Lemos, ouvimos e abrimos a boca de espanto. Não é novidade para quem segue as minhas crónicas de que apoio o ministro da Agricultura e que a CAP, para mim, é mais uma estrutura política, do que sectorial.
A provar isto mesmo, está a entrevista dada por João Machado, ao Correio da Manhã.
Diz o referido senhor, presidente da CAP, que: "Não há plataformas de entendimento entre nós e o ministro. O ministro da Agricultura não fala connosco desde Fevereiro. O ministro da Agricultura é a cúpula do Ministério e é ele que tem a direcção política do Ministério. A CAP representa a liderança do movimento associativo... se o presidente da CAP não fala com o ministro da Agricultura desde Fevereiro obviamente que há problemas políticos que não podem ser resolvidos. O ministro da Agricultura é, apesar de fazer declarações muito fortes e muito dinâmicas, é o ministro do imobilismo. Não fez nada até hoje." e continua "Na altura da seca, não ajudou os agricultores. Na altura dos fogos florestais e do granizo no Douro não ajudou em nada. Nas agro-ambientais, não só não pagou os contratos que estavam em vigor como fechou as candidaturas em 2006. Na electricidade verde, suspendeu os pagamentos. O ministro é neste momento o grande entrave ao desenvolvimento da agricultura em Portugal."
Bastará ler estes dois trechos para perceber de imediato os problemas.
"... se o presidente da CAP não fala com o ministro da Agricultura desde Fevereiro obviamente que há problemas políticos que não podem ser resolvidos". Mas a agricultura tem problemas políticos? Desde quando? Que eu saiba a agricultura portuguesa tem problemas de fundo que vão desde o emparcelamento, aos produtos cultivados, passando pelo tipo de agricultura praticado. Mas estes problemas não são políticos.
A nossa agricultura tem um custo deveras pesado, se bem que ainda não tenha percebido porquê, o que se traduz no facto de os agricultores não estarem dispostos a investir fortemente no sector sem contrapartidas.
E isto leva-nos para uma outra afirmação: "Na altura da seca, não ajudou os agricultores. Na altura dos fogos florestais e do granizo no Douro não ajudou em nada. Nas agro-ambientais, não só não pagou os contratos que estavam em vigor como fechou as candidaturas em 2006. Na electricidade verde, suspendeu os pagamentos." E aqui reside o grande problema. Em Portugal habituaram-se aos subsídios por tudo e por nada, nem que esses subsídios tivessem como destino a frota automóvel e não o parque de máquinas, nem que esse subsídio tivesse como finalidade o "palacete" com piscina em vez de servir para investimento noutros produtos e mercados, enfim o tal portuguesismo saloio que só olha para o umbigo.
A agricultura, tal como a educação serão somente sorvedoiros de dinheiro se não existir alguém que de uma vez por todas rompa com as correntes viciadas que se estabeleceram ao longos dos anos e que não só atravessam diametralmente os partidos políticos, como, em muitos casos estão para além de todas e quaisquer clientelas partidárias.
Os israelitas lá continuam a fazer pouco de tudo e de todos. Ditam leis, como se fossem os senhores do mundo. Continuam a fazer raides no Líbano; proibiram as tropas libanesas de ocuparem posições no sul do Líbano (?!); a aviação continua a invadir o território libanês; violou o cessar-fogo, enfim é um fartar vilanagem.
Mas nem só do Líbano se faz a desfaçatez dos israelitas. Na Palestina tem sido um ver se te avias e convém não esquecer a Faixa de Gaza.
Aliás expliquem-me o facto de tropas israelitas terem neste fim-de-semana quue passou terem raptado o vice-primeiro-ministro palestiniano, Naser al Shaer, na sua casa em Ramala, na Cisjordânia (19/8) e o vice-presidente do Parlamento palestiniano e deputado do Hamas Mahmud al-Ramhi (21/8).
Aliás, Israel raptou desde finais de Junho mais de duas dezenas de membros do Hamas(na sua maioria membros do Parlamento) e ministros palestinianos, que convém não esquecer são homens eleitos nas primeiras eleições livres ocorridas na Palestina.
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