sexta-feira, 6 de junho de 2008

Sempre achei que Correia de Campos era um excelente ministro da Saúde. Aliás confesso que para mim só dois nomes fizeram ou tentaram fazer alguma coisa pela saúde em Portugal. Um foi Leonor Beleza, outro foi Correia de Campos. Os dois foram destruídos. talvez daqui a alguns anos sejamos capazes de perceber o errado que foi não lhes darmos atenção. Entretanto, e mesmo sendo suspeito, aqui deixo um atalho para lerem a excelente entrevista do ex-ministro da Saúde.

Por falar em entrevista devo dizer no que respeita à de Judite de Sousa ontem na RTP, só me vem à ideia a seguinte frase: vai e leva saudades que é coisa que cá não deixas.

A outra moção. Enquanto na Assembleia da República era debatida uma moção de censura ao governo por parte do CDS/PP, nas ruas havia uma outra moção, uma moção que contou com duzentos mil intervenientes (grosso modo metade do número de votantes no CDS/PP em 2005).
Claro que a situação não é de maravilhas. O nosso país, não possuindo uma economia bem alicerçada, debate-se com problemas graves, ainda por cima agudizados por uma grande crise internacional cuja origem se encontra no lado de lá do oceano. Os juros elevados, o aumento do preço do petróleo (gostaria de chamar a atenção para uma entrevista de George Soros ao Daily Telegraph sobre os preços dos combustíveis, onde ele diz que o problema são os especuladores e se ele diz é verdade já que nessa matéria ele é rei) e o aumento do preço dos produtos alimentares essenciais fez com que os portugueses vissem o seu nível de vida deteriorar-se de forma abrupta e profunda.
Isto tudo para dizer que os portugueses estão a atravessar tempos difíceis, que o são também devido à inoperância de governos anteriores e que até se percebe que se manifestem.
Mas uma coisa são as razões que antes ficam ditas e outra é o Código do Trabalho. Ou se produz uma alteração profunda de toda a legislação laboral e se abanam as consciências ou então esqueçamos que somos um país fechemos as portas e cometamos um suicídio colectivo, porque de outra forma não teremos hipótese.
E o pior é que a CGTP já percebeu isto mesmo, só que a sua direcção continua refem do PCP e portanto importa contestar seja sobre o que for.

A propósito de contestação. Os maquinistas da CP estão em greve às horas extraordinárias. A greve convocada pelo Sindicato dos Maquinistas, entre 00h00 de hoje e as 24h00 do dia 12, destina-se no dizer do Sindicato dos Maquinistas a exigir à CP o "pagamento da totalidade das despesas de deslocações e a humanização das escalas de trabalho"
Claro que a greve é um direito de todos e de cada um, só que esta greve penaliza-nos grande mente a todos e a alguns ainda duplamente.
Vejamos: a CP é uma empresa de capitais públicos com direito a subsídios estatais, logo lucro ou prejuízo é coisa que não interessa, já que pinga sempre dos cofres do Estado. Ora o que está nos cofres resulta do que pagamos em impostos. Mas mais grave é que para além de pagarmos todos existem ainda uns quantos que pagam duplamente já têm passes.

Quando aqui referi que gostaria de ver uma greve dos pescadores contra os intermediários, dois amigos meus que fazem o favor de ler este blog chamaram-me de lírico e acusaram-me de estar a defender o ministro e a crucificar os pescadores.
Pois bem, o DN de hoje vem dar-me inteira razão. Não houvesse tanta gente pelo caminho e o pescador podia ganhar mais e nós gastarmos menos.

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