uma prosa de João Miguel Tavares no Público de hoje
"Mariana Leitão, futura líder da Iniciativa Liberal. Ao aproximar-se do poder, começou a ser escrutinada, e o escrutínio é embaraçoso para um partido com os princípios da IL: a sua vida profissional, pré-política, resume-se a 13 anos a trabalhar na empresa Puaça, uma subsidiária da Sonangol, onde chegou a administradora. Entrou aos 23 anos, com esta coincidência chata: o então todo-poderoso presidente da Sonangol, Manuel Vicente, era cliente do escritório do seu pai, António Leitão. Instada pelo Observador a comentar esse facto pouco meritocrático, disse: “Não estou habilitada para responder em relação à actividade profissional passada de advogado do meu falecido pai.” É o que em termos futebolísticos se chama uma bola para o pinhal. Dá ideia de que a IL gosta tanto de Joseph Schumpeter que decidiu adoptar para si própria o conceito de destruição criativa."