quinta-feira, 22 de julho de 2010

Desenganem-se todos quantos pensaram que a apresentação destas propostas de alteração do texto constitucional promovidas pelo PSD é uma coisa de loucos e uma prova de imaturidade política como dizia ontem o PS.
Tudo isto foi pensado ao mílimetro.
Numa primeira etapa era necessária a imagem do preocupado, capaz de apoiar o Governo porque estava em causa o país (diziam). Na segunda etapa aparece uma meia dose de vangloriação, no sentido de fazer crer que se não fosse ele teria sido o descalabro total, o caos.
Agora chegou a terceira. Sem deixar de apontar a primeira e a segunda, eis que se lança para o que julga ser a ofensiva final. Enquanto vai ameaçando com a não aprovação do próximo orçamento vai lançando para o ar alguma "poeira".
Claro que a terceira etapa só chegou com esta rapidez porque o PSD aparece com 40% das intenções de voto, mais seis pontos do que os 34% do PS.
Antes de se avançar para alterações ao texto fundamental importa que se responda com toda a honestidade e sereriedade à seguinte questão: é a actual Constituição que impede o desenvolvimento económico e social do nosso país?
Claro que não. Há questões bem mais prementes que a Constituição.
E Passos Coelho sabem muito bem disso e também sabe que a Constituição só pode ser alterada com o apoio do PS. Só que assim aproveita o debate para passar a sua mensagem e afasta-se da colagem ao Governo que ficou das negociações do plano de austeridade e apresenta as suas políticas.
Claro que isto não vai ficar por aqui, pelo menos é a minha convicção.
Resta-nos esperar para ver quais sãos as novas poeiras a lançar.
Uma coisa é certa: o PSD começou a sua campanha eleitoral e por muito que Passos diga que apoia Cavaco, percebe-se que os timmings do líder do PSD estão muito para além dos de Cavaco.

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