sábado, 15 de julho de 2006

A problemática das notas dos exames veio colocar alguns engulhos à ministra da Educação. O caminho que estava a percorrer era o ideal para a reformulação total da educação em Portugal, um sector que tem sido um sorvedoiro de somas avultadas, sem que isso se traduza numa melhoria acentuada da qualidade de ensino.
Pois bem, o facto de o ministério vir, ele próprio, a propor a repetição dos exames de algumas disciplinas é assinar a sua culpa em todo este processo, facto que poderá influenciar a posição dos pais que até agora têm estado do lado da ministra.
Mas talvez fosse importante olharmos com atenção para os resultados.
Os resultados dos exames de Português deram nota negativa a quase metade dos alunos, tão só o dobro em relação ao ano passado.
Na Matemática verificou-se uma ligeira melhoria mas, apesar disso, verificaram-se 64% de negativas. Se olharmos para Química a média geral foi de 6,9 valores, sendo que na de Física a média ficou-se pelos 7,7. Números demasiado maus, quando comparados com 2005.
Se bem que estes números não sejam suficientes para colocar em causa a qualidade da educação portuguesa, são pelo menos suficientes para dar uma ideia da mediocridade que vai grassando.
Se quisermos continuar a olhar para cima e a assobiar, podemos dizer que os exames são muito difíceis, que as perguntas estão pejadas de erros, que os critérios de correcção são muito exigentes e limitativos, que a matéria escolhida nem era a mais importante, que os exames eram muito extensos, enfim um sem número de explicações (talvez que umas possuam alguns laivos de veracidade) que não explicam nada e que somente tentam justificar a nossa incapacidade e a nossa iliteracia.
Tivessem os governos ao longo destes 30 anos olhado para a educação (e já agora para a saúde e para a formação profissional) com olhos de ver e não seria agora obrigado a ceder ao facilitismo de repetir os exames. Tivesse havido menos legislação e mais empenho e não teríamos o buraco que temos hoje.
Mas acredito que nem tudo o que é mau provém do ministério. Os pais e os alunos também não estão isentos de culpa e por isso não sacudam agora a água do capote.
Para finalizar deixem-me dizer que também não percebo como é que no ano passado quem falhasse na escolha múltipla via serem-lhe descontados pontos e este ano não e mesmo assim as notas foram piores. Expliquem-me, que eu não sou louro nem burro, mas não entendo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Enquanto assobiamos, podemos tentar descortinar alguns laivos de veracidade nos comentários da Sociedade Portuguesa de Química às tais provas de Química (de ambas as fases) que, segundo a Sra. ministra da Educação, estavam isentas de erros. Para tal, basta saber um pouco de Química, aceder ao "site" da SPQ e ler os referidos comentários (v. http://www.spq.pt/).

não sei porquê (ou até sei) mas parece que é preciso ajudar Marcelo a terminar o mandato com dignidade