quinta-feira, 27 de julho de 2006

Ao que parece, a grande questão entre Israel e a ONU situa-se no ter sido intencional ou não o ataque de Israel que originou a morte de quatro observadores daquela organização.
Koffi Anan, talvez porque farto de "pregar no deserto" diz não ter dúvidas que foi intencional. Israel acusa o secretário-geral da ONU de estar mal intencionado e apenas ter sido uma acção involuntária.
É fácil perceber que quer de um lado quer do outro não há inocentes. Nem do lado de Israel, nem do lado do Hezbollah.
Mas uma coisa é aceitar este facto, outra é acreditar neste azar de cálculo que atingiu e matou os observadores da ONU.
Aceitar isso é o mesmo que aceitar o bombardeamento das colunas humanitárias da Cruz Vermelha, é aceitar o bombardeamento de viaturas civis que fogem da guerra, é aceitar o bombardeamento dos campos de refugiados.
Aceitar este erro de cálculo, é aceitar que as centenas de mortos que ocorreram entre a população civil libanesa foram devidas à falha de pontaria do exército israelita.
Mas estamos perante um conflito peculiar.
Basta escutar o que ontem foi dito em Roma para percebermos que a vitória do Hamas na Palestina e o rapto dos soldados israelitas foram o pretexto para Israel avançar com uma guerra que há muito estava planeada.
"Recebemos ontem em Roma uma autorização, de facto, do mundo - parte dele a ranger os dentes e outra parte a dar a sua bênção - para continuar a operação, esta guerra, até que a presença do Hezbollah seja eliminada". Estas são as declarações do ministro da Justiça israelita, Haim Ramon, a uma rádio militar israelita.
"Chamar urgente ou imediato é uma questão de semântica. O que vimos é que todos queremos algo de significativo e duradouro para o Líbano", disse um representante do Departamento de Estado norte-americano que participou na reunião, mas que preferiu o anonimato.
Para os americanos esta guerra é uma questão semântica.
Mas o que se pode concluir também pelas informações de várias fontes citadas pelas agências é que o ambiente na reunião foi sombrio, com todos, à excepção dos EUA, a insistirem no cessar-fogo imediato. Tendo Rice argumentado que essa aproximação deixaria o Hezbollah activo e defendeu que o fim das hostilidades só é concebível como parte de um plano para desarmar permanentemente a milícia xiita.

Nova derrota para o sr. Procurador. Souto Moura recebeu ontem mais um revés no caso do "envelope 9", o tal caso urgente, mas que todos nós continuamos à espera do resultado do inquérito.
Pois bem, esta derrota apresentou-se sobre a forma de acórdão proferido pelo Tribunal da Relação de Lisboa.
Este Tribunal considerou nula a apreensão dos computadores na redacção do "24 horas" e em casa de um jornalista "freelancer"
Diz o acórdão que "Parece-nos que uma sociedade de um Estado de Direito democrático, subordinado à Constituição e fundado na legalidade democrática (...) não reclama, no caso em apreço, que seja colocada em causa a liberdade de imprensa num dos seus aspectos fulcrais".
Claro que isto era opinião geral, só a Procuradoria e o sr. Procurador é que teimavam em não entender.
Perante isto, Souto Moura não tem mais razões para protelar os resultados do inquérito (só estavam dependentes da abertura dos computadores) e também face a isto o Governo e a Presidência da República não podem continuar a assobiar para o ar e têm de explicar por "a+b" que a porta da rua é serventia da casa.

Desporto. Ao que parece existem uns políticos que estão desejosos de ocupar a cadeira da presidência da Liga de Clubes.
Como dizem os brasileiros uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Por favor não misturem mais a política com o futebol. Para trapalhadas já basta as que até aqui aconteceram.

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o Expresso bem pode querer fazer o favor ao sr. Primeiro Ministro, ao sr ministro da Educação Fernando Araújo e ao seu secretário de Estado ...