domingo, 3 de julho de 2011

Mais uma semana repleta. Vou servir-me das palavras de Paulo Portas no discurso de encerramento do debate do programa de Governo. Disse pois o actual ministro dos Negócios estrangeiros que: “precisamos como de pão para a boca não apenas de uma cultura de acordo político, mas de uma cultura de acordo social e de negociação” e ainda “os portugueses não terão demasiado indulgência para com aqueles que queiram ignorar o voto popular e cansar o país com recurso a greves sistemáticas”.
Temos de concordar que são palavras lindas.
Mas mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Paulo Portas clama agora por aquilo que nunca ofereceu: diálogo, empenho e não descansou enquanto o Governo do PS, eleito pelo voto popular, não caiu...
Mas não ficamos só por aqui.
Nuno Crato, o novo ministro da Educação, fez questão de dizer que afinal não quer implodir o ministério, mas fez questão de afirmar que “o Ministério da Educação é uma máquina gigantesca que, em muitos aspectos, se sente dona da educação em Portugal. Eu quero acabar com isso.”
Então qual é o futuro da educação? É entregue a alguma comissão saída do “Compromisso Portugal”? Ou será do “Mais sociedade”?
Mas isto ainda não é a cereja no topo do bolo.
A cereja foi dada pelo Primeiro-Ministro. Passos Coelho lançou um novo e arrepiante imposto, isto apesar de ter criticado os anteriores aumentos de impostos. Mas não só. Passos Coelho sempre afirmou que iria orientar a sua acção no corte das “gorduras” do Estado...
Tretas, o primeiro ataque foi ao “osso do contribuinte”.
De uma penada foram 800 milhões no subsídio de Natal.
Mas para nos tentar dizer que os esforços são de todos, acabou por referir que vai cortar mil milhões na despesa do Estado.
Que curioso, para aumentar a receita sabia logo onde ir buscar, mas para cortar na despesa não sabe...
Então não estavam todos bem preparados e cheios de sabedoria sobre o governo deste país?!
O senhor da “pentelhice” falou tantas vezes em “gorduras” que tinha obrigação de saber onde estava o tecido adiposo.
Afinal o que se depreende é que estes senhores estão todos “às apalpadelas” e a única certeza que têm é utilizar a medida que sempre criticaram aos outros: aumentar impostos.
Em jeito de conclusão sobre o programa de Governo, apraz-me salientar que ele é muito mais duro que o PEC IV e que eu me lembre esse PEC foi chumbado por ser um ataque aos portugueses.
Pois é, quanto a ataques estamos conversados: este foi tão só um massacre.

Mas nem só de Governo viveu a semana, o senhor Presidente também deu uma ajudinha. Decidiu pedir aos portugueses para se agarrarem à solução que escolheram.
Pois bem, tenho a ligeira impressão de que se se agarrarem estão bem tramados.
Esta é a cooperação activa????????

Estou à espera que a história que hoje é contada na página 10 do Expresso de ontem “Como as guerras com Moniz e Moura Guedes tramaram Bairrão” seja investigada a sério, porque a ser verdade ela comporta factos que demonstram submissão a poderes extra-governo, falta de ética, o que por si consubstancia uma falta de credibilidade para o exercício de funções governativas.
Acresce o facto de Balsemão ter “tirado” o programa a Moura Guedes.
Importa também não esquecer que durante o governo anterior foi criada uma comissão de inquérito sobre o caso TVI...

Para finalizar importa dizer que o secretário de Estado da Cultura ainda não se demitiu.
Se tomarmos em consideração que é voz corrente que Passos Coelho impôs que não podiam entrar para o Governo quem tivesse eventuais “casos” jornalísticos ou judiciais... então estamos conversados.

Sem comentários:

Cavaco pede para este aquilo que não permitiu para os anteriores... a história fará a justeza de o ignorar quando a morte vence é sinal da ...