Que engraçado! A líder do maior partido da oposição vai discutir a crise económica e financeira para Bruxelas na mini-cimeira de líderes do Partido Popular Europeu.
Que porreiro, vai falar lá para fora, mas aqui está de bico calado.
Por muito que me custe sou forçado a apoiar Rebelo de Sousa nas suas últimas críticas à líder do PSD.
Este fim de semana ocorreu mais uma peregrinação a Fátima. Já anteriormente referi qual é a minha relação com a Igreja, sendo por isso escusado repetir tudo de novo.
Talvez esta minha relação me deixe mais à vontade para ver o outro lado das coisas, e sendo assim não posso deixar em claro as declarações do bispo de Leiria-Fátima.
D. António Marto defendeu a revisão "dos sistemas de remuneração e gratificação dos dirigentes de instituições financeiras" que, no seu entender, "contribuíram para a actual crise financeira mundial", tendo apelidado de "verdadeiramente escandalosos" estes sistemas, e desafiou a sociedade a interrogar-se "sobre as práticas especulativas que visam a rentabilidade máxima a curto prazo".
O prelado referiu ainda que "o mercado financeiro, através de investimentos socialmente responsáveis, deve ser reorientado para o serviço de uma economia produtiva, que tenha em conta as exigências ambientais".
Curiosamente até podemos dizer que o bispo até tem alguma razão. Basta pensar no que aconteceu na seguradora AIG e no banco Fortis.
Na primeira, e após o governo americano ter injectado dinheiro para salvar da falência, alguns dos seus executivos gastaram centenas de milhares de dólares num SPA de luxo na Califórnia, tendo a factura, paga pela AIG, chegado aos 330 mil euros em alojamento, partidas de golfe e massagens.
Já o segundo, o Fortis, e pouco tempo depois de o BNP Paribas o ter resgatado também da falta de liquidez, achou por bem organizar um evento gastronómico num dos melhores restaurantes do Mónaco. A factura foi de 150 mil euros por um pequeno-almoço para 50 pessoas no Hotel de Paris Monte Carlo, ou seja, três mil euros por pessoa.
Mas voltando ao prelado, sempre posso dizer que embora possa ter alguma razão, não tem autoridade moral.
Quem é que não se lembra do escândalo protagonizado por Paul Marcinkus qundo esteve à frente do Banco Ambrosiano?
Quando é que alguém ouviu uma palavra da Igreja sobre o BCP quando o seu líder era conotado com a prelatura do OPUS DEI?
Está ou não a Igreja e as empresas que gravitam em seu redor isentas de IVA?
Podemos ficar por aqui.
Sobre o Orçamento, falarei amanhã.
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