quarta-feira, 5 de abril de 2006

Está tudo louco. A história da PJ continua a dar que falar. Agora que já há novo director a questão centra-se no pedido de demissão ou no ter sido demitido. É a parvoice total a atacar.
Será que passa pela cabeça de alguém que o culminar da questão ocorreu com o pedido de demissão de Santos Cabral? Se a reunião com o ministro foi alterada para mais tarde; se o ministro recebeu primeiro o novo director; se o despacho da sua saída já estava assinado pelo ministro da tutela e pelo Primeiro-ministro, será que com todos estes ses já alinhados o ministro não ia ter o gostinho de dizer antes de tudo o sr. está demitido? Não brinquemos com isto que é matéria séria.
Mais ainda. Se o ministro vai solicitar a seis directores adjuntos que estavam com Santos Cabral para permanecerem no cargo, estamos mesmo a ver que foi o director que apresentou a demissão, só se foi depois de lhe ter sido indicada a porta da rua.

Esta CEE. Bruxelas deu dois meses ao Estado português para "tomar as medidas necessárias para pôr termo aos poderes especiais que detém na Portugal Telecom", sob pena de ser alvo de uma acção judicial por incumprimento das leis europeias sobre livre circulação de capitais e liberdade de estabelecimento no espaço europeu sem fronteiras.
Não é a primeira vez que Bruxelas ataca. Não permitiu a junção do gás natural com a EDP, mas permitiu a opa da Endesa sobre a Gas Natural em Espanha. Agora não querem a golden share do Estado na PT, mas amanhã são capazes de permitir uma situação parecida na Telefonica.
Sem querer parecer muito nacionalista começo a notar que Bruxelas proíbe em Portugal mas nos outros países olha para o lado e assobia.

Paralelismo diplomático. O deputado do PSD pelo círculo fora da Europa José Cesário, em conjunto com Carlos Gonçalves e Carlos Páscoa deputados do PSD eleitos pela imigração, reuniu-se com Patrick Parisot, embaixador do Canadá em Lisboa, a quem apelou para mais "moderação" e "compreensão" com os emigrantes portugueses que se encontrem ilegais naquele país.
A situação dos emigrantes não está propícia a actos desconexos praticados fora dos canais diplomáticos, sendo que esses mesmos canais têm como representantes o Governo e a diplomacia portuguesa e o Governo e a diplomacia canadiana. Tudo o que seja para além disto ou que não esteja mandatado é asneira pura e dura.
Não é a primeira vez que as acções paralelas em vez de ajudarem prejudicam, por isso talvez fosse importante que as pessoas pensassem primeiro antes de agir.
Se queriam ter contactos, contactassem com os seus homólogos e pressionassem estes sobre a matéria.

Os downloads musicais. A Associação Fonográfica Portuguesa (AFP) apresentou, ontem, na directoria de Lisboa da Polícia Judiciária, 28 queixas-crime contra suspeitos de pirataria de música na Internet. As acções são dirigidas contra incertos. É a primeira vez que utilizadores portugueses são alvo de acções legais deste tipo.
A questão de "sacar músicas da net" como vulgarmente se diz não é de agora, é uma questão antiga, só que as editoras, enquanto as quebras na compra de cd's, dvd's e outros formatos se situaram nos 20%, ou mesmo nos 30%, não se importaram, aumentaram os preços e arrepiaram caminho. Hoje, porque as quebras nas vendas se situam nos 50% aqui-del-rei que os "piratas" estão a estragar o negócio.
Para além disto os senhores das editoras tiveram em conta as novas tecnologias? Criaram produtos atraentes a preços também atraentes? Claro que não. Estão agora preocupados com os direitos dos artistas, mas quais artistas, dos de renome porque quanto aos novos paciência.
Mais ainda. Quem coloca as músicas na internet? Já alguém se debruçou sobre o facto? Como é que se explica que quer músicas, quer filmes estejam disponíveis muitas vezes antes da estreia ou apresentação?
Se descobrirem estes 28 "piratas" eles vão ser castigados e pagar coimas e para onde vão essas coimas? São para distribuir pelos grupos que eles piratearam, ou são para as editoras?
São demasiadas núvens para uma matéria já de si ela própria tão nublosa.

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