quinta-feira, 4 de maio de 2006

Agricultura. O ministro da Agricultura tem tido as orelhas a arder e não é do sol que possa ter apanhado. O líder do PSD, Marques Mendes e o seu hómologo do CDS, Ribeiro e Castro, aquando da sua passagem pela Ovibeja, não foram pecos nas palavras.
Eles acham que o ministro desrespeitou os agricultores, não lhes dando (a alguns) os subsídios a que estavam habituados.
Já disse neste espaço que muitos se tornaram "subsídiodependentes", fazendo disso uma forma de estar na vida.
Não sou capaz de perceber como é que com tantos milhões que a nossa agricultura tem recebido ela continua da forma que está.
Será que o número de autênticos palácios que têm sido construídos por esse Portugal rural, o número de jipes e outros veículos de todo-o terreno ou mesmo o boom de veículos a gasóleo (as vezes agrícola) está directamente ligado com essa má performance da agricultura portuguesa?
Quem também afinou pelo diapasão das críticas ao ministro, foi Paulo Portas no seu programa da SICNotícias, mas claro esse desde que esteja um passo à frente de Ribeiro e Castro já é uma vitória.

Ainda Marques Mendes. Aquando da sua deslocação à Ovibeja o líder do PSD aproveitou para dizer que, e relativamente à "guerra" ministro versus agricultores, que se fosse Primeiro-Ministro já tinha resolvido a questão.
Pois bem, sobre isso mesmo o gráfico que se segue ilustra bem a capacidade e a vontade de resolver seja o que for.


Tão juntinhos que eles andam. Acho que nem mesmo durante a coligação governativa o PSD e o CDS/PP estiveram tão "juntos".
Estiveram jntos nas comemorações do 1.º de Maio da UGT (desde quando é que a direita comemora o Dia do Trabalhador?); este fim-de-semana Marques Mendes passeia-se sozinho pelas directas já que o Zé Beto foi arredado da competição com direito a investigação pela PJ e tudo; para o próximo fim-de-semana Ribeiro e Castro vai também a congresso com luta pelo lugar (sim que aqui houve oposição, melhor, duas oposições: uma às claras, outra às escuras).
E estes são só os eventos mais importantes.
Tudo isto é curioso, mas também inócuo para os dois partidos porquanto se tapam um ao outro sem se conseguirem afirmar como verdadeira oposição.
Apesar de ser esta a minha opinião eu compreendo este lufa-lufa eleitoral de ambos: como não podem ir a votos com Sócrates (agora porque existe maioria e em 2009 porque não serão eles os líderes) vão-se entretendo a medir forças com os seus pares.

Decisão salomónica. Rui Rio e Nuno Cardoso (actual e ex-presidente da Câmara do Porto) vão ficar na história por terem sido os primeiros políticos a serem condenados por excesso de linguagem um contra o outro. O caso remonta a 2003 e teve agora decisão judicial: 15 mil euros de multa a cada um por violarem o decoro público. Bem feito

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hoje escreveu-se uma página negra na nossa democracia eleger vice-presidentes na AR que quiseram derrubar o regime democrático é uma afronta...