quarta-feira, 30 de julho de 2008

Relativamente ao último post onde versei sobre a questão da Câmara de Setúbal e dos dois pesos e duas medidas do PCP, deixo-vos aqui mais um caso.

Tanta falta não dá direito a despedimento com justa causa? E depois aparecem aí uns artistas a falar de ética. Qual ética? Ética também é cumprirem o que prometeram quando foram eleitos. Ética também é a responsabilidade que têm para com quem os elegeu.
Talvez fosse interessante fazer uma análise profunda aquando das próximas listas.

Vem a propósito dos posts de hoje recomendar um livro agora para as férias. A primeira edição data de 2004, mas acreditem que estamos perante um livro de ontem, de hoje e de amanhã. Sobre a figura central do livro José Manuel Barroso declarou que “A nossa democracia deve-lhe muito. Deve-lhe quase tudo.”
O livro chama-se Melo Antunes, o sonhador pragmático e é o resultado de 16 horas de gravações de entrevistas ao que foi considerado o ideólogo da "revolução dos cravos", compilando as memórias dessa época do autor dos principais textos programáticos do Movimento das Forças Armadas (MFA), entrevistas essas feitas por Maria Manuela Cruzeiro, investigadora do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra.
Gravadas ao longo de dois anos (de 1995 a 1997), na casa de Sintra, estas entrevistas, realizadas no âmbito do Projecto de História Oral do Centro de Documentação 25 de Abril, dão a conhecer uma pessoa com um pensamento muito claro e bem estruturado, um intelectual e um homem de reflexão, que tinha uma ideia para o país - uma democracia política com uma forte componente social, cultural e económica, para além de demonstrar que estamos perante um homem de esquerda, mas não de uma esquerda fechada sobre si própria, antes uma esquerda aberta a novas realidades e que tem de estar em consonância com o que a rodeia.
à medida que vamos devorando página após página fica-nos a bailar na mente que a angústia o vai assaltando no sentido de perceber até que ponto o 25 de Abril que tanto sonhou não estava a ser isso mesmo: um sonho.
Para quem já leu, reler não faz mal. Para quem não leu é obrigatório.

Sem comentários:

não sei porquê (ou até sei) mas parece que é preciso ajudar Marcelo a terminar o mandato com dignidade