domingo, 30 de julho de 2006

Pelo menos 51 pessoas morreram com a queda de um edifício de três andares na sequência de bombardeamentos realizados este domingo de manhã pela aviação israelita em Caná, Líbano. A Cruz Vermelha libanesa contabiliza pelo menos 56 mortos, entre as quais 34 crianças, segundo o último balanço que existe até ao momento em que escrevo.
Não há justificação para um acto destes.
Por muito que Israel diga que nos alvos bombardeados existam guerrilheiros do Hamas e da Hezbollah e que nessas habitações existem armas e sistemas de lançamentos de rockets e mísseis, o facto é que o que vemos nas imagens e ouvimos da boca dos correspondentes é que os mortos são quase sempre mulheres, crianças ou famílias inteiras que se encontravam refugiadas da guerra.
Estamos perante assassinatos sem quartel. O povo palestiniano está a sofrer na carne o direito a existir e a permanecer em território que é seu.
Já era suficiente que a Sociedade das Nações lhe tivesse roubado território, quanto mais agora roubarem-lhe os filhos.
Ainda a propósito deste ataque, deu-me vómitos a tomada de posição da secretária norte-americana. Condoleezza Rice, mostrou-se “profundamente entristecida” pela perda de “vidas inocentes”.
Está tão entristecida que não para de enviar armas e munições para Israel (os mísseis Patriot por exemplo).
A Liga Árabe e esta velha Europa dominadas e subjugadas pelos americanos permanecem sem nada fazer de facto. Falam, falam, mas de concreto zero.

Ministério da Cultura cria site sobre Fernando Lopes-Graça. Esta notícia podia ler-se no "Diário Digital" a 27 de Julho do corrente ano.
Achei deveras interessante, porquanto em 2006 comemora-se o centenário do nascimento deste grande compositor e intelectual português.
Achei por bem visitar o site.
Vou à bibliografia e fico perplexo porque a maioria das obras pertencem a Mário Vieira de Carvalho, nada mais nada menos o senhor secretário de Estado da Cultura.
É inegável que se trata de um estudioso de Fernando Lopes-Graça, mas que diabo não haverá mais estudiosos (e há que eu sei) com obra publicada?
Ainda não tinha digerido bem esta lacuna (será que foi propositada?) quando abro a parte de conferências.
Agora é que eu fico mesmo perplexo e pergunto a mim mesmo como é que é possível não existir uma referência, simples que seja, ao extraordinário Congresso Internacional que decorreu em Coimbra.
Isto é no mínimo escandaloso. E não acredito que seja esquecimento.
Só espero que não seja um qualquer facciosismo pedante a origem deste lamentável e grosseiro lapso.

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