quinta-feira, 4 de maio de 2023

ontem recebi duas críticas de dois leitores habituais deste espaço e que me conhecem pessoalmente.
um dizia que não entendeu a minha crítica ao secretário-geral do PCP e à coordenadora da CGTP.
outro estava descontente por não ter havido uma palavra minha sobre esta história do ministro Galamba.
embora tenha explicado de viva voz aos dois leitores, aproveito para deixar aqui a explanação, já que a dúvida pode ter assaltado outras mentes.

primeiro caso: quando referi que quer Paulo Raimundo, quer Isabel Camarinha eram elementos fracos não foi porque esteja contra eles, mas sim no sentido que as duas instituições em causa precisam de mais dinamismo e de outro espírito combativo, com nova roupagem e não com os clássicos chavões que faziam furor à anos atrás e que hoje são meras palavras.
quer o partido, quer a central sindical estão enquistados numa roupagem demasiado cinzenta, é necessário líderes que vistam uma nova roupagem de abertura aos tempos reais. 
no PCP estou a pensar em João Oliveira  por exemplo...
vejamos este mesmo momento, se caso caminhássemos para eleições antecipadas estou convicto que o PCP perderia lugares na AR porque para além da queda que sofre de eleição para eleição neste momento o seu líder não tem uma voz ativa.
claro que o que falei para o PCP falo igualmente para a Intersindical, aqui com a agravante de a mesma se ter enquistado num partido político
esta fusão de movimento sindical e partido político afasta muita gente dos sindicatos e eles são fundamentais na sociedade, mas sindicatos livres (a UGT é a mesma coisa).
para quem tinha dúvidas espero que estas linhas tenham sido claras.

segundo caso: a questão do ministro Galamba. 
é minha convicção que muita água ainda vai correr debaixo da ponte, mas uma coisa é certa Marcelo sentiu pela primeira vez o chão a abrir-se aos seus pés e seja qual for a decisão que tome, nunca ficará isento de culpa nesta situação.
claro que mais coisas se irão saber, já que estamos perante uma telenovela com muitos episódios, mas desde já queria deixar uma nota.
alguém recebe um computador e um telemóvel de serviço, é despedido e acha-se no direito de ir buscar ao seu local de trabalho, algo que não é seu e que foi seu somente enquanto trabalhador?
é estranho.
neste segundo caso fico-me por aqui, tenho muita curiosidade em escutar João Galamba na Comissão de Inquérito.
só mais uma pequena nota, foi hilariante assistir à cabeça perdida dos comentadores quando António Costa disse que não aceitava a demissão de Galamba.
Sebastião Bugalho, José Gomes Ferreira, José Miguel Júdice entre muitos outros ficaram com um nó na cabeça que só deu para rir.

5 comentários:

Janita disse...

Manifesto-me somente, com profundo desagrado e desilusão, acerca do segundo ponto. Sobre o actual líder do PCP já eu me manifestei, ( no mesmo sentido que o autor destas linhas) onde de direito, logo aquando da sua posse da liderança.

Pode esclarecer-me em que cabe a culpa ao PR sobre este lamentável incidente João Galamba/ Frederico Pinheiro/ António Costa?

Se o espanto dos comentadores o fizeram rir não será porque os palhaços deste circo foram longe demais? E não...não tem nada a ver com o brinco do Galamba em que ninguém falou, sequer antes reparou, - não fora uma defensora acérrima das hostes socialistas - tal como o Zaratustra, ter batido insistentemente nessa tecla, a fim de desviar as atenções do tema fulcral.

Sabe que mais? Ri melhor quem ri por último!
Fique bem, caro Z.

zaratustra disse...

Bom dia Janita
em primeiro não sou um defensor acérrimo das hostes socialistas, não é inédito da minha parte a crítica a algumas tomadas de posição do governo, mas há uma coisa que não posso deixar de afirmar: a oposição não é melhor, antes pelo contrário.
eu não afirmo que Marcelo tenha qualquer culpa neste assaz incidente tripartido, melhor dizendo bipartido (João Galamba/Francisco Pinheiro), o que eu afirmo é que seja qual for a posição que Marcelo tome irá sempre arcar com culpas dessa decisão.
se dissolver a Assembleia e convocar eleições antecipadas e delas não sair um poder credível para formar governo, vão criticar o Presidente por ter convocado eleições sem ter acautelado que houvesse uma solução governativa assegurada.
se deitar abaixo o Governo e não chamar António Costa para formar governo, como o PS tem maioria, cria instabilidade governativa e vão acusá-lo por isso.
se deitar abaixo o governo e chamar de novo António Costa, vão acusá-lo de estar a perder tempo em jogos de política para tudo ficar na mesma, quando o país tem coisas mais importantes para resolver.
é por isto que eu digo que o chão se abriu aos pés de Marcelo e ele vai sempre arcar com as culpas, seja qual for a decisão que tome.
é a política a mexer como há muito tempo não se via e Costa jogou um trunfo.

Janita disse...

Agradeço-lhe a resposta. Poderia ter-me deixado ficar a falar sozinha ou, em alternativa, ter-me respondido com animosidade. Como cavalheiro que é, esclareceu-me sobre o real sentido das suas palavras. Obrigada!
Sinceramente, não vou ter a mínima pachorra para ouvir o que Galamba terá para dizer, mas sinto-me particularmente curiosa para ouvir o que Marcelo dirá hoje às 20:00, uma vez que amanhã partirá para Londres. Seja o que for, usará de cautela, assim espero, já que por vezes fala de mais...

Bom fim-de-semana.

zaratustra disse...

Janita sempre respondi, sempre que os seus comentários deixam no ar questões ou então que eu perceba que as minhas considerações possam ter provocado alguma confusão.
Sobre o que diz de Marcelo, esse é o verdadeiro problema, é que ele fala muito e lá diz o ditado que quem muito fala pouco aprende, ou então que pela boca morre o peixe.
esperemos então, antes de ir apanhar ar na monarquia...

AnaMar (pseudónimo) disse...

Primeiro caso: muito fracos esses e outros, cada vez se luta menos pelos trabalhadores.

Segundo caso: Tristemente hilariante, Jogos de pequenos poderes, e um gaiato parvinho que deveria saber que existem modos de ter documentos guardados sem ser num portátil que não lhe pertence. E usava o tm de serviço, para uso privado? Palermas, este boys que deveriam ter outros jobs.
Quanto ao PR, não comento, senão desgraço-me. E não posso.

o governo tem um novo modelo para demitir os dirigentes nomeados anteriormente: a exigência de relatórios em tempo não exequível. primeiro f...