Estava-se mesmo a ver que a questão do arredondamento nas taxas de juro bancário ainda faria correr muita tinta.
Os bancos vieram já dizer, através de João Salgueiro, que não aceitam devolver o dinheiro aos clientes que foram prejudicados no passado por eventuais cobranças em excesso, uma vez que consideram que a nova lei não tem efeitos retroactivos.
Claro que eles pensam assim, mas nós, os que fomos enganados, melhor dizendo surrupiados, já que muitos de nós tinhamos consciência de que estávamos a ser vítimas, só que, e porque estávamos numa posição de inferioridade, sem hipóteses de subverter a situação, pensamos o contrário. Temos direito a ser ressarcidos do que ilegitimamente nos foi tirado.
Os bancos podem ir para os tribunais que quiserem, mas de uma coisa não se livram: parte dos seus lucros saiu do nosso bolso de forma fraudulenta.
Para quem tem dúvidas da forma fraudulenta veja-se o exemplo dado pelo Correio da Manhã de hoje:
"Por exemplo, com uma taxa de juro de 4,001, muitos bancos arredondavam para 4,250 ou para 4,125 por cento. A nova proposta define que, se a casa decimal à direita for inferior a cinco, fica 4,001, se for superior a cinco, fica 4,002."
Transporte-se estes dados para um empréstimo de 160,000.00€.
160,000.00€x4,001=6,401.60€
160,000.00€x4.250=6,800.00€
a diferença situa-se nos 398.40€
Adaptem-se estes números aos muitos e va
riados empréstimos e veja-se a quantidade de dinheiro que nos foi surripiado ao longo dos tempos.
Aliemos isto ao facto de os bancos pagarem muito poucos impostos e fica resolvida a questão dos lucros brutais que este sector apresenta ano após ano.
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