segunda-feira, 11 de setembro de 2006

O riso de Carrilho. Lembram-se da frase "assassina" ("é mesmo mal educado") de Carmona Rodrigues no fim de um debate com Manuel Maria Carrilho, quando este se recusou a apertar-lhe a mão?
Se se lembram, digam lá qual a diferença entre a atitude de Carrilho naquela altura e a atitude de Carmona quando recentemente foi questionado pelos jornalistas sobre o caso EPUL.
É pena que nenhum daqueles "isentos" e que só "pugnavam pela verdade" que quase comeram o "Carrilho" não tenham tido agora a dignidade de realçar esta "louvável" atitude do presidente da autarquia lisboeta.
É assaz curioso que quando foi do conhecimento público que a Câmara foi inspeccionada pela Judiciária pouco antes das eleições e que Carmona se fechou em copas sobre a matéria, também nenhum desses defensor das liberdades tenha comentado tal situação.

E por falar em isentos, deixo-vos a crónica de Luis Delgado no DN de hoje.
É patética de mais para ser verdade.

No total são 998 projectos candidatos ao Plano de Acção para a Matemática que serão objecto de assinatura de contratos-programa até ao final do primeiro período lectivo que hoje se inicia. Nove milhões de euros ao longo dos próximos três anos, é o custo.
O objectivo central do Plano é acabar com o insucesso na Matemática, apesar de as notas negativas terem sido em menor número este ano (70% de chumbos em 2005 contra 64% em 2006).
Continuamos a construir a casa pelo meio.
Quando é que alguém se preocupa em promover a capacidade interpretativa, para que os alunos possam ser capazes de interpretar a matemática? É que ao contrário do que muita gente pensa na matemática não basta saber que dois mais dois e igual a quatro.

Vamos ao pacto. Desde já gostaria de afirmar que sou pouco adepto de pactos.
Quanto ao pacto para a justiça celebrado entre o PS e o PSD, gostaria de dizer que me causa alguma, para não dizer muita, perplexidade.
E causa-me perplexidade, porquanto há nele matérias que nem têm discussão e que o PSD nunca alterou, porque nunca desejou carregar com todo o ónus, mas como a guerra entre a "Justiça" e o Governo já está a decorrer, já é fundamental um pacto.
Ora expliquem lá se era preciso um pacto para decidir que os magistrados não devem usufruir de vários direitos quando não se encontrem em efectividade de funções. Refiro-me, como é evidente ao direito a habitação ou ao subsídio de renda (700 euros) e aos transportes gratuitos, sendo que estes direitos estavam disponíveis para magistrados aposentados, reformados e jubilados.
Como era de esperar a Associação Sindical dos Juízes já veio dizer que não aceita que se desvirtue o estatuto da jubilação.
Claro que eu compreendo, o valor da renda são quase dois ordenados mínimos nacionais.

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