sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Hoje podia falar do pacto para a justiça. Podia falar sobre o facto de pela primeira vez Ribeiro e Castro ter no Parlamento um deputado da sua linha. Podia falar sobre os dois volumes que irão sair este ano com as memórias de António Almeida Santos e que devem ser um acontecimento político marcante. Podia ainda falar que o nome do Valentim Loureiro aparece sempre ligado às trapalhadas do futebol. Podia ainda dizer que acho que a Liga precisa de uma vassourada e talvez mesmo fechar as portas. Podia dizer que a Federação deve ser a única gestora de todo o futebol nacional, se bem que Madaíl precisa de ser trocado. Podia ainda falar do caso das "FARC" na Festa do Avante e das explicações toscas dos comunistas para tais facto. Podia mesmo falar dos aviões da CIA em Portugal.
Mas não, não vou falar de nada disso.
Hoje é o dia 8 de Setembro e por isso vou falar de um assunto que os meios de comunicação relegaram para lado nenhum:

Dia Mundial da Alfabetização

A alfabetização, no sentido literal da palavra, consiste na aprendizagem do alfabeto e da sua utilização como código de comunicação. De um modo mais abrangente, a alfabetização é definida como um processo pelo qual o indivíduo constrói a habilidade da leitura e escrita de uma determinada língua, na sua gramática e nas suas variações. Este processo não se resume apenas à aquisição destas habilidades mecânicas (codificação e decodificação) do acto de ler, mas à capacidade de interpretar, compreender, criticar, resignificar e produzir conhecimento. A alfabetização envolve também o desenvolvimento de novas formas de compreensão e uso da linguagem de uma maneira geral. A alfabetização de um indivíduo promove a sua socialização, já que possibilita o estabelecimento de novos tipos de trocas simbólicas com outros indivíduos, acesso a bens culturais e a facilidades oferecidas pelas instituições sociais. A alfabetização é um factor propulsor do exercício consciente da cidadania e do desenvolvimento da sociedade como um todo.
Por outro lado, analfabetismo, como o próprio nome indica, é o desconhecimento do alfabeto, ou seja, a incapacidade de ler e escrever. Segundo a Unesco: "uma pessoa funcionalmente analfabeta é aquela que não pode participar de todas as actividades nas quais a alfabetização é requerida para uma actuação eficaz no seu grupo e comunidade, e que lhe permitem, também, continuar a usar a leitura, a escrita e o cálculo ao serviço do seu próprio desenvolvimento e do desenvolvimento da sua comunidade."
Para fins estatísticos, analfabeta é a pessoa acima dos 15 anos que não sabe ler e escrever pelo menos um simples bilhete. O analfabetismo é um grave problema na maioria dos países subdesenvolvidos, comprometendo o exercício pleno da cidadania e o desenvolvimento sócio-económico do país.
O analfabetismo pode caracterizar-se em funcional e digital.
Analfabeto funcional, é a denominação dada às pessoas que mesmo tendo aprendido a decodificar minimamente a escrita, geralmente apenas frases curtas, não desenvolveram a habilidade de interpretação.
Analfabeto digital denomina aquele que é incapaz de obter informações por meios da infomática, ligadas à era digital, como a Internet ou qualquer outro meio ligado a computadores. É um tipo de analfabetismo contemporâneo bastante comum em regiões que não possuem eletricidade e/ou suporte à rede mundial de computadores, porém há o caso opcional de desinteresse pela máquina por algumas pessoas que contam com fontes mais tradicionais de informação. Nas próximas décadas, espera-se uma expansão digital em todos os sectores económicos e culturais do globo, podendo causar exclusão social daqueles que não estão aptos a interagir com a informação digital.

Deixo o link da Unesco para que possam fazer uma visita, que aliás bem merece.

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