quarta-feira, 4 de junho de 2008

Ontem pensava que a frase dada por Alegre como resposta a Vitalino Canas seria a última coisa neste assunto, mas afinal enganei-me. A noite veio trazer o que de pior havia neste assunto.
E não me vou debruçar sobre o líder da esquerda do caviar, de renovadores, e outras gentes. A minha dissertação vai tão só para Alegre e para o que ele disse.
Diz então Alegre que «esquerda não precisa de licença para se juntar». Eu sou da mesma opinião, mas convém saber que esquerda. É que esta esquerda é a que defende regimes e práticas contrárias à liberdade e à democracia.
E, por certo inspirado, avançou «queria dizer aqui com toda a clareza que a minha lealdade é com esses portugueses que passam momentos difíceis e que votaram socialista e que neste momento estão desempregados ou no trabalho precário». Curiosamente foi uma lealdade que nasceu no momento em que o PS não apoiou a sua candidatura a Presidente da República, porque antes não lhe ouvi nada sobre essa tal lealdade.
Mas não se ficou por aqui, atalhou caminho até «acto cultural», «quem está no desemprego ou no trabalho precário não tem a mesma liberdade que os outros», «é o défice social, o grande défice dos portugueses», «lógica cega de mercado», «esvaziamento de direitos públicos e sociais», «pobreza não é uma fatalidade», «esta é a diferença: nós acreditamos que é possível vencer a fatalidade», «humildade» e «quero dizer também com clareza que nunca precisei de pedir licença a ninguém para estar onde entendo que devo estar e com quem me apetece estar e hoje apetece-me estar aqui», entre muitas outras coisas.
Pois bem eu agora digo que Manuel Alegre ainda não entendeu, está a delapidar o seu capital político e que se torna ridículo o seu narcisismo.
O Deputado do PS Manuel Alegre faz o que lhe apetece, como se fosse a reserva moral não só do partido mas do País, possuidor dos verdadeiros pergaminhos revolucionários, e só ouve a voz da sua consciência e dos seus interesses, acompanhado sempre daquela senhora que quando soube que, embora se tenha oferecido, não era ela a candidata do PS à Câmara de Lisboa, deixou o partido e concorreu como independente.
Alegre para ser coerente, deveria de abdicar das muitas das regalias que tem tido, como político profissional. Abdicar da reforma que recebe da RTP.
Alegre para ser coerente, honesto consigo próprio, um homem de esquerda, deveria ter apresentado a demissão de todos os cargos e funções que desempenha e o PS deveria ajudá-lo a dar esse passo, embora eu perceba que não será necessário deitar abaixo Manuel Alegre porque ele cai sózinho.
Para terminar este assunto deixo aqui um comentário que li e uma frase do próprio Manuel Alegre.
O comentário é: É só clichés sem ideias práticas. Este pessoal anda sempre montado na carroça que outros, mal ou bem, puxam...
e a frase é: "[Estou]cansado da falta de rigor intelectual e das lições de moral que Francisco Louçã pretende dar a toda a gente" - Janeiro de 2006 - Campanha Eleitoral para as Presidenciais.
Agora sim, está tudo dito.

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