quinta-feira, 23 de outubro de 2025

morreu Laborinho Lúcio, antigo ministro da Justiça.
podemos designar por Homem de causas.
foi durante o seu mandato como ministro que foi criado o Dec.-Lei 383/89 que fez nascer na ordem jurídica portuguesa a responsabilidade civil do produtor (tema esse que serviu de base à tese de doutoramento de João Calvão da Silva).
foi também um dos fundadores da APAV.
e mais recentemente fez parte da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa (Comissão essa que foi desfeita pela Igreja sem se perceber porquê)




eu disse aqui, que este acordo de paz por Gaza me parecia uma estátua com "pés de barro".
a anexação da Cisjordânia por parte de Israel é a prova disso mesmo

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

tenho vergonha de Helena Ferro Gouveia ser portuguesa (CNN hoje às 19h) 

morreu Francisco Pinto Balsemão.
é inegável o legado que deixou em matéria de comunicação social.
a Impresa era a menina bonita dos seus olhos, foi ele que lhe deu vida, que dela tomou conta sempre em prol da liberdade de expressão.
partiu sem ter de ver a tomada do grupo por mãos italianas.

 



termino a escrita de hoje com um excelente artigo de opinião de Pacheco Pereira, publicado no Público de 18 de outubro.
obrigado pela lucidez

A IDENTIDADE PERDIDA DO PS

No centro da crise da esquerda em Portugal está o PS. O PS, mesmo apesar de as suas políticas reais muitas vezes não se distinguirem das da direita, era o grande depositário dos votos à esquerda em Portugal. Juntava-se-lhe o PCP nos seus tempos passados por baixo, e o Bloco por cima. O PS era o partido da governação, e em determinadas circunstâncias agregava a si o PCP e o Bloco, como a fronteira ao voto no PSD, criando uma separação com a direita e, ocasionalmente, com o centro-direita.
Mesmo quando não tinha o PCP e o Bloco ao seu lado, mesmo quando estes o atacavam, o PS era o muro eleitoral que impedia a direita de chegar ao poder ou a limitava no exercício do poder. Mesmo quando perdia eleições, estava lá e era um muro fiável pela sua dimensão. Tinha fissuras e tentações, mas não era possível o descalabro da esquerda sem o PS tombar. E o PS está a cair, eleitoralmente, politicamente e ideologicamente, e arrasta atrás de si o Bloco e o PCP. Apenas o Livre tem resistido.
A vaga de direita não começou agora, mas de algum modo mudou qualitativamente com a aparição do Chega. O Chega é o grande revolucionário do sistema político-partidário e, embora não tenha acabado com o bipartidarismo, enfraqueceu-o na sua utilidade para o partido do Governo, que agora tem sempre duas opções. Este processo é também favorecido pela deslocação à direita do PSD desde os tempos da troika, com o abandono dos últimos sinais da social-democracia da sua génese. Este processo foi agravado pela tentativa de competir com o Chega, adoptando a sua agenda. Os resultados não têm sido brilhantes.
Há hoje vitórias eleitorais do PSD sobre o PS, a mais importante é a que traduz a ocupação do voto urbano pelo PSD. Mas há igualmente vitórias políticas e ideológicas. A vitória táctica mais relevante foi a de interiorizar no PS os argumentos da direita sobre a crise dos socialistas. A ideia de que o PS tem perdido por causa de uma sua putativa radicalização e esquerdização entrou no lugar-comum, mas está longe de ser verdadeira. O PS não se radicalizou, bem pelo contrário, e mesmo o anterior secretário-geral foi o que inverteu o sentido útil da política de imigração, o que não é de somenos.
A chantagem política e ideológica do aparelho comunicacional da direita, cada vez mais forte, passa pelo apoio às claras ou disfarçado a José Luís Carneiro, a António José Seguro e, nas autárquicas, a Ricardo Leão, em Loures, e, pela divisão em Lisboa, a João Ferreira, do PCP. A que se soma uma clara chantagem política sobre o Orçamento e, em linhas gerais, a qualquer entrave que o PS possa colocar às políticas do Governo.
Hoje, a mínima afirmação de qualquer política que pareça vagamente merecer o nome de socialista é imediatamente classificada de “ideológica” versus técnica, e “radical”. E quando se analisa o conteúdo dessas políticas hoje consideradas “radicais”, são políticas que não são mais do que de centro-esquerda ou sociais-democratas, que há alguns anos ninguém classificaria como “radicais”.
A mínima afirmação de qualquer política que pareça vagamente merecer o nome de socialista é imediatamente classificada de 'ideológica' versus técnica, e 'radical'
E o PS, mais por inacção do que por acção, tem-se deixado manietar por este cerco, que inclui o domínio cada vez maior da direita pela capacidade de classificar, nomear, “chamar nomes”. Uma comunicação social, hoje muito dominada pela direita, funciona como megafone para as classificações. O Chega insulta, o PSD e o CDS nomeiam, e o PS passa da afirmação à justificação.
É certo que há um vento de direita nas democracias que o populismo faz soprar mais forte, mas é também verdade que a esquerda tem muita responsabilidade na criação de condições para esse vento, em particular em Portugal. O resto da esquerda abriu também caminho para esta perda de identidade e correlativa fragilização. O Bloco nunca deixou de ser um partido de elite com causas de elite, e o seu abandono da luta social a favor das “causas fracturantes” ajudou a criar um mundo de espectáculo muitas vezes afrontoso ao cidadão comum. O PCP, que tinha na esquerda um quase monopólio da luta social, tornou-se um sindicato médio, preso nas suas metacausas pela posição a favor da rendição da Ucrânia, a que chama “paz”.
A actual crise da esquerda portuguesa não passa apenas pela sua crise de identidade, passa também por uma perda de coragem política, pela sua moleza numa ecologia política muito agressiva à direita. Como os democratas americanos face a Trump, que só agora começam a perceber que o medo e a voz baixa só fortalecem uma política que assume hoje a forma dominante de bullying.
Por tudo isto, ideias, políticas e métodos, a direita domina a governação e a política, o Chega controla a agenda e a “narrativa”, o PS voa tão baixinho que dizer que voa é um exagero, e hoje o consumo da política, fundamental, em democracia mudou-se para locais mal frequentados como as redes sociais. Uma geração está a crescer nesta ecologia e não vai ser grande coisa.
Resistir é o único verbo com dignidade, vai ser duro, leva tempo e faz estragos, mas é a única maneira de travar a ascensão da brutalidade, da ignorância e de uma sociedade de pobres e excluídos, perdidos na sua invisibilidade."



terça-feira, 21 de outubro de 2025

o sr. D. Rui Valério, Cardeal Patriarca de Lisboa,  diz numa entrevista ao "Nascer do Sol" que  “não se pode descrever a situação em Gaza como genocídio”
que engraçado, por essa ordem de pensamento os abusos sexuais na igreja foram o quê, aulas de educação sexual...

ao que parece irá ser feito um almoço de confraternização que vai juntar todos os ministros e secretários de Estado dos três Governos de Cavaco Silva. 
a organização do evento está a cargo de Faria de Oliveira, Luís Palha e Alexandre Relvas.
vai faltar um grande e importante nome, refiro-me a José Oliveira e Costa fundador do célebre BPN.

ainda não ouvi Marcelo a falar sobre a saúde.



segunda-feira, 20 de outubro de 2025

e agora sr. eng. Carlos Moedas?
a responsabilidade política é só para os outros...

ainda eu dizia mal da ministra da Administração Interna
hoje, numa visita a uma esquadra da PSP, resolveu o problema da criminalidade violenta: são os órgãos de comunicação social que passa a vida a dar notícias dessa criminalidade.

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

ao olhar para certos desabafos de presidentes de algumas autarquias locais que, por esta ou por aquela razão, deixaram essa atividade veio-me à memória a frase de Santana Lopes na sua intervenção final do XXVII Congresso do PSD, em Pombal:
não me despeço, vou andar por aí
de quando em quando faz falta um apontamento de humor...

“temos de aumentar o escrutínio sobre as notícias, muitas são falsas”
esta foi a frase lapidar de Hugo Soares numa resposta à questão, colocada na Grande Entrevista, das notícias sobre a vontade dos procuradores que estão na averiguação preventiva à Spinumviva de abrir um inquérito formal.
é preciso ler com cuidado as palavras do braço direito de Montenegro e atual líder de bancada do PSD na AR, até porque não vi o mesmo afã sobre outras publicações anteriormente colocadas e que versaram membros da oposição.
também espero que quando fala em escrutínio não queira significar o afastamento das Raquéis Varelas (já se contam só pelos dedos de uma mão) do espaço de comentário.

Israel ameaça recomeçar ataques se Hamas não devolver mais corpos de reféns.
isto é a prova provada que estamos perante um acordo fictício e que tem tudo para ser mandado às urtigas por Israel.
as IDF destruíram a seu belo prazer e agora querem que se encontrem os corpos no meio daqueles escombros todos?
mais, importa esclarecer uma situação importante, alguém duvida que uma coisa é o braço político do Hamas situado no Catar e outra coisa são os elementos do braço armado em Gaza e isso também será um entrave a tudo isto, até mesmo ao bom desenrolar das coisas. 

quarta-feira, 15 de outubro de 2025


os EUA anunciam mais ajuda à Argentina que só continua se Milei ganhar eleições.
o total do apoio dos EUA à Argentina deve assim subir para 40 mil milhões de dólares.
já percebo o porquê da Iniciativa Liberal esteja tão calada sobre o sucesso de Milei e da Argentina.

felizmente na SIC Notícias existem Rui Cardoso, Daniel Pinéu e Nuno Ramos de Almeida

trocarem o Chicão por Nuno Melo foi uma má aposta do CDS

morreu Laborinho Lúcio, antigo ministro da Justiça. podemos designar por Homem de causas. foi durante o seu mandato como ministro que foi cr...