quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Hoje temos pano para mangas. Por acaso alguém viu hoje a reportagem do telejornal sobre o debate na Assembleia da República? Se viu e se apercebeu do grito de socorro do botão do casaco do líder da bancada do PSD sentiu certamente falta da pena de Eça de Queiroz, da de Ramalho Ortigão, ou da de Camilo.
Para além desse grito algo deve ser salientado: ontem a Comissão de Fiscalização do SIS declarou que não havia perseguição do SIS aos procuradores do caso Freeport e atenção que foi uma declaração por unanimidade.
Se assim é, como se justifica a questão de hoje de Paulo Rangel?

Continuemos na Assembleia. Um dos administradores que foi para o BPN pela mão de Miguel Cadilhe, Rui Pedras, disse ontem na Comissão de Inquérito ao BPN da AR que "a fraude do Madoff, em termos comparativos, é consideravelmente inferior à do BPN" e não se coibiu de virar as baterias ao Banco de Portugal, afirmando não compreender a razão que levou a supervisão a não nomear administradores provisórios, após a carta em que Abdool Vakil confessou a existência do Banco Insular. 'Nessa data ficam dúvidas se o Banco de Portugal não devia ter actuado', assumiu. 'Se calhar falhou toda a supervisão', entre os quais os revisores de contas e auditores que analisaram as contas.
Voltemos ao início: este senhor estava na CMVM e tinha a seu cargo a investigação ao BPN, no entanto largou a investigação e acompanhou Miguel Cadilhe. Nessa altura ele sabia bem o que era o BPN e não me lembro de ouvir uma qualquer palavra da sua boca sobre se era uma fraude ou o que era?
Camões dizia "mudam-se os tempos...", mas Camões viveuhá muitos anos e era poeta.

Ontem os bispos portugueses vieram pela voz do seu porta-voz dizer que "Quando votamos, não está apenas em causa um partido, mas o projecto e os valores que ele defende. Os cristãos são inteligentes e sabem que não é fiável quem se mete por estas aventuras, como a proposta dos casamentos homossexuais, que são irresponsáveis e que expõem a sociedade a feridas profundas."
Claro que hoje, e após as palavras terem sido mal recebidas, vieram com pezinhos de lã dizer que não era aquilo que queriam dizer e que foram mal interpretados.
Pois abóbora meus senhores. Deem as voltas que derem, mesmo que façam o pino, o que disseram foi: que por causa dos casamentos gay as pessoas não devem votar no PS e nos demais partidos que apoiam a causa.
Pois bem a Igreja não tem moral para se pronunciar sobre este tipo de questões. Ouserá que a Igreja já se esqueceu da questão da pedofilia que provocou um verdadeiro tremor de terra dentro da instituição. E mais é ou não o ser humano um ser dotado de vontade própria com dieveres e com direitos, sendo que um dos últimos e, porventura, o mais importante é o direito à liberdade pessoal?

Sem comentários:

e os rapazinhos querem o 25 de novembro...  pois se me é permitido (e o 25 de Abril deu-me essa liberdade) eu acrescento o 28 de setembro e ...