terça-feira, 18 de abril de 2006

Desde já começo por esclarecer que não sou espectador de séries tipo "Morangos com açúcar" ou de telenovelas, sejam elas portuguesas, brasileiras, mexicanas ou argentinas.
Mas o facto de não ser espectador não me diminui na capacidade de tecer comentários sobre o falecimento de Francisco Adam, o Dino dos "Morangos", antes pelo contrário.
Começo por afirmar que partilho da opinião expressa hoje por Pedro Tadeu na coluna "Notas do dia" do jornal "24horas" de hoje, quando ele afirma que "...o Estado mata pessoas por não sinalizar bem as suas vias rodoviárias." acrescentando ainda que "Se neste acidente assim foi, a quem pedimos contas?"
Na minha opinião não é só ao Estado que devemos pedir contas neste caso.
Passo pois a explicar.
O mundo do espectáculo é um mundo louco (como outros mundos o são), sendo que mais louco se torna se por um qualquer acaso se trata de um espectáculo que movimenta um apreciável número de espectadores.
Se assim é, os componentes do elenco são sujeitos às mais variadas pressões, pressões essas que nascem não só dos "patrões" do espectáculo, mas ainda de agentes que tudo fazem para que aqueles que a si estão ligados por contratos, que versam somente o lucro, se desmultipliquem em sessões de autógrafos, de fotografia, sessões de imprensa, acontecimentos sociais, enfim um sem número de actividades, sendo que tudo isso acontece cronometrado ao milésimo de segundo e muitas vezes a horas que estão vaticinadas para o descanso.
Todos nós sabemos que a fama é algo que nasce, vive e se desvanece, sendo que as duas últimas etapas podem ocorrer no imediato ou prosseguirem por longos anos a fio.
Não pretendo afirmar categorigamente que o "Dino" tenha sido vítima disto mesmo, mas convém não desprezar este facto porquanto ele é fundamental nos dias que correm.
A televisão assume-se hoje como uma máquina capaz do melhor e do pior. Tanto é capaz de alcandorar alguém aos píncaros da fama, como é capaz de o "linchar" no segundo seguinte.
A guerra das audiências, seja ela em televisão ou qualquer outro meio, é hoje assumida como se de uma luta sem tréguas se tratasse e quer queiramos quer não os elencos são uma arma de arremesso fundamental.
Talvez por tudo isto seja tempo de parar e pensar um pouco.
Acabe-se com esta voragem e sede de retirar dividendos, sejam eles quais forem, da imagem.
É que a vida é muito mais que uma qualquer sessão de markting.

Sem comentários:

não sei porquê (ou até sei) mas parece que é preciso ajudar Marcelo a terminar o mandato com dignidade