terça-feira, 24 de novembro de 2009

Hoje li um artigo no DE que me deixou a pensar seriamente no que andaram e andam a fazer a este pobre país.
Não basta falar do avanço tecnológico, da queda nas vendas, na crise, etc., e etc.
É preciso ter a coragem de falar de como nasceram essas mesmas oficinas, sendo certo de que o que falamos para as oficinas, podemos falar para as tipografias, as empresas de construção e mais algumas categorias profissionais.
A partir dos anos oitenta, instalou-se em Portugal a ideia de que todos poderiam ser patrões. Um género de capitalismo popular, com mania de poderoso empresário.
O simples tipógrafo decidiu ter uma empresa, o aprendiz de mecânico fez a sua oficina e o trolha constituiu a sua empresa de construção.
Alguém percebia alguma coisa de empresas?
Ninguém.
E alguém se importou com isso?
Ninguém.
Os bancos batiam as palmas de contentes com as oportunidades de negócios que daí decorriam. O Estado andava maravilhado: aumentava o tecido empresarial e aumentava a receita de impostos. As associações dos diversos sectores não cabiam em si de contentes, já que isso significava para elas um aumento de associados, logo de poder.
Para além destes todos existia o novo empresário que, de repente, se via alcandorado a um lugar mais elevado no patamar social (pensava ele), ficava mal o antigo patrão, já que o novo empresário arrastava consigo alguns clientes e ficava mal a concorrência, ao contrário do que muitos possam pensar.
E foi assim que este imbérbere país, num repente, se viu pejado de pequenos empresários. Claro que as empresas nasceram tortas quer na parte humana, quer financeira, quer mesmo estratégica. Claro que estas empresas só podiam competir através dos preços baixos, e foi isso que fizeram.
Com fraco poder económico estas empresas sempre dependeram de pequenos incentivos que o Estado, na sua infinita bondade e misericórdia, fez questão de ir distribuindo.
Só que isso não foi suficiente e hoje essas empresas estão de rastos.
A culpa dever ser redistribuída. O Estado e as associações sectoriais são as grandes culpadas. Agora vamos pagar com língua de palmo, este pseudo-capitalismo, e claro quem paga nunca são os culpados.

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