quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Desde o passado Sábado que temos sido confrontados com informação e contra-informação no que respeita à educação. Sendo que ontem em Fafe foi colocada a "cereja em cima do bolo".
Já todos nós percebemos que os professores não são iguais aos outros trabalhadores, ou seja, não querem ser avaliados. Sim é tão só isso e nada mais.
Vejamos.
Toda e qualquer reforma produz alterações profundas, alterações essas que vão contra o status estabelecido, assim sendo há que lutar, mesmo que a reforma seja fundamental.
Claro que eu percebo que não é agradável de repente depender de uma avaliação para subir de escalão, quando até ao presente momento a subida era automática após três anos de serviço.
Ao fim e ao cabo o que eu pergunto é: esta avaliação é má porquê? Já a experimentaram?
Mais, os professores dizem que é um processo burocrático, o ministério diz que não. Com tanto tempo de antena que se gastou com o assunto, ainda ninguem (nem professores, mem ministério) foram capazes de juntar um exemplar de cada uma das folhas obrigatórias e mostrar publicamente para que os que não estão numa ou noutra parte possam aferir da carga burocrática ou não do processo.
Claro que eu percebo a resistência dos sindicatos e dos sindicalistas. Há quanto tempo estão os sindicalistas fora do ensino?
Eu não digo que a proposta ministerial seja integralmente boa e que não deva ser melhorada, mas claro que isso só é possível após a constatação in loco do que tem de ser mudado.
Mas tudo isto é mais complexo.
A falta de educação revelada ontem por um grupo de alunos de Fafe, pode muito bem ser explicada com a ajuda das manifestações dos professores e devido à intervenção de grupos de estudantes politicamente situados e enquadrados.
Claro que se os alunos veem os professores manifestarem-se da amneira que o fazem e com as palavras de ordem que utilizam, pensam que também eles podem fazer o que bem querem e lhe apetece.
Quase que vislumbro a face de satisfação que os contestatários habitués expuseram quando tiveram conhecimento das atitudes de má educação desses tais alunos.
E os pais desses meninos, o que fizeram? Deram-lhes mais um telemóvel topo de gama?
Que nenhum professor tenha a ousadia de se vir queixar de que um qualquer aluno o tratou mal ou lhe fez algo até pior, porque perderam legitimidade para isso.
Quanto à Confederação de Associações de Pais e demais organizações de encarregados de educação, não sou capaz de entender o porquê de estarem calados, quando são os nossos filhos que estão em causa.
Quanto a Manuel Alegre, espero já há muito que ele deixe de estar "abrigado" pelo chapéu do PS.

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