quarta-feira, 31 de maio de 2006

Eu já sabia que o meu comentário do passado dia 28 de Maio era polémico. Quer o comentário escrito, quer os comentários feitos pessoalmente são a prova disso mesmo.
Antes de explicar a minha posição devo dizer que:
primeiro - não sou um dos muitos pais que definem a Escola (ATL, Creche, Infantário) como o local onde se deixa os filhos enquanto estão nos seus empregos. O local onde os nossos filhos ficam não é um depósito;
segundo - Pertenço ao grupo de pais que define a Escola como uma extensão da família. E digo extensão porque é à família que cabe o papel central.
Colocadas as coisas nesta plataforma vamos então à explicação.
É verdade que sou de opinião que os pais devem contribuir para a avaliação dos professores e isso deve-se ao facto de a actividade de professor não ser só uma profissão. Está muito para além disso. Um docente é como que um membro de uma ordem de clausura, porque para ambas as situações é necessária vocação e dom.
Sem estes dois requisitos bem se pode ter acabado o curso com distinção que será sempre um fraco docente.
Agora se para além da falta destes requisitos ainda falta formação, então não há nada a fazer. Estamos perante um caso perdido.
Deixem-me apresentar um caso concreto: uma professora de formação recente, originária da zona de Viseu é colocada na zona de Lisboa e é-lhe atribuída uma turma do primeiro ano do ensino básico. Em qualquer uma das comunicações para os pais escritas na caderneta existe um erro ortográfico (alguns que no meu tempo davam lugar a reguada), sendo que deixo de parte os de construção de frases. Como isso não fosse suficiente, nos livros e nos cadernos estão dadas como certas coias que estão erradas, sendo que eu possuo quer os livros, quer os cadernos, bem como a caderneta.
Será que eu não posso contribuir para a avaliação desta docente?
Avancemos para outro exemplo. Uma professora de Química a quem foi atribuída uma turma de 12.º ano, turma essa que, pelo bom professor que tiveram no 10.º e 11.º, estava com um nível de conhecimentos muito bom. Pois bem, a referida docente cometeu desgraças atrás de desgraças, e isto tanto nas aulas como nos testes. Após uma conversa quer com colegas da disciplina, quer com o conselho directivo, quer com a directora de turma, achou por bem dizer aos alunos que se não gostavam dela o problema era deles, porquanto eram eles que tinham de fazer o exame porque ela já o tinha feito e relativamente aos colegas da disciplina fez ouvidos de mercador, o mesmo já não acontecendo com a directora de turma com quem se incompatibilizou. Resultado: foi substituída na turma ao fim do primeiro período.
Será que não posso dar uma achega na avaliação desta docente?
Posso e devo-o fazer, pois se não o fizer estou a prejudicar excelentes docentes (porque os há sem dúvida) que para o ministério não passam de números, mas que para nós pais deverão ser parte integrante da educação que queremos para os nossos filhos.
Talvez agora percebam que eu não pretendo fazer queixinhas. Eu quero é falar de casos concretos e poder dizer perante esses casos que o docente complementa bem ou mal a formação que as famílias dão aos seus filhos.

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