terça-feira, 9 de setembro de 2008

Ontem foi dado a conhecer o relatório do INE sobre o 2.º trimestre da nossa economia. Propositadamente não fiz ontem qualquer referência ao facto aqui neste meu espaço. Fiquei a aguardar serenamente (tal como Pinheiro de Azevedo) sobre os diversos comentários, para além de ter aproveitado para ler o referido relatório com atenção (sempre são 15 páginas, mais os quadros).
Quem não tiver paciência, bastará ler o resumo,
No 2º trimestre de 2008, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,7% em volume face ao período homólogo de 2007, face a 0,9% no trimestre anterior. Esta desaceleração esteve associada à evolução da procura interna, cujo contributo para o crescimento do PIB foi de 1,6 pontos percentuais (p.p.) no 2º trimestre de 2008 (2,3 p.p. no anterior), sobretudo em consequência do comportamento do consumo privado. O contributo da procura externa líquida foi menos negativo, fixando-se em 0,9 p.p. ( 1,5 p.p. no trimestre anterior), tendo-se registado uma desaceleração das Exportações e das Importações de Bens e Serviços.
pensar um bocadinho e facilmente percebe o que se está a passar.
O que se verifica é que as famílias atingiram um altíssimo nível de endividamento que torna impossível um qualquer aumento na procura interna. Os juros atingiram valores verdadeiramente surreais para o limitado poder económico dos portugueses.
Se bem que a problemática dos juros ainda não "transitou em julgado" dentro da minha capacidade de discernir. E digo isto, porque não há muito tempo quando todos nós clamávamos contra os juros, obtinhamos como resposta por parte dos bancos que o BCE tinha aumentado os juros e que eles tinham de acompanhar.
Agora o BCE mantém a taxa e mesmo assim os bancos sobem...
Mas nem só o endividamento é culpado. A estagnação que se verifica na Europa, para onde caminham 3/4 das nossas exportações, limitam seriamente um qualquer melhoramento no desempenho económico nacional.
Como se pode ver e sem grandes "palavrões" é fácil esclarecer o actual momento da nossa economia.
Não percebo, nem aceito o palavreado serôdio do ministro Manuel Pinho.
Se tem explicado o que referi em cima em vez de dizer «independentemente das revisões, o que é importante referir é que existe uma grande incerteza a nível internacional e que a economia portuguesa está a crescer, enquanto a inglesa, a alemã, a francesa e a dinamarquesa estão em território negativo» ou que «Em primeiro lugar, os números confirmam que a economia cresceu mais cinco pontos percentuais do que a Zona Euro, e em segundo lugar, a revisão dos dados confirma a grande incerteza e as grandes dificuldades na União Europeia, que atravessa uma situação muito delicada», tinha saído melhor na fotografia.

Também foi o Código Penal? O Tribunal de Lagos determinou ontem a liberdade de um homem de 37 anos que se evadiu do estabelecimento prisional de Pinheiro da Cruz, onde cumpria pena por furto qualificado, e foi detido no sábado pela GNR de Aljezur, depois de se despistar ao volante de um carro roubado.
Que dirá desta decisão o dr. Rui Rangel?
As decisões devem ser fundadas não só na lei mas igualmente no bom senso e no discernimento.
Neste caso nenhuma das premissas funcionou. Sabe-se que é evadido, sabe-se que roubou, sabe-se que danificou a viatura roubada, sabe-se que falsificou a sua identidade, e coloca-se em liberdade.

Ora toma! A família de um dos menores condenados no caso do transexual Gisberta vai reclamar uma indemnização ao Estado pela forma alegadamente desleixada como cuidou do jovem e de três irmãos, após os institucionalizar.
Sim senhor, o Estado, ou seja nós, pagámos a educação destes jovens, já que os seus pais não tinham possibilidades ou capacidades.
Um dos jovens não satisfeito com a possibilidade que lhe deram, decidiu fazer asneiras e o resultado é a família a processar o Estado para obter umas massas baseada no facto de o Estado não ter feito aquilo que a eles, pais, competia fazer.
E como já não bastasse esta acção caricata, ainda existe um advogado que a patrocina...
E porque não reclamam à instituição onde esteve, à Oficina de São José? E porque não à Diocese do Porto ou ao Vaticano, já que é uma instituição ligada à Igreja?
Só mesmo em Portugal...

Gostei do artigo de Jorge Van Krieken no 24 horas de hoje

Sem comentários:

hoje escreveu-se uma página negra na nossa democracia eleger vice-presidentes na AR que quiseram derrubar o regime democrático é uma afronta...