quarta-feira, 26 de julho de 2006

De novo Alegre. Como era de prever a questão da reforma de Manuel Alegre fez correr rios de tinta. Mas o deputado não pode atirar as culpas deste imbróglio para as costas de outros. A culpa é só sua e escusa agora de vir armado em donzela a quem tiraram a honra.
Após a questão ter sido tornada pública, Alegre proferiu declarações que em vez de clarificarem, somente embrulharam mais.
A 25 de Julho aparece esta entrevista no Correio da Manhã" online:
Correio da Manhã – É verdade que vai receber 3 219,95 euros de reforma da rádio?
Manuel Alegre – Vou receber um terço. Como deputado não posso acumular o vencimento com a reforma. Optei pelo ordenado e um terço da reforma.
C.M. - Quanto tempo tem de RDP?
M.A. - Fui colocado quando regressei no 25 de Abril. Em 75 fui eleito deputado e tenho sido sempre reeleito. Nunca mais lá trabalhei, mas descontei sempre.
C.M. - O cargo não consta na sua biografia do Parlamento.–
M.A. - É uma lacuna, mas não da minha responsabilidade. Também é verdade que eu já não me lembrava. Eles [Caixa Geral de Aposentações] é que me escreveram uma carta por ter feito 70 anos. Eu não pedi nada.
C.M. - Não parece mal uma reforma por tão pouco tempo?
M.A. – Só posso sublinhar que é legal Se não me enviassem a carta nem dava por isso. O Presidente da República também não recebe duas ou três reformas do Estado, além do vencimento? Mas eu nem questiono isso, que ele é uma pessoa séria.
No dia seguinte aparece outra:
Correio da Manhã – Porque disse que a notícia do ‘CM’ foi uma “infâmia”?
Manuel Alegre – Quero sublinhar que não recebo qualquer reforma da rádio.
C.M. - Mas é o que consta na folha da Caixa Geral de Aposentações.
M.A. – A reforma é o resultado das minhas contribuições durante 32 anos. Poderia ter solicitado aos 65 anos e não o fiz. A grande parte daquele valor refere-se aos descontos como deputado. C.M. - Era possível receber a reforma e ordenado de deputado ao mesmo tempo?
M.A. – Terá de perguntar aos serviços. Sei é que está dentro da lei e que se me reformasse agora até receberia mais. Com o tempo que tenho de deputado recebia uma subvenção vitalícia. A nova lei já não se aplica a mim.
C.M. – O ‘CM’ também nunca disse que era ilegal.
M.A. – Mas sinto-me atingido pessoalmente. Sou uma pessoa impoluta e nunca me servi da política para fins pessoais. Pelo contrário, fiz sacrifícios. Abdiquei da pensão a que tinha direito como preso político porque entendi ter sido minha obrigação lutar contra a ditadura. Que fique claro que a reforma não é da rádio, mas de 32 anos de descontos. E, ao contrário de outras pessoas, nunca a solicitei.

Basta ler as duas entrevistas que se percebe o autor das acusações é o próprio deputado e mais ninguém.

1 comentário:

Anónimo disse...

Eheheheheh!! É só rir. Abraço

não sei porquê (ou até sei) mas parece que é preciso ajudar Marcelo a terminar o mandato com dignidade