quarta-feira, 24 de maio de 2006

16?! Será assim com os alunos? Marcelo Rebelo de Sousa presenteou Marques Mendes com 16 valores.
Como esta nota foi dada domingo à noite, certamente que teve em consideração a grande proposta feita pelo líder do PSD no congresso para utilizar os fundos comunitários para rescisão de contratos na administração pública.
Só foi pena que Marcelo não tivesse esperado pela análise de Paula Laissy, porta-voz da CE para a política regional, que já afirmou que isso não é possível face aos regulamentos dos fundos comunitários.
Conclusão: Mendes e Marcelo ficaram mal na fotografia.

O livro de Carrilho. O “Prós e Contras” da RTP1 da passada segunda feira teve momentos escaldantes.
Ricardo Costa da SIC, Emídio Rangel, Manuel Maria Carrilho e Pacheco Pereira pretendiam analisar o livro onde Carrilho fala da sua derrota autárquica.
Lamentavelmente assistiu-se a um exacerbar de posições que nada disseram sobre o tema.
É sabido que Carrilho perdeu as autárquicas não tanto pelo que vem no livro, mas porque a sua personalidade não casa com a de um presidente de câmara. Não possui os assomos populistas (não confundir com o populismo do PP) a que o métier obriga e, claro, a sua frontalidade é desde logo um "handicap" negativo.
Mas, e sabendo isto, não deixa de ser interessante ler o livro e fazer a sua análise, até porque a matéria em apreço é perfeitamente actual e demasiado séria.
É do conhecimento público que alguns jornalistas recebem avenças de grandes empresas (a GALP teve avenças com jornalistas), o que por si só não é abonatório. É verdade que há agências de comunicação especializadas em "limpar" imagens. Enfim é um mundo assaz complicado e onde, por vezes, o dinheiro fala mais alto.
Talvez, por isso mesmo não se deva passar uma borracha sobre tudo o que vem no livro "Sob o signo da verdade"
Sobre o debate propriamente dito posso dizer que não gostei de Ricardo Costa e de Carrilho, aliás a última frase de cada um deles ("Você, Ricardo Costa, é a partir de hoje o rosto do jornalismo da vergonha" e "E você é a cara da derrota eleitoral") não abona nada em favor de um e de outro. Tinha laivos de ressabiamento.
Devo confessar aqui que também tenho uma imagem negativa de Ricardo Costa desde a história do PIB de Guterres, aliás uma história triste, que não vem a público, e que se pode resumir ao seguinte:
António Gueterres aproveitou o facto de estar nos Hospitais da Universidade de Coimbra para falar com o Prof. Linhares Furtado sobre a doença da sua esposa Luísa. O especialista foi muito claro dizendo que não havia quaisquer hipóteses de cura e que o tempo de vida seria curto, facto que se verificou. Alguns dos que acompanhavam Guterres ao saberem disto solicitaram aos jornalistas para não o interrogarem devido à situação delicada que estava a acontecer. Pois bem, Ricardo Costa não quis saber e interrogou-o, tendo obtido aquela resposta atabalhoada que deu origem a um engrandecimento do anedotário nacional.
Este não respeito por uma situação confrangedora e delicada provocou-me um certo enviezamento relativamente a este jornalista.
Talvez por isto o aproveitamento do não aperto de mão a Carmona para mim seja "déja vue".
Salvaram-se Pacheco Pereira e Emídio Rangel. Podemos pensar que este último, de quando em vez, assume foros de visionário com um pouco de utopia à mistura, mas isso não lhe retira o mérito de ser um bom conhecedor destas matérias.
Para terminar tenho a leve impressão que Luís Delgado não é avençado da PT, ele foi sim um dos 140 administradores que teve a PT.

Sem comentários:

não sei porquê (ou até sei) mas parece que é preciso ajudar Marcelo a terminar o mandato com dignidade