sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pedro Passos Coelho voltou a falar do negócio da PT com a Telefónica (desta vez estava em Portugal).
Pois bem, disse o líder do PSD, quando questionado sobre as afirmações do ministro Pedro Silva Pereira, que “o Governo é que está agora a tentar encontrar uma forma de justificar a sua mudança de posição, porque em primeira linha o Governo não reconheceu a decisão que a Assembleia Geral da PT tomou e agora aceita a que a administração da PT tomou”, e acrescentou que “quem teve dois pesos e duas medidas foi o Governo, não foi o PSD”.
Mas não ficou por aqui o seu comentário.
Questionado se o negócio com a Oi protege melhores os interesses nacionais, Passos Coelho salientou que a única diferença entre a decisão anterior da PT e a decisão de agora no que toca ao preço é que “na primeira versão a PT receberia 7 mil 150 milhões de euros e depois poderia ir ao mercado ver qual era a melhor opção de reinvestir esse dinheiro, na Oi, nestes termos ou noutros termos” e que assim a PT vai receber 4,5 mil milhões à cabeça, daqui a meio ano vai receber mais mil milhões de euros e daqui a um ano vai receber mais dois mil milhões de euros, num total de 7,5 mil milhões, concluindo “do meu ponto de vista esta segunda hipótese tem mais risco do que a primeira, é praticamente a mesma, com um pouco mais de risco”, referiu.
Para concluir os seus comentários acrescentou que, se o Estado e o Governo não tivessem intervindo, “a PT iria negociar com 7 mil milhões no bolso a melhor aplicação que poderia fazer para futuro, sem pressa de encontrar uma saída para uma situação que foi criada pela intervenção do Governo” e que “no essencial, o negócio não muda muito, é basicamente o mesmo, talvez agora com um pouco mais de risco, o Governo é que precisa de encontrar uma forma de dizer que o superior interesse estratégico nacional passava a ser coberto por uma negociação que entretanto ocorreu com a Oi e por 300 milhões de euros de diferença”.
Para mim não há nada pior que a "fuga para a frente" e a tentativa serôria de nos fazer passar por burros.
E digo isto porque Passos Coelho sabe que com a primeira versão a PT receberia 7 mil 150 milhões de euros, mas ficava proibida de ter negócios significativos no Brasil.
O grande problema de Passos Coelho é que o negócio teve um final feliz para todas as partes, menos para ele que se estivesse no poder teria forçado a venda por um mísero prato de lentilhas.
Assim o Governo continua com os interesses estratégicos no Brasil defendidos (aliás país com quem Passos Coelho quer incrementar as relações comerciais, mas que estava disposto a abandonar neste negócio), os accionistas ganham mais 300 milhões e a administração vendeu metade de 59% por um valor superior à própria PT.
Era isto com Passos se deveria congratular e não com a tal retórica serôdia-

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