Ontem foi dia de eleições nos Açores. Pelo que se depreende das palavras dos dirigentes dos vários partidos, todos venceram.
Ainda bem, assim ficam todos satisfeitos, até a abstenção.
Extrapolar resultados para o Continente é algo que, como Ferreira Leite, também não faço.
Mas também não vou para os Açores fazer campanha contra o Governo do Continente e ela vai. Não vou para os Açores falar de falta de liberdade quando ao lado o meu companheiro de partido é o mais anti-democrata possível, mas ela vai. Feitios e ... incoerências.
Li uma entrevista de João Salgueiro ao Correio da Manhã de ontem e fiquei pasmo. Então não é que ele disse que nunca houve lucros fabulosos na banca!?
Quem é que se pode esquecer dos anúncios de somas fabulosas nos anos de 2004, 2005, 2006 e 2007. Basta ler os relatórios trimestrais.
Manuela Ferreira Leite, caso se confirme a escolha de Santana Lopes para candidato à Câmara de Lisboa, arrisca-se a integrar a lista de ginastas que irão aos próximos Jogos Olímpicos, já que duvido que encontrem alguém melhor do que ela a fazer flic-flac à rectaguarda.
Para quem só votou Sanatana Lopes porque no boletim de voto estavam as setas do PSD e não o nome de Santana, ter de o ir buscar para candidato à Câmara é um hara-quiri político.
Mas este é tão só um dos problemas, já que o outro se prende com o cerco que alguns notáveis do PSD lhe estão a fazer.
Até pode ser que cada notável esteja a promover o seu cerco, mas não parece. Não acredito que, por exemplo, Marcelo Rebelo de Sousa esteja moncomunado com Luís Filipe Menezes, mas até parece que há uma estratégia comum para deitar abaixo Manuela Ferreira Leite. Na RTP, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que os portugueses querem "que Manuela Ferreira Leite fale da crise" e "dê confiança", acrescentando que, na sua opinião, a líder do PSD devia convidar José Sócrates "a conjugar esforços com os partidos da oposição", mostrando a disponibilidade do PSD, "já que o primeiro-ministro não tomou a iniciativa e quis a bola só para ele". O professor referiu, ainda, que Ferreira leite não contava com uma crise desta dimensão e o resultado de uma recusa em adaptar essa estratégia vai ver-se nas sondagens: "Os portugueses confiam mais em José Sócrates, porque não se pode confiar em quem está ausente". Recorde-se que as últimas sondagens deram o PS, de novo, no limiar da maioria absoluta, depois de uma queda acentuada nas semanas anteriores ao deflagrar da crise mundial. Estas críticas de Marcelo surgiram na sequência de um discurso de Ferreira Leite, que o grupo especial de Ferreira Leite tinha considerado uma intervenção de fundo notável. Mais, as declarações de Marcelo caíram tão mal que veio de imediato o vice-presidente laranja Paulo Mota Pinto acusar o comentador de estar mal informado. O habitual comentário de Marcelo Rebelo de Sousa num jornal semanal de que a aceitação de Santana Lopes como candidato a Lisboa foi mais um erro de Ferreira Leite também caiu como uma bomba, em grande medida porque quinze dias antes tinha sido o próprio Marcelo a dar sinais de incentivo ao avanço de Santana. E se tivermos em conta que ontem voltou a "elogiar", na RTP, e face ao contexto, essa mesma escolha, e se ainda contabilizarmos as movimentações de Jardim, Santana, Menezes e Passos Coelho percebemos que a noite dos facas longas pode estar próxima.
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