terça-feira, 20 de junho de 2006

Li em qualquer lugar que o Primeiro-Ministro estava a estudar a hipótese de subsidiar os 500 euros que custa a mais cada Opel Combo produzida na Azambuja, sendo que esta também era uma das ideias da Comissão de Trabalhadores da mesma empresa.
Eu entendo que o fecho da Opel da Azambuja é verdadeiramente preocupante, e é-o não só pelo desemprego directo, mas também pelo desemprego indirecto que vai provocar. Aliado a todo este desemprego há a questão social que recrudescerá naquele concelho a braços já com uma situação preocupante. A somar a tudo isto há ainda a questão da nossa balança de transacções, que igualmente sofrerá um arrombo.
Compreendo que tudo isto ocupe um peso importante na balança decisória, mas há algo que eu gostaria de ter visto e ouvido e que não aconteceu. Refiro-me aos sindicatos e às Comissões de Trabalhadores.
Ainda não ouvi nenhum destes dois intervenientes dizerem publicamente que estão dispostos a abdicar de algo em troca da permanência da empresa em Portugal.
Por exemplo ainda não ouvi dizer os trabalhadores que estavam dispostos a baixar o preço das horas extraordinárias.
Por exemplo ainda não os ouvi dizer que estavam dispostos a abdicar do pagamento de uma hora suplementar diária.
Ainda não ouvi dizer que estavam dispostos a renegociar o salário.
Compreendo que se sintam preocupados, atraiçoados e tudo mais, mas não julgo que as greves sejam a melhor forma de resolver a questão.

Gosto da nova Lei das Finanças Locais. É minha convicção que esta nova Lei, que entra já em 2007, vai disciplinar mais o desbaratar de dinheiros públicos que assistimos por este país fora, quer em obras megalómanas quer em obras perfeitamente desnecessárias.
O facto de as autarquias ficarem com cinco euros por cada cem de IRS que pagarmos, sendo possível que desses cinco possamos ser reembolsados de três arrecadando a autarquia apenas dois, faz recair sobre nós, munícipes, a obrigação de sermos mais exigentes com o nosso autarca, responsabilizando-o pelo dinheiro que gasta.
Outra das medidas que me satisfaz em pleno é o apertar da malha às empresas municipais, algumas das quais são criadas com objectivos absursos e que permanecem absurdas ao longo da sua existência, sendo que muitas delas desde que nascem até que morrem, permanecem ligadas a um "ventilador".
Tenho a certeza de que esta lei vai permitir aos eleitores uma melhor separação do trigo do joio na altura de colocar o voto dentro da urna.

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