Pensei maduramente antes de falar no caso ocorrido na praia Maria Luísa, uma tragédia que vitimou de uma assentada uma família inteira (pai, mãe e duas filhas) e ainda mais uma pessoa do sexo feminino.
Pouco importa o que todos e mais algum possa dizer sobre a tragédia, o que importa é que se perderam vítimas humanas.
Como é hábito nestas coisas uns fogem às suas responsabilidades e outros procuram desesperadamente culpados.
Lamento ter de dizer isto, mas a culpa vai para as vítimas que apesar de um letreiro avisando do perigo fizeram questão de o desrespeitar.
Aliás é curioso, ou talvez não, que no dia a seguir à tragédia a SIC foi fazer uma reportagem à praia da Nazaré que tem uma vedação para impedir que os banhistas cheguem perto do sopé da arriba. Adivinhem lá para estavam os banhistas no dia seguinte à tragédia no Algarve? Para lá da vedação encostados à arriba. Isto é de gente com juízo? Claro que não.
Mas para além do desprezo que as pessoas demonstram pela sua própria vida, existe um outro factor que importa aqui deixar e que me provocou uma revolta profunda. Num dos muitos directos que a TSF fez ao longo do dia em que ocorreu a tragédia, o locutor questionou o repórter sobre a atitude dos veraneantes na praia. Disse o repórter que enquanto se procedia à procura das vítimas os banhistas continuavam a tomar banhos de sol ou banhos de mar, como se nada tivesse acontecido.
Ainda sobre a tragédia da praia Maria Luísa, apareceu agora o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público a dizer que o MP «tem necessariamente que abrir um inquérito-crime» à tragédia ocorrida, para «averiguar eventuais responsabilidades».
Acho que sim, mas também gostaria de ter visto o mesmo senhor a ser tão rápido a solicitar uma investigação ao erro processual que permitiu colocar na rua os assaltantes do Museu do Ouro em Viana.
Sem comentários:
Enviar um comentário