terça-feira, 21 de março de 2006

E porque hoje é o Dia Mundial da Poesia

Fazer poesia

Noite adentro
olhos em brasa, rasos de água
a fazer poesia.
Verso a verso, como notas de música
numa esquecida melodia,
noite adentro a fazer poesia.
Já o hálito sabe a álcool
o cinzeiro transborda de beatas
e uma velha canção na boca
companhia na solidão,
noite adentro
preso no amor e na magia
noite adentro a fazer poesia.
Versos sem rima, sem luz,
versos de amor, de vida e de morte.
Versos e versos,
escape de uma vida sem alegria
noite adentro a fazer poesia.
Se morrer esta noite de pena na mão
quero ser enterrado bem no fundo do mar
em paz e melancolia.
Pois, aí mesmo, em profunda apatia
estarei noite adentro a fazer poesia.


Vítor Tomás

Novo ataque de imbecilidade

A imbecilidade ataca sem piedade e o pior é que ataca muitas vezes as mesmas pessoas.
Vem isto a propósito do seguinte:
"A Assembleia Legislativa da Madeira não deverá realizar este ano a sessão comemorativa do 25 de Abril, por proposta do grupo parlamentar do PSD madeirense que a considera ‘inoportuna’.
Este grupo parlamentar(do PSD) entende não ser oportuno comemorar o dia da aprovação da primeira Constituição da República (2 de Abril) após o 25 de Abril de 1974”, nem esta data em 2006, indica uma nota do líder da bancada do PSD/Madeira, Jaime Ramos, dirigida ao presidente do parlamento madeirense.
A justificar esta posição, que será formalizada quarta-feira em conferência de líderes, Coito Pita, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD/Madeira, argumenta que “essas comemorações devem ser da responsabilidade da Assembleia da República”. “No nosso entendimento, diariamente estamos a comemorar Abril e a autonomia e temos o Dia da Região (1 de Julho) que é um dia especial que o parlamento deve celebrar”, explicou."
Comentários? Para quê? Quando não vem o patrão, vem o empregado.

Enquanto isto

O Plano de Desenvolvimento Económico da Madeira 2007-2013 (PDES), apresentado ontem no Funchal, aponta para um investimento na ordem dos 2 mil e 500 milhões de euros. As formas de financiamento passam pelos "recursos" do arquipélago (orçamento regional), "parcerias público-privadas", "solidariedade do Estado através do Fundo de Coesão" e dos "Projectos de Interesse Comum financiados pelo Orçamento do Estado", uma disposição incluída na Lei de Finanças das Regiões Autónomas, mas que nunca foi regulamentada, disse ao DN, o secretário das Finanças, Ventura Garcês, adiantando que espera que a situação seja "resolvida rapidamente". O orçamento da Madeira prevê, por outro lado, um endividamento de 75 milhões de euros, a contrair junto do BEI, e que se destina "exclusivamente para projectos co-financiados". Ventura Garcês conta com a autorização da República.
Endividem-se à vontade que cá estamos nós para pagar.

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