quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Desculpem mas desconfio. Está agendado para hoje em lisboa e no Porto um dia de protesto dos estudantes do Ensino Secundário.
Que me desculpem alguns alunos - não muitos -, mas quando acontecem estes protestos vou de imediato saber os motivos.
Ora este dia de luta visa combater os exames nacionais, as aulas de substituição e a limitação de vagas no Ensino Superior, sendo que os organizadores desta jornada de luta consideram que as aulas de substituição são «inúteis» e que os exames nacionais «têm servido apenas para barrar a entrada no Ensino Superior».
Os alunos defendem ainda a implementação da educação sexual e a melhoria das condições materiais e humanas das escolas, além de recusarem a privatização do ensino.
Olhando para a listagem de pretensões posso dizer que aceito duas a cem por cento e outra vou dividi-la e uma parte aceito a setenta por cento e a outra será analisada caso a caso.
As que merecem a minha aprovação a cem por cento são a implementação da educação sexual e a não privatização do ensino.
A melhoria das condições materiais e humanas é a que deve ser dividida. Claro que aceito que as condições humanas devem ser melhoradas, ou melhor dizendo acrescentadas. É uma verdade inquestionável que existe "material humano" de excelente qualidade no ensino. Não são todos é certo, mas isso como em qualquer profissão. Caberá aos conselhos directivo e pedagógico fazer a avaliação correcta e isenta por forma a separar o trigo do joio.
No que concerne às condições materiais, elas deveriam ser estudadas caso a caso, porquanto se é verdade que existe material que está degradado, não é menos verdade que a grande maioria dos casos onde não existem condições materiais só acontecem porque os utentes fazem questão de as degradar à força revelando, muitas vezes, uma profunda inépcia para viver em sociedade.
Quanto às outras pretensões, nem pensar. Aulas de substituição sim e sempre e cada vez mais, sendo que estou consciente de que elas não agradam a alguns professores, mas isso é outra questão.
No que refere aos exames nacionais, mal de nós quando eles terminarem. Se mesmo com eles já se chega ao ensino superior em condições paupérrimas no que respeita a conhecimentos, o que acontecerá se não for preciso estudar para os exames. E que nos defendam também dos exames feitos nas instituições, porque para isso mais vale assumirmos as passagens administrativas e ponto final.
O lamentável no meio de tudo isto é que a educação seja um sorvedoiro de dinheiro sem que daí advenham quaisquer resultados, sendo que esta situação acontece não só por culpa do ministério, mas também dos alunos, dos professores, dos partidos políticos e da sociedade em geral que não vê que a educação é a base para um maior desenvolvimento com tudo o que daí advenha de benéfico.

Há coragem para ir até ao fim? Fátima Felgueiras disse ao colectivo de juízes que está a julgar o "processo do saco azul", que as contas paralelas nos partidos políticos "são habituais" e acontecem nas campanhas eleitorais de todas as forças partidárias a nível nacional, e acrescentou que que nunca participou na angariação de fundos nem sabia quem dava dinheiro para as campanhas, apesar de admitir que eram empresários os contribuintes.
Eis a prova evidente de que há corrupção - nada que não soubessemos já -. O que importa é não perder esta oportunidade e assentar definitivamente uma palmada vigorosa nesses esquemas, em quem os pratica e quem deles se aproveita.

Não têm petróleo que chegue? Quatro anos após o início de uma guerra que já fez 200 mil mortos, o Tribunal Penal Internacional decidiu acusar o ex-secretário de Estado do Interior sudanês, Ahmad Harun, e um dos líderes das milícias pró-governamentais, Ali Muhammad Ali, de crimes de guerra no Darfur, uma região do Oeste do Sudão. A reacção de Cartum à acusação apresentada pelo procurador do TPI, Luis Moreno Campo, foi no sentido de não reconhecer a legitimidade do tribunal de Haia. Mais uma vez argumentou que a justiça sudanesa é capaz de julgar os que cometeram crimes no Darfur.
Atenção que foram precisos quatro anos de guerra e mais de 200 mil mortos.
Se não fosse perdido no meio de África já uns quantos milhares de soldados tinham aterrado no país e parado com o gigantesco genocídio.
Viva a hipocrisia.
A família Aboubakar, em Darfur, no Sudão, na frente da sua tenda no Campo de refugiados de Breidjing e o equivalente a uma semana de alimentos.






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