ângelo Correia? E Passos Coelho.
Ou me engano muito ou a bicefalia directiva do PSD (Santana e Menezes - muito diferente de Menezes e Santana) ainda vão ter um péssimo acordar numa qualquer manhã antes de 2009.

Um excelente trabalho do Público.

E para terminar um bom artigo de Sousa Tavares.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Ontem houve alteração no IVA: taxa aplicada ao desporto será reduzida de 21 por cento para cinco por cento.
É uma medida que reputo de fundamental, já que tem por fim baixar os preços cobrados ao público em geral que frequenta actividades desportivas em instalações do sector privado, bem como os preços dos bilhetes dos espectáculos desportivos.
Já estou a ver o acréscimo de pessoas quer nos ginásios a tornear o corpinho, quer nos estádios de futebol e noutros eventos desportivos.
E que tal passar estes também para os cinco por cento, penso que era mais interessante
LISTA II - Bens e serviços sujeitos a taxa intermédia
1 - Produtos para alimentação humana:

1.1 - Conservas de carne e miudezas comestíveis:
1.1.1 - Produtos transformados à base de carne e de miudezas comestíveis das espécies referidas na verba 1.2 da lista I anexa ao CIVA.
1.2 - Conservas de peixe e de moluscos:
1.2.1 - Conservas de moluscos, com excepção das ostras.
1.3 - Frutas e frutos:
1.3.1 - Conservas de frutas ou frutos, designadamente em molhos, salmoura ou calda e suas compotas, geleias, marmeladas ou pastas.
1.3.2 - Frutas e frutos secos, com ou sem casca.
1.4 - Produtos hortícolas:
1.4.1 - Conservas de produtos hortícolas, designadamente em molhos, vinagre ou salmoura e suas compotas.
1.5 - Gorduras e óleos comestíveis:
1.5.1 - Óleos directamente comestíveis e suas misturas (óleos alimentares).
1.5.2 - Margarinas de origem animal e vegetal.
1.6 - Café verde ou cru, torrado, em grão ou em pó, seus sucedâneos e misturas.
1.7 - Aperitivos à base de produtos hortícolas e sementes.
1.8 — Produtos preparados à base de carne, peixe, legumes ou produtos hortícolas, massas recheadas, pizas, sandes e sopas, ainda que apresentadas no estado de congelamento ou pré -congelamento e refeições prontas a consumir, nos regimes de pronto a comer e levar ou com entrega ao domicílio.
1.9 - Aperitivos ou snacks à base de estrudidos de milho e trigo, à base de milho moído e frito ou de fécula de batata, em embalagens individuais.
1.10 - Vinhos comuns.
2 - Outros:

2.1 - Flores de corte, folhagem para ornamentação e composições florais decorativas. Exceptuam-se as flores e folhagens secas e as secas tingidas.
2.2 - Plantas ornamentais.
2.3 - Petróleo, gasóleo e gasóleo de aquecimento, coloridos e marcados, e fuelóleo e respectivas misturas.
2.4 - Aparelhos, máquinas e outros equipamentos exclusiva ou principalmente destinados a:a) Captação e aproveitamento de energia solar, eólica e geotérmica;b) Captação e aproveitamento de outras formas alternativas de energia;c) Produção de energia a partir da incineração ou transformação de detritos, lixo e outros resíduos;d) Prospecção e pesquisa de petróleo e ou desenvolvimento da descoberta de petróleo e gás natural;e) Medição e controlo para evitar ou reduzir as diversas formas de poluição.
2.5 - Utensílios e alfaias agrícolas, silos móveis, motocultivadores, motobombas, electrobombas, tractores agrícolas como tal classificados nos respectivos livretes, e outras máquinas e aparelhos exclusiva ou principalmente destinados à agricultura, pecuária ou silvicultura.
3 - Prestações de serviços:

3.1 - Prestações de serviços de alimentação e bebidas.
Para ver Código IVA completo e actualizado.

Que estranho! O PSD, até ao momento, ainda não comentou o discurso de ano novo do Presidente da República.
Não gostou?! Estava à espera de mais contundência? Não queria aplausos ao Governo!?
E salários altos? Estou admirado! O Banco de Portugal tem fama e proveito de pagar bem.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Cá estamos neste primeiro dia de 2008. Que todos os vossos desejos se concretizem são os meus votos.

E agora de novo na luta.

Como eu o compreendo. Alberto João Jardim afirmou, após uma audiência com o líder nacional do PSD que realiza uma visita pessoal à Madeira para assistir à passagem de ano no Funchal, a sua «solidariedade canina» para com os líderes nacionais do partido, tendo acrescentado que «se há zona do país que precisa ver-se livre do engenheiro Sócrates é a Madeira».
A primeira não sei o que é, mas como já fui caçador e já tive vários cães, só a vejo como uma ofensa a esses fiéis e devotados amigos.
Quanto à segunda compreendo-a, pois jamais existiu alguém que lhe fizesse frente.

e os rapazinhos querem o 25 de novembro...  pois se me é permitido (e o 25 de Abril deu-me essa liberdade) eu acrescento o 28 de setembro e ...