segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Após algumas vicissitudes, cá estou eu de regresso e, penso, nos moldes que sempre pautaram este espaço.

Comecemos pela justiça. Era inquestionável a necessidade de serem produzidas alterações a nível de processo penal.
Entendo a questão da prisão preventiva, entendo a questão dos recursos, entendo tudo. Só não entendo a pressa em colocar a nova legislação no terreno, a entrada a um sábado é perfeitamente estapafúrdia.
Pior que tudo isto é o facto de ninguém, mas mesmo ninguém, foi capaz de explicitar este novo código ao comum dos mortais, já que é o comum dos mortais que mais é bombardeado com a informação e a contra-informação.
É certo que se o Processo Penal tivesse seguido o exemplo do Processo Civil (entra só em vigor a 1 de Janeiro), teria sido melhor, mas um facto é inegável: ninguém é inocente nisto.
O Governo, o PSD, a Ordem dos Advogados, o Ministério Público, a Assembleia da República, o próprio Cavaco Silva e outros sectores profissionais ligados à justiça, são tão só os culpados.
Não quero alarmar mas espero mais uma semana para poder avaliar tudo isto.

Marcelo Rebelo de Sousa disse ontem, nas "Escolhas de Marcelo", coisas que me deixaram completamente abismado.
Primeiro defendeu que o debate entre Mendes e Menezes devia ocorrer na RTP e não na SICNotícias e isto porque na RTP o debate poderia ter dois milhões de telespectadores e na SIC Notícias só vão ter a escutá-los os familiares e meia-dúzia de amigos.
Rebelo de Sousa está completamente a leste. Ele acha que a actual situação do PSD e o pleno deserto de ideias que tem persistido no debate entre os dois candidatos interessa a dois milhões de portugueses? Pior do que isso: então e Balsemão? Não nos esqueçamos que o patrão da SIC é tão só o apoiante número 1 de Mendes.
Segundo disse que se Mendes disse que não falou na história do nevoeiro é porque é verdade. Só pode estar armado em inocente, aliás nota-se perfeitamente a tendência do Professor. Apoia incontestavelmente Mendes e está no seu direito, só que penso que não deve aproveitar os seus espaços como comentador para o mostrar.
Terceiro e último o facto de ter dito que o ministro dos Negócios Estrangeiros disse uma coisa estúpida. E que tal um pouco mais de bom senso? Ficava-lhe bem.

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