terça-feira, 14 de março de 2006

OPAs e mais OPAs

Ainda a OPA da SONAE sobre a PT não chegou ao fim e nova OPA fez borbulhar a economia lusa.
Estou a falar da OPA do BCP sobre o BPI, OPA hostil acrescente-se.
Pois bem o Millennium bcp anunciou ontem o lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição sobre a totalidade do capital do BPI, a 5,7 euros por acção, oferta que, no total, poderá ascender a 4,33 mil milhões de euros. Esta OPA sobre o banco liderado por Fernando Ulrich – que causou espanto nos mercados – é justificada por Paulo Teixeira Pinto com o objectivo de criar um grupo com dimensão internacional e que “dignifique o País”. O objectivo é “criar uma instituição crescentemente internacional na cena europeia”. Caso a oferta venha a ter sucesso – e ainda há que esperar pela reacção da administração do BPI e dos seus accionistas de referência –, o novo grupo será o quinto mais importante da Península Ibérica e em Portugal, passará a ser o mais importante grupo, com uma carteira de quatro milhões de clientes e 1500 sucursais.
Esta é a análise que se pode fazer no imediato e a quente através de uma leitura em diagonal das duas instituições.
Mas, e após o factor surpresa, se olharmos com atenção para os dois bancos, veremos que talvez isto não seja bem assim e que, possivelmente, algo nos está a escapar.
Vamos então à questão da dimensão. O BCP e o BPI somados valem 13,3 mil milhões de euros, o que os faz permanecer na mesma posição no ranking da Península Ibérica sem conseguirem ultrapassar o Popular espanhol. Já a nível interno, a soma dos activos dos dois bancos - que integram o crédito total concedido - ultrapassa o líder Caixa Geral de Depósitos, mas se fizermos bem as contas, verifica-se que o novo BCP continuará a ser mais pequeno que a Caixa no crédito à habitação e nos depósitos bancários.
Mas não é só por aqui que ficamos perplexos.
O BCP não quis ultrapassar, recentemente, os quatro mil milhões de euros na oferta para comprar o BCR da Roménia, sendo que este país promete elevados crescimentos, e vai agora gastar mais para adquirir o BPI?
Estamos perante mais um processo algo esquisito.
Aguardemos o futuro e talvez ele nos esclareça um pouco mais.

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e os rapazinhos querem o 25 de novembro...  pois se me é permitido (e o 25 de Abril deu-me essa liberdade) eu acrescento o 28 de setembro e ...