quinta-feira, 18 de setembro de 2008

"No continente não há democracia". Esta é a tirada de luxo de Manuela Ferreira Leite e foi proferida na passada terça-feira na ilha Terceira. A líder do PSD estabelecendo um paralelismo entre os governos socialistas da Região e do continente, afirmou que se vivem tempos que lembram "aquela fase da ditadura longa que não gostamos de lembrar"."Espero bem que ponderem seriamente se não vale a pena apostar em algo diferente", disse Ferreira Leite"Antigamente os portugueses não falavam porque tinham medo de perder a liberdade; agora não falam porque têm medo de perder o negócio". A comparação vale para os Açores em particular e para o país em geral, acusa Manuela Ferreira Leite. Secundando Carlos Costa Neves, o líder local do PSD que afirma que "a democracia respira mal" no arquipélago chefiado pelo socialista Carlos César, a líder social-democrata aproveitou a comparação para criticar forte e feio o Executivo de José Sócrates, que acusa de "não olhar a meios para alcançar os fins".
Agora percebe-se porque Pacheco Pereira teima em dizer que um líder não deve falar sempre e teima em multiplicar-se a escrever coisas que afastem o povinho quer da cara quer do discurso da líder do partido.
Com ela faz todo o sentido a velha máxima de que quando fala ou entra mosca ou sai asneira. Como não há moscas...

Devem pensar que somos débeis mentais. A questão do preço dos combustíveis está a provocar uma razia na já pouca credebilidade das petrolíferas que operam no nosso país, mas a razia não se fica só por elas.
Nem mesmo Ferreira de Oliveira, com o seu ar angelical, é capaz de nos demonstrar por A+B que a "sua" GALP não se está a encher de dinheiro à custa desta pseudo-especulação que por aí anda. O petróleo desceu em média entre quarenta a cinquenta dólares o barril (refiro o brent porque é o que nos serve de referência) e não vislumbro uma descida tão forte no caso da gasolina e do gasóleo (atenção que um barril de petróleo dá para muitos litros).
Mas não são só as petrolíferas que ficam mal na fotografia. O ministro da Economia e a Autoridade da Concorrência acompanham-lhe os passos.
O ministro faz mal em dizer o que disse. Esperava-se é que chamasse os senhores administradores ou os donos das petrolíferas a operar no mercado nacional e lhes desse um prazo curto para resolverem a questão. Isso sim, isso era actuar.
Ficou para o fim a Autoridade da Concorrência, não por ser mais ou menos culpada, mas por ser tão só mais caricata.
Em tempos idos a AdC elaborou um relatório, que demorou uma eternidade, onde concluiu que o preço dos combustíveis estava correcto face aos preços de compra, que não havia arranjo de preços, cartelização outros achaques que tais.
Como se isto não bastasse ainda examinou e arquivou várias denúncias sobre o comportamento do mercado dos combustíveis em Portugal, após a investigação que fez ao sector em Junho passado, a pedido do Governo (continuam em investigação oito processos sobre este mercado que transitam já da anterior gestão liderada por Abel Mateus).
Então após tudo isto aqueles senhores têm a distinta lata de dizerem pediram às petrolíferas um conjunto adicional e alargado de informação sobre o funcionamento do mercado para que, a partir do final de Setembro, possam realizar uma análise mais aprofundada.
Então o estudo de Junho não foi aprofundado? Vão esperar até ao fim de Setembro porquê? São as férias? Têm muito trabalho?
Juízo senhores, juízo...

Quem também parece que tem falta de algum, são os chineses. Esta história do leite com melanima é, no mínimo surreal e criminoso.
Mas o crime não fica só por isto.
Importa ouvir isto e gritar bem alto a nossa indignação e exigir a verdade.

Sem comentários:

Cavaco pede para este aquilo que não permitiu para os anteriores... a história fará a justeza de o ignorar quando a morte vence é sinal da ...