sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Estou preocupadíssimo. Foi aprovado ontem pelo Governo o novo estatuto da Caixa Geral de Depósitos que engloba o regime remuneratório e o sistema de pensões dos administradores da Caixa, e limita a três o exercício dos mandatos. O estatuto do gestor público, das empresas públicas e Banco de Portugal passa, assim, a vigorar também para a CGD.
Quer isto dizer que lá se vão alguns dos grandes privilégios. Estou mesmo com pena deles.

Por fala em pena, convém adiantar que este mesmo sentimento me invade no que respeita à banca.
Bastou o anúncio do primeiro-ministro relativamente a medidas de fiscalização, bem como aos também anúncios de que igualmente irão ser estudadas formas de pôr a Banca a pagar taxas de IRC um pouco mais próximas das que pagam as restantes empresas, para que João Salgueiro, que já tinha ameaçado com tribunais no caso do arredondamento das taxas de juro, vir tecer loas ao vento sobre o Governo, e sobre esta vontade de alterar as coisas.
Este senhor, que é presidente da Associação Portuguesa de Bancos ou se esqueceu, ou simplesmente não quer lembrar-se que os bancos pagam, de facto, uma taxa efectiva de IRC de 18%, enquanto o sector têxtil, por exemplo, paga 22%, e o pequeno merceeiro da esquina, que não pode reportar prejuízos, não tem mais-valias mobiliárias para isentar nem "benefícios fiscais" e muito menos como fazer "planeamento fiscal", paga 25%!
Ora isto é uma verdadeira injustiça que só peca pelo tempo que demorou a ser corrigida.
Para terminar gostaria de realçar as palavras de João Salgueiro, quando diz que Sócrates está a dar "satisfações à opinião pública".
Então a quem é que o primeiro-ministro deve satisfações? É à opinião pública ou é à banca?

1 comentário:

o Expresso bem pode querer fazer o favor ao sr. Primeiro Ministro, ao sr ministro da Educação Fernando Araújo e ao seu secretário de Estado ...