quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Com que então ironia?! Só se for do destino. Ontem falei das asneiras que Manuela Ferreira Leite teima em largar pela boca fora, não imaginando que hoje fosse obrigado a regressar ao tema, mas tem que ser.
No fim de um repasto promovido pela Câmara de Comércio Luso-Americana, Manuela Ferreira Leite elegeu a reforma do sistema de justiça «como primeira prioridade» para ajudar as empresas portuguesas.
Claro que a coisa não teria consequência se a referida senhora se tem ficado por essa temática. Mas não, questionada sobre o que faria para melhorar o sistema de justiça, a líder do PSD não se fez rogada e quis afastar-se da atitude do primeiro-ministro, José Sócrates, que «na tomada de posse anunciou como grande medida reduzir as férias do juiz».
Aqui a coisa também ainda não era grave.
Mas Ferreira Leite achou que isto ainda não chegava e... avançou a toda a velocidade defendendo a ideia de que não se deve tentar fazer reformas contra as classes profissionais, Manuela Ferreira Leite declarou: «eu não acredito em reformas, quando se está em democracia...»... «quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se», e de seguida a presidente do PSD, acrescentou: «E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia».
Ressalta de tudo isto o seguinte:
Ferreira Leite critica as reformas do Governo sem nunca apresentar alternativas. Agora percebe-se porquê: para ela tudo deve ficar na mesma e mais grave, não afronta as classes profissionais, sejam elas quais forem.
Isto já não indiciava nada de bom para quem se pretende afirmar como alternativa ao governo, mas pior fica quando se ouve dizer que para fazer reformas é preciso interromper a democracia.
Por muito mau que seja este Governo, ele será sempre melhor do que um liderado por esta senhora.

No Boletim Económico - Outono 2008 do Banco de Portugal, na parte A Economia Portuguesa em 2008 (pág. 53), encontramos este naco de prosa:

A duração média do desemprego aumentou, de 22 meses no primeiro semestre de 2007 para 23.1 meses em igual período de 2008, o valor mais eleva do dos últimos 10 anos e consistente com a tendêcia do aumento do peso do desemprego de longa duração. Assim, num contexto de diminui ção da taxa de desemprego, verifica-se que a generosidade do regime de subsídio de desemprego, que contempla uma elevada cobertura financeira e uma duração potencialmente elevada das prestações, continua a contribuir para um nível elevado de desemprego de longa duração. Note-se, ainda, que os beneficiários do subsídio de desemprego têm vindo a representar uma maior proporção dos desem pregados, na sequência da recente legislação do subsídio de desemprego, que desincentiva a declaração do estatuto de inactivo.

Só podem estar a reinar com a malta. Generosidade é a que nós todos temos face aos vencimentos e mordomias prestados pelo Banco aos seus directores.

Sem comentários:

Cavaco pede para este aquilo que não permitiu para os anteriores... a história fará a justeza de o ignorar quando a morte vence é sinal da ...