Hoje tinha prometido a mim mesmo que iria falar sobre a Conferência Mundial de Educação Artística que ocorreu em Lisboa e que reuniu centenas de cientistas, professores e artistas, para além de ter sido presidida pelo director-geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, e aproveitando o balanço comentaria a excelente entrevista que ele deu ao "Público".
Só que, e antes de debitar as primeiras palavras, decidi percorrer a imprensa e eis que se me transtornou o estômago e fez mudar de agulha.
Um homem acusado de violar de forma continuada a filha deficiente mental foi, ontem, condenado pelo Tribunal de Vila Franca de Xira a cinco anos de prisão efectiva. Foi absolvido do crime de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência.
O colectivo de juízes reconheceu, na leitura da sentença, que a jovem, de 27 anos, tem uma deficiência mental e física de 65 por cento que dificulta a percepção e autodeterminação. Contudo, sublinha o Tribunal, o arguido não se aproveitou dessa incapacidade quando praticou os actos sexuais porque a jovem deficiente sempre mostrou a sua resistência ou oposição à prática das relações sexuais.
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Ana Paramés, a juíza que preside ao julgamento dos sete arguidos acusados de burlarem em mais de dois milhões de euros o Serviço Nacional de Saúde (SNS), foi ameaçada de morte e está, desde a semana passada, com protecção policial.
A partir de Abril ir às urgências hospitalares vai custar mais 23 por cento. E todos os anos as taxas moderadoras serão actualizadas de acordo com o valor da inflação.
Estas e outras notas impedem-nos de pensar. Ficamos absortos, doentes e revoltados.
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