sábado, 10 de outubro de 2009

A chantagem dos checos. De repente a Checoslováquia impõe condições para a assinatura do Tratado de Lisboa. Mas não são umas condições quaisquer.
O presidente checo quer incluir no Tratado uma cláusula para evitar que os alemães expulsos da antiga Checoslováquia após a Segunda Guerra Mundial peçam indemnizações junto do Tribunal Europeu de Justiça, ou seja, em 1945 que um decreto do então Presidente Edvard Benes revogou a cidadania a centenas de milhares de checos de etnia alemã, bem como o seu direito à propriedade, apesar de muitos viverem no país há várias gerações. A medida surgiu como uma represália pelas atrocidades nazis.
A maioria dos refugiados germânicos partiu para a Alemanha e para a América do Norte. Muitos alemães autorizados a ficar nas terras checas acabaram por abandonar o país devido ao clima de perseguição das autoridades de Praga. Ao todo, cerca de três milhões de pessoas foram afectadas.
Acontece que o presidente Vaclav Klaus diz que «não podemos permitir que juízes de Malta ou de Espanha, que têm assento no Tribunal de Justiça Europeu e que ignoram a história da nossa região, decidam que os alemães têm direito a recuperar os seus bens», já que «o tratado permite aos queixosos contornar a justiça checa e apresentar as suas reclamações directamente ao Tribunal Europeu de Justiça».
Por mim a União já tinha resolvido o problema. Confrontada com esta exigência, nada melhor que dizer aos checos que fecha a torneira dos fundos e ponto final.
Se é chantagem, então chantagei-se.
Não são reivindicações para melhorar a Checoslováquia ou a favor da União, são reivindicações que se destinam a branquear momentos da história que em nada dignificam a Europa.
Se querem branqueamentos comprem Tide ou Omo, esses é que tratam da brancura.

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