domingo, 19 de março de 2006

Agora?! Nem pensar

O Congresso do PSD lá aconteceu este fim-de-semana.
Foi uma reunião perfeitamente morna, onde muitos dos congressistas ficaram indecisos entro entrar na assembleia magna laranja ou entrar na assembleia magna verde que decorria ao lado.
Mas deixando as "mornices" para o lado e entrando na questão propriamente dita deve-se dizer logo a abrir que Marques Mendes é cada vez mais um líder a prazo. É um produto consumível, mas com data de validade.
Em primeiro lugar porque foi forçado a entendimentos com sete distritais para não ver as suas propostas serem derrotadas. Ora um líder que parte para um congresso desta natureza tem que ter força própria e as suas propostas têm que ser claras para que eles as apresente como ganhadoras. De igual forma um líder que faz questão de se apresentar como um líder ganhador das últimas corridas eleitorais tem força própria para se apresentar sozinho aos seus pares.
Nada disto se verificou. Os entendimentos ocorridos antes do congresso deixam-no refém e com pouca margem de manobra.
Em segundo lugar assistimos a um perpetuar do líder porque nenhum dos potenciais concorrentes está disposto a avançar num momento em que a oposição não tem margem de manobra face à maioria do PS. Sendo que para agravar a situação todas as sondagens de opinião dão a subida do PS e a descida do PSD.
Quer isto dizer que os desafios lançados por Mendes são para esquecer. Marcelo Rebelo de Sousa já afirmou que só pensa nisso em 2008, Morais Sarmento, diz que está "disponível para ajudar neste momento difícil", apesar de não apoiar a recandidatura de Mendes, António Borges, uma espécie de D. Sebastião, afirma que "seria impensável" o PSD não reeleger Mendes. "O partido tem dois anos para avaliar a liderança; caso essa avaliação não seja positiva, vão aparecer muitas pessoas interessadas", revelou o economista.
Estamos perante uma situação bastante clara. Marques Mendes quer fazer tudo por tudo para se manter como líder e concorrer às legislativas de 2009 como líder e os seus adversários querem que ele se mantenha como líder mas só para estes tempos de oposição, porque não o vêem como o seu candidato a primeiro-ministro.

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