sexta-feira, 14 de abril de 2006

Um milhão de euros!? Em Portugal existe muito o costume de desdenhar de umas quantas obras porque pensamos com pequenez e somos peritos em mesquinhice. Disseram-se cobras e lagartos do CCB, do mau negócio que o Estado fez relativamente à colecção de Joe Berardo, da própria Expo, da Casa da Música no Porto, enfim, é mesmo este nosso hábito de nos rebaixarmos.
Mas, e nestas coisas há sempre um mas, uma coisa é desdenharmos dos empreendimentos, outra é a crítica que se faz pelo seu excesso.
Não contesto a existência da Casa da Música do Porto, antes pelo contrário, julgo até que devíamos era possuir a Casa da Música de Barcelos, de Viana do Alentejo, de Freixo de Espada-à-Cinta, aliás disseminadas por todo o Portugal, porque o direito à cultura é um direito que nos assiste a todos. O que eu contesto são as verbas astronómicas que estas obras implicam. Aliás qualquer obra feita para o Estado derrapa nos custos e atinge somas astronómicas, o porquê não sei (ou até sei).
Sobre este empreendimento (Casa da Música) veio agora a público que o restaurante lá existente e que será inaugurado a 15 ou 16 de Setembro próximo, custou perto de um milhão de euros. O Estado pagou a maior fatia do investimento, cerca de 830 mil euros e o restante, correspondente à decoração e cozinha, foi assegurado por investidores privados, no caso o proprietário do restaurante Eleven, em Lisboa, e o empresário nortenho Luís Filipe Barroso.
A ser verdade (e atenção que ninguém desmentiu a notícia) estamos perante um verdadeiro escândalo que deverá ser investigado até às últimas consequências, sendo que os culpados de tamanho disparate devem ser castigados e obrigados a pagar até ao último cêntimo o dinheiro que o Estado dispendeu, ou seja o dinheiro que nós todos pagámos face à sua irresponsabilidade e incompetência.

Alberto Costa e a PJ ainda. Referi neste espaço que o ministro Alberto Costa devia demitir o director da Polícia Judiciária, Santos Cabral. E disse também que ser ministro implicava possuir coragem política.
Tudo isto é verdade e continuo a pensar da mesma maneira, mas hoje quero acrescentar algo mais.
Ser ministro implica coragem política, mas também implica possuir bom senso. As últimas declarações do ministro não primam em nada por isso mesmo.
Sendo que a situação na PJ já está clarificada, o que importa é continuar a contribuir para o restabelecimento das condições justas e necessárias para que ela possa cada vez actuar mais e melhor neste mundo tão global e tão propício ao crime, sendo que tudo o que se verifique para além disto mesmo é conversa fiada que não interessa a ninguém.

São uns habitués. Começa a ser banal os funcionários dos museus, palácios, jardins e demais espaços públicos fazerem greve no fim-de-semana da Páscoa. Desde já deixo aqui bem claro que não concordo nem aceito esta greve.
E se não concordo nem aceito porque impede que espaços tão ricos sejam vistos nesta altura em que existe um conjunto vasto de visitantes, também não concordo porque os funcionários perdem assim o tempo e o espaço fundamental para darem a conhecer a sua luta. Aproveitem os visitantes e em vez de cobrarem entradas e explicarem o que vão visitar, deêm a conhecer a vossa luta e verão que obtêm melhores resultados.

Sem comentários:

não sei porquê (ou até sei) mas parece que é preciso ajudar Marcelo a terminar o mandato com dignidade